terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Vídeos raros das crônicas das guerras espirituais durante o período de carnaval em 2009.

http://www.youtube.com/watch?v=SNOaV4EySlQ

http://www.youtube.com/watch?v=Eit7g8NC0ek

Apologia do cristianismo bíblico

O grego bíblico e a desintegração da heresia unitarista.
Lemos em Jo 10.30 no original grego do Novo Testamento:

ego kai ho patér hen esmen. (texto grego transliterado para o português)
eu e o Pai um somos. (tradução)

Há no texto grego desse versículo uma informação de grande valia para o estabelecimento da doutrina da Trindade. É que o numeral “um” [HEN] está no gênero neutro. Em grego, assim como na língua inglesa, existiam três gêneros, o masculino, o feminino e o neutro. O masculino era usado para palavras de gênero masculino, o feminino para palavras femininas e o neutro para palavras que não tinha gênero definido. Só que diferente do inglês, o grego possuía os três gêneros para conceitos diferentes ou ideias em que o sexo se era macho ou fêmea não estava em questão. No caso do numeral um usado no neutro usado em Jo 10.30 fica claro que Jesus ao dizer que Ele e o Pai eram um estava afirmando que os dois tinham uma unidade numérica, e não uma unidade pessoal, que no caso, deveria então se dito que Ele e o Pai seriam UMA pessoa, e para isso o numeral a ser utilizado seria o vocábulo grego MIA (uma). Caso Jesus afirmasse que Ele e o Pai eram “um” com o artigo grego masculino (Heis em grego), Ele estaria abrindo espaço para se dizer que haveria mais de um Deus, negando o monoteísmo bíblico, que afirma existir apena um único Deus, apoiando assim o ensino das Testemunhas de Jeová, que acreditam que Jesus era Deus, mas um Deus diferente da divindade do Pai eterno, que é mais poderosa, segundo elas. Mas Jesus usou o gênero neutro em grego para o numeral impossibilitando as duas heresias (a das Testemunhas de Jeová e a dos unitaristas) e confirmando a doutrina bíblica da Trindade. Assim, com este versículo “Sansão” as colunas da negação da Trindade vão por terra. Que os unitaristas e as testemunhas de Jeová se conscientizem que estão se apegando a um galho seco, sem o menor apoio bíblico. Ou aceitam a declaração simples de Jesus ou arquem com a responsabilidade eterna de não estarem no cristianismo bíblico proposto pelo seu Criador, Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade Santa. Ah, peçam perdão do engano e lutem para que seus amigos saiam da mentira do diabo feita contra a verdade trinitariana.

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A fé da ciência

A fé da ciência.

A ciência, como sempre escutamos falar, é a mais confiável forma de conhecimento sobre o mundo porque se baseia em hipóteses passíveis de comprovação. A religião, por outro lado, baseia-se na fé. A figura do apóstolo Tomé, o Dídimo (Jo 20.24-27), ilustra muito bem a diferença. Na ciência, um ceticismo saudável é requisito profissional; na religião, crer sem ter provas é considerado virtude, e biblicamente é a própria definição de fé (Hb 11.1).
O problema dessa nítida separação entre “domínios do conhecimento que não se justapõem”, como Stephen Jay Gould descreveu a ciência e a religião, é que a ciência possui-o seu próprio sistema de crenças baseado também na fé. Toda ciência funciona a partir da suposição de que a natureza é organizada de uma maneira racional e inteligílvel. Você jamais poderia ser um cientista se achasse que o Universo é uma consusão de fragmentos sem sentido onde se acha de tudo um pouco, frações ou pedaços de coisas mil justapostas ao acaso. Quando físicos sondam um nível mais profundo da estrutura subatômica ou astrônomos ampliam o alcance de seus instrumentos, eles esperam encontrar uma nova e coesa ordem matemática. E, até agora, essa fé foi convincente.
A mais refinada expressão de inteligibilidade racional do cosmos se encontram nas leis da física, as regras fundamentais segundo as quais a natureza funciona. As leis da gravidade e do eletromagnetismo, as leis que regem o Universo dentro do átomo, as leis da mecânica, todas são expressas por detalhadas relações matemáticas. Mas faço a perguntinha que os crentes calados e respeitosos dessas ciências não conseguem formular por uma reverência ridícula a mundo científico: MAS DE ONDE VÊM ESSAS LEIS? E POR QUE SÃO DESCRITAS DESTA FORMA?
No meu tempo de estudante, e olha que eu era bom, as leis da física eram consideradas como algo completamente intocável. Mas eu nunca fui respeitoso pela ciência. Sempre fui um inquiridor e formulador de minhas próprias opiniões. Sempre achei que a luz é instantânea e que não viaja pelo espaço a uma enorme velocidade que os cientistas parecem medir tão bem em números redondos. Aceitar a medida da velocidade da luz como certa e firme para mim é idiotice. Ousei até mudar a fórmula de Einstein em vez de e=m.c2 (energia igual a massa multiplicada a velocidade da luz ao quadrado), eu estabeleci e=m.t (energia igual a massa multiplicada ao tempo). É lamentável eu ver hoje os cristãos de joelhos ante as ciências. Os cientistas costumam dizer que o trabalho deles é descobrir as leis e aplicá-las, não questionar sua origem. E os crentes parecem acreditar piamente nisso! Os cientistas dão a entender que as leis são tratadas como “pressupostos, impressas no Universo como um marca do “criador” no momento do nascimento cósmicos, e imutáveis para sempre. Portanto, para ser um cientista, é preciso ter fé na ideia de que o Universo é regido por leis matemáticas, fidedignas, imutáveis, absolutas e universais, de origem não especificada. É preciso ACREDITAR que essas leis não falham, que não acordaríamos num belo dia e descobriríamos o calor em fluxo do frio para o quente, o u a velocidade da luz mudando de hora em hora.
O físico Paul Davies do New York Times, diretor do Beyond, centro de pesquisa da Arizona State University, e autor do livro “Cosmic Jackpot: Why our Universe Is Just Right for Life”, diz que sempre perguntou diversas vezes a seus amigos físicos “Por que as leis da física são o que são?”, e segundo ele, as respostas de seus colegas variam de “essa não é um pergunta científica” até “ninguém sabe”. Mas a favorita, segundo ele, era “não há motivo para eles serem o que são. Elas simplesmente são!”. A ideia que as leis existem irracionalmente é profundamente ANTIRRACIONAL. Afinal de contas, a própria essência da explicação científica de alguns fenômenos é que o mundo é organizado de maneira lógica e existem motivos para as coisas serem como são. Se alguém, contudo, seguir as pistas desses motivos em todo o percurso até o fundamento da realidade, as leis da física, somente para descobrir que a razão naquele ponto nos abandonou, isso seria zombar da ciência. Mas é assim que as coisas são. Os cientistas se sentam nas cadeiras dos lógicos, dos pesquisadores, dos sérios, dos incontestáveis, dos dignos de fé e credibilidade, mas são tão crentes do que eu e você (que os venera) no âmago das suas matérias. Para mim a ciência é boba! Nenhuma explicação que me derem sobre o que faz a lua orbitar linda pelo planeta Terra será superior o mágico deslumbramento de vê-la ao redor das estrelas numa noite na varanda com meus filhos, eu tentando convencê-los de que uma ali específica é a minha, que Abraão contou a cerca de 5 mil anos atrás (lágrimas).
Parem de venerar a ciência, cristãos burros! Venerem a Bíblia! Esses bobões não sabem de nada! São uns tolos, que terão de se encontrar com o meu Deus um dia. Todos dias, eles mudam de opinião, são folhas guiadas pelos ventos da falsa ciência, que tenta a todo custo descobrir o que não se pode através de nossas infinitas mentes, com lógica aristotélica ilógica.
Como Tertuliano, eu detesto filosofia e acho os crentes que estudam filosofia uns idiotas, que não conseguem pensar por si mesmos. Mas tudo bem, agosto para tudo. Alguém já me criticou por me valer muito de mitologias. Mas para os que veneram a ciência moderna, a biologia e a física eu sequer classifico. Estão abaixo da mais ignóbil crítica para mim. E eu costumo os mandar “plantar batatas!” dando a eles ouvidos de mercador ‘surdo-mudo-e-cego’!

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

domingo, 20 de dezembro de 2009

As crônicas das guerras espirituais de 19.12.09

As crônicas das guerras espirituais de 19.12.09
A ida ao Mirante do Mucuripe
O dia 19.12.09 foi um dia cheio para mim. Ao meio-dia fui de bicicleta até a Praça do Ferreira para a cruzada da AMEC (Associação Moriá de Educação Cristã). Por conta da pregação marcada para o dia 26.12.09, o irmão André Giordânio, diretor da AMEC, resolveu marcar o dia da cruzada para esta data, para não atrapalhar esse evento da Batista Moriá. Talvez por conta dessa alteração seja que apenas eu e o André comparecemos na cruzada. O que mais ainda exigiu de mim, fiz três pregações na praça, uma mais intensa e poderosa que a outra, para a glória de Deus! Sempre que prego, eu me sinto esgotado, já que ao pregar eu dou tudo de mim. Sempre prego como se fosse a última vez, e pregar três vezes de modo intenso e profético foi exaustivo. Houve um registro dessas pregações por uma rede de TV, que fazia imagens da praça nesse dia, véspera do feriado natalino.
Depois das pregações fui para a capela da igreja batista moriá na Piedade para ministrar mais uma aula do CETHAF (Centro de Ensino THeológico Anabatista Feminino), que graças a Deus está crescendo e sendo cada vez mais abençoado. Hoje depois da aula, realizamos pregações para que as mulheres comecem a desenvolver a arte de pregar com unção e graça a palavra de Deus. Usando a minha caxinha de som amplificada, as irmãs se incentivaram e pregaram com unção e entusiasmo, na direção, dei oportunidade a quase todas as irmãs (Fátima, Tânia, Ana Luiza, Edilsa, Fransquinha, a jovem Ivanelda, a primeira do CETHAF, também cantou um hino) e foi um bênção. Depois fui para o bairro Serviluz, onde rapidamente jantei e muito cansado sai de novo de bicicleta para o bairro Mucuripe, na Varjota, para sair com o Eduardo e Nazareno para o mirante do Mucuripe para ali pregarmos a Palavra de Deus. Iríamos usar o megafone, mas ele apresentou problemas e por isso decidimos pregar só na voz nua mesmo. Deixei bicicleta na casa do Eduardo, e fomos à pé para o Mirante. Eu estava cansadíssimo, desejando dormir e descansar, mas procurei ignorar o abatimento físico e fomos indo devagar até o local. Passando pela Mucuripe e subindo o morro do Teixeira o caminho era só de subida. No final, na escadaria que liga o morro do Teixeira (ou Castelo Encantado) subimos até a Praça do Mirante, onde se tem a vista mais bela da cidade de Fortaleza.
A Praça, antes tão freqüentada por conta da vista que de lá se tem, hoje é total abandono. Os antigos restaurantes estão todos vazios e sem nem ao menos placa de aluguel. Tudo por conta da falta de segurança. O local é zona de tráfico e uso de drogas. Na Praça vazia e desolada, só havia alguns jovens desocupados olhando o tempo passar. E foi a eles que me dirige já que pregar em volta alta era inviável com o número tão reduzido de pessoas que ali havia. O certo era partimos para o evangelismo pessoal, de conversa evangelizadora.
Os jovens a quem nos dirigimos eram em todos os sentidos PERDIDOS. Todos sem frequentar a Escola, entre de 16 e 18 anos, sem a menor perspectiva de nada, mas de nada mesmo. Insistir em tentar estimularmos a voltarem para a Escola antes mesmo de falar do Evangelho, disse-lhes que minha tristeza por eles era grande e que lhes falava como se fosse meus filhos. Insisti, insisti e insisti que eles voltassem a estudar no ano que vem e depois convidamos para que visitassem a igreja. Quando o Eduardo conheceu um deles, ele demorou em identificá-lo porque ele o conheceu ainda menino, e agora era um adolescente. E pegando o gancho, o Eduardo discorreu sobre suas experiências de ex-drogado e também incentivou aos jovens a reagirem e saírem daquela situação vazia e sem sentido. Saímos dali e fomos caminhando. Observei as moças do lugar, todos adolescentes, sem modos, sem nobreza, honra, virtude ou feminilidade. Eram perdidas também em todos os sentidos. Senti-me abatido com aquilo. Elas não tinham valor para si mesmas e para ninguém. Cheias de gírias, palavreado torpe e indecente. A beleza ou formosura da juventude dava lugar ao medo e desprezo para um rapaz decente que porventura tivesse a procura de uma namorada ali. E isso também me abatia. Não me senti sequer incentivado a procurar alguma daquelas moças para conversar. Elas de cara nos tiravam o ânimo de tentar ajudá-las, e além do que o ideal era que uma moça crente estivesse ali conosco para falar com elas. Algum jovem daqueles que estivessem paquerando com aquelas coitadas também poderia nos interpretar mal e para evitar confusões não me voltei para elas.
No caminho e Eduardo viu um antigo amigo de Escola e aproveitamos para falar-lhes do Evangelho e convidá-lo para os cultos da igreja.
Desanimado, cansado e triste e já com as horas avançadas resolvemos ir embora. Enquanto íamos conversando sobre aquele estado de coisas, em como poderíamos ajudar aqueles jovens a mudarem o rumo de suas vidas me veio a palavra do Senhor: “A culpa é dos pais, que ficam assistindo a televisão, vendo novelas enquanto os filhos se perdem nas drogas e no mundo promíscuo. Foi quando parei e disse vou pregar aqui. Onde se encontra aquele versículo que fala para ensinar os filhos o caminho em que devam andar para na velhice não se desviarem dele? Perguntei ao Eduardo, enquanto já abria meu Novo Testamento gideônico a procura. Eu e o Eduardo encontramos o versículo no mesmíssimo instante: Pv 22.6. Vendo nisso a mão de Deus.
O que se seguiu foi uma das mais poderosas pregações que eu fiz nesses dias. A unção de Deus me tomou e a graça de Deus operou em mim e, apontando para as pessoas das ruas da encruzilhada em eu parei, em ousadia de profeta e na moral do próprio Deus, disse-lhes que elas eram as culpadas. Culpadas por aqueles jovens perdidos, moças sem honra, traficantes e meninos largados no caminho do inferno. Bradava: vocês são culpados! Vocês!! Onde está o amor ao próximo de vocês! Onde?! São vocês aqui do bairro que devem ajudar esses jovens, aconselhando, dando palavras de direção. Se não, a vítima serão vocês mesmos!
Meu corpo tremeu, senti meu coração estourando em batidas que quase eu parecia escutar, tamanho foi o vigor com que falei aquelas palavras que pareciam punhais afiados que entravam nos corações. Palavras de fogo que explodiam dentro das pessoas. Era a sensação que tinha ao falar.
Ao terminar a declaração do irmão Nazareno, bem comovido, resumia tudo: É isso ai!
Esta é a solução para os jovens perdidos nas drogas: Todos devem ajudar, começando pelos pais, os amigos, os vizinhos, todos numa coletividade participativa precisam a uma ajudar aos jovens a mudarem o rumo da perdição. Deus quer a união de todos para ajudar os jovens. O Evangelho em si, as palavras de pregações não são ouvidas pelos drogados. Mas o princípio do Evangelho: o amor ao próximo pode mudar a situação, é a única alternativa de que disponho para fazer alguma coisa pelos jovens drogados. Deus me deu a solução. Louvado seja Jesus Cristo.

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Frases Vivas de Luiz Sousa

Frases Vivas de Luiz Sousa
“A ressurreição de Cristo é tão singular que surpreendemente o diabo e os que ele usa não coseguiram dizer que outro personagem de detaque em matéria de religião também ressuscitou. É, pois, impressionante que o Islamismo não afirmou isso sobre Maomé, ou o Budismo sobre Buda, eassim sucessivamente também referente ao espiritismo, hiduísmo, etc. Os cristãos deveriam perceber a importância da ressurreição de Cristo. Não é mais pregada, não é desenvolvida ou aplicada na vida cotidiana. Sabendo que foi essa a mensagem básica da Igreja primitiva é hora de revermos nossas pregações. Foi por conta disso que trabalhei numa lição bíblica específica sobre a ressurreição dos mortos (veja em anexo)”.

Anexo:
A Ressurreição dos Mortos

Texto Bíblico Temático
“sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nEle, não tendo como minha justiça a que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem pela fé; para conhecê-lo, E O PODER DA SUA RESSURREIÇÃO e a participação dos seus sofrimentos, conformando-me a ele na sua morte, para ver se de algum modo possa chegar à ressurreição dos mortos” (Fp 3.8-11)

Introdução
O princípio da ressurreição dos mortos é um dos pontos mais negligenciados pela Igreja. Por muito tempo esse foi o princípio fundamental que moveu a Igreja primitiva. A ênfase da Igreja primitiva era a ressurreição, por ela a bênção da justificação foi concedida (Rm 4.24). A intercessão eterna de Cristo, que é a base da salvação eterna, também foi concedida por ela (Hb 5.5-9; 7.23-25). O batismo no Espírito Santo também deriva da ressurreição de Cristo (At 2.32,33), bem como o julgamento final (At 17.30,31).
Mas muitos, à semelhança de Maria, irmã de Lázaro, julgam que os privilégios da ressurreição de Cristo se restringem apenas ao futuro (Jo 11.24,25).
Queremos nesta lição mostrar que aqueles que de fato se arrependeram e creram são pessoas espiritualmente ressuscitadas, dotadas de um poder fabuloso em seus corações que as capacitam para viver uma vida extraordinária nesse mundo.
É o despertar desse poder espiritual no genuíno crente que fará sua vida cristã ser como Deus quer, e não como a cristandade aprendeu e se acomodou em sua teologia humana e filosófica.

a) A ressurreição da carne.
A ressurreição de Cristo é o ponto chave de todo o cristianismo. É a partir dela que todo o ensino cristão ganha sentido. O apóstolo Paulo mostra muito bem isso no capítulo 15 da Primeira carta aos Coríntios.
Haverá dois tipos de ressurreição: uma para os justos, chamada de ressurreição da vida (Jo 5.29), e a outra para os ímpios, chamada de ressurreição do juízo (Jo 5.29).
Muitos questionam se será possível que de fato todos ressuscitem, já que os corpos humanos acabam por se misturarem, durante as diversas transformações da matéria. Mas devemos entender que um pequenino pó de um corpo de uma pessoa já é mais do que suficiente para que Deus ressuscite tal pessoa. Se de apenas uma célula os cientistas conseguem clonar um corpo, quanto mais não pode Aquele que do nada fez tudo!
Alguns também ensinam o batismo pelos mortos (os mórmons), uma heresia que afirma a salvação das pessoas que já morreram por meio do batismo nas águas feito por uma pessoa viva. O texto bíblico que usam para confirmar isso é 1Co 15.29, que diz: “De outra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos? Se absolutamente os mortos não ressuscitam, por que então se batizam por eles?”. Mas esse texto certamente se refere àqueles que se convertiam por verem o martírio dos cristãos, pois viam que eles criam numa futura ressurreição, já que não temiam a morte.
Segundo 1Co 15.45, o primeiro Adão tornou-se alma vivente, enquanto o último Adão, Jesus, tornou-se espírito vivificante. A expressão “espírito vivificante” significa que o Espírito de Cristo ressuscitará a semelhança de Jesus a todo aquele que verdadeiramente se arrependeu e creu em Cristo (Rm 8.9,11). O primeiro Adão, criado a semelhança de Deus recebeu uma alma imortal, mas os cristãos foram criados