segunda-feira, 26 de abril de 2010

Explicando a regra gramatica grega de Colwell em João 1.1.

Por que é difícil compreender a regra de Colwell em Jo. 1.1, que diz não ser correto inserir o artigo indefinido no segundo Theos desse versículo? Porque Jo 1.1 é um exemplo ao contrário. A regra de Colwell ficaria clara se fosse aplicada num texto em que o artigo indefinido fosse usado. Em grego não existe artigo indefinido (um, uma, uns, umas), esse é descoberto texto pela omissão do artigo definido e pela posição do predicativo em relação ao verbo. Se o artigo definido estiver omitido e o predicativo estiver DEPOIS do verbo, o artigo será indefinido (confira: Jo 2.15; 3.1; 4.7; 5.1; 6.9; 9.14; 12.29; 13.4; 19.19, 41; Mt 1.21; 5.28; 8.2, 5, 24, 30; 9.2, 9, 20, 32; 11.8, 9; etc.). Mas em Jo 1.1 o predicativo PRECEDE o verbo, sendo, portanto, um artigo definido, a regra então do artigo indefinido é usada para dizer porque nesse verso o artigo é definido.
É chocante e estarrecedor quando as testemunhas de Jeová e outros tradutores leigos se apegam ao fato do artigo definido está omitido no segundo Theos de Jo 1.1 para tentar desesperadamente confirmar a tradução que fazem com o artigo indefinido, mas a verdade é exatamente ao contrário! O fato de o artigo definido está omitido em no segundo Theos de Jo 1.1, por mais que parece uma repetição para surdos, ainda é a omissão do artigo definido, e não do indefinido, exatamente porque o predicativo precede o verbo. E tem um motivo essa omissão do artigo no segundo Theos, que é um verdadeiro xeque-mate para as testemunhas de Jeová e seus simpatizantes, pois essa omissão prova categoricamente que esse Theos não é diferente do primeiro. Se o artigo não estivesse omitido no segundo Theos, a tradução seria: “...e o Verbo estava com Deus e o Verbo era o Deus”, o que faria Jesus ser Deus, mas um Deus diferente do primeiro citado. Para compreender bem isso basta analisarmos Jo 1.21, em que duas perguntas são feitas a João Batista com a mesma construção gramatical de Jo 1.1 com o predicativo precedendo o verbo, sendo que numa o artigo grego está omitido, mas na outra não. Quando é perguntado a João Batista se ele era o profeta, o artigo definido não é omitido, porque o profeta em questão é um profeta diferente dos demais. Mas quando é perguntado se ele é Elias, o artigo definido está omitido, exatamente para deixar claro que se tratava do mesmo profeta de Deus que tinha esse nome. Assim, ao omitir o artigo no segundo Theos de Jo 1.1, o apóstolo João estava dizendo que o Verbo era o mesmo e único Deus verdadeiro.
Dito e esclarecido, que todos dobrem seus joelhos e adorem a Jesus como adoram ao Deus-pai (Jo 5.23).

No meu blog: luizsousagregobiblico.blogspot.com publiquei uma outra regra descoberta por mim que reforça a regra de Colwell.

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

7 comentários:

  1. Não tenho intenção de inciar alguma discussão, apenas gostaria de acrescentar uma informação que foi omitida ou esquecda em seu artigo.
    Evidentemente a bíblia é inspirada por Deus, por outro lado eu, você, ou mesmo eruditos bíblicos como Colwell, não somos.
    Ainda assim as regras gramaticais ajudam muito a elucidar as Santas Escrituras, e tem seu valor.

    Quando o erudito grego E. C. Colwell publicou (em inglês) o artigo intitulado “Regra Definida do Uso do Artigo no Novo Testamento Grego”, escreveu: “Um nominativo predicativo definido possui o artigo quando segue o verbo não possui o artigo quando precede o verbo. . . . Um nominativo predicativo que precede o verbo não pode ser traduzido como substantivo indefinido ou ‘qualificativo’ apenas por falta do artigo; se o contexto sugerir que o predicativo é definido, deve ser traduzido como substantivo definido, apesar da ausência do artigo.”

    Talvez tenha deixado de notar a fraseologia deste erudito, no sentido de que um substantivo predicativo anartro que precede o verbo deve ser entendido como definido “se o contexto sugerir” isso. Mais adiante no seu argumento, Colwell enfatiza que o predicativo é indefinido nesta posição “apenas quando o contexto o exige”. Em parte alguma diz ele que todos os substantivos predicativos anartros que precedem o verbo em grego são substantivos definidos. Neste caso, como ele argumenta, o que deve orientar o tradutor, em tal caso, não é uma regra de gramática, mas o contexto da palavra inspirada.

    Sem querer sair do campo da simples leitura para o campo da exegese ou interpretação, sem querer citar outros textos em apoio, ou contra qualquer doutrina, precisamos apenas verificar e aceitar o que exige o "contexto" do próprio versículo (João 1:1). Veja:
    ... καὶ ὁ Λόγος ἦν πρὸς τὸν Θεόν ... (...e o Verbo estava com Deus...)

    Colwell escreveu:... se o contexto sugerir que o predicativo é definido, deve ser traduzido como substantivo definido, apesar da ausência do artigo.
    Desta forma podemos afirmar que um substantivo predicativo anartro que precede um verbo, pode ser indefinido ou definido. Mas geralmente é considerado como indefinido, até que seja determinado como definido a partir do contexto.

    Então, analise apenas o contexto, levando-se em conta a regra de Colwell. Note que o texto afirma que ele estava COM Deus, então não pode ser O próprio Deus. Basta aceitarmos o que está escrito, sem fazer interpretações.

    Como disse, não pretendo iniciar alguma discussão. Creio que você irá contra argumentar, mas não espere que eu responda. Que os leitores tirarem suas conclusões. Espero ter contribuido.

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    1. Overdrive. Vou responder ao Luis e a VC. Luis diz que ao omitir o artigo definido en Theos , o autor Joao quis Mostrar que ha um sólo Deus e Nao um outro Deus diferente. Discordo sobre este outro Deus diferente, e SIM que Joao quis defender Jesús das seitas dos modalistas( Sabelio),para dizer que Jesús tem a mesma essencia de Deus , mesma natureza e Nao é o Pai é SIM o Filho. Pois os modalistas creem que sólo existe un criador. Jesús e o Espirito Santo sao sólo nomes ou manifestacoes de una Pessoa( Pai).Ideias do Modalismo.Jesus, Ele,Nao é o proprio Pai. Más Ele é Deus tbem. Para reforçar o argumento, uso a frase do steveperry 2184 abaixo:" SEM Ele, nada do que foi feito se Fez". Jesús criou juntamente con o Pai. Isso demonstra que as tres pessoas existem.

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  2. Se o Verbo não é Deus, então cai-se em outro problema porque no mesmo texto está escrito que tudo foi feito por intermédio d'Ele (o Verbo) e sem Ele nada do que foi feito se fez...

    Sendo Deus ONIPOTENTE precisaria Ele do intermédio do Verbo para fazer algo se esse mesmo Verbo não fosse o próprio Deus?

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  3. O Dr. Harnner é da opnião de que João 1.1,c é um caso qualificativo, que tem mais afinidade com o artigo definido. E revela em seu estudo cinco ideias que João poderia ter usado:
    1. Ho Theós en Ho Lógos (completa equivalencia, ou seja não haveria nenhum Deus que não fosse o logos, que estaria em contradição, pois o texto antes diz que o logos estava com Deus).
    2. Theós en Ho Logos (Lit. Deus era o Verbo)
    3. Ho Logos Theós en (O Verbo Deus era)
    4. Ho Logos en Theos (O Verbo era um deus)
    5. Ho Logos en Theios (O Verbo era um ser divino)
    então segundo Harnner a quarta clausula, seria "O logos era um deus" a quinta o sentido seria similar, e João seria acusado de idolatria certamente. então o que João quis dizer foi que o logos tem a mesma essência de Deus, portanto é Deus!

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  4. LUIZ SOUZA DISSE:
    "Se o artigo não estivesse omitido no segundo Theos, a tradução seria: “...e o Verbo estava com Deus e o Verbo era o Deus”, o que faria Jesus ser Deus, mas um Deus diferente do primeiro citado. Para compreender bem isso basta"

    Na verdade, o que está escrito exatamente é que "o Verbo estava com o Deus". Então a aplicação desta Regra de Colwell faria com que a sentença ficasse assim "...e o Verbo estava com o Deus e o Deus era o Verbo", não entendi onde que o Verbo seria outro Deus diferente! O primeiro é o Deus e o segundo é o Deus, são diferentes em que?? Luiz, o senhor é a primeira pessoa que vejo dizer que o artigo definido faria o Verbo ser um Deus diferente daquele Deus com quem estava!

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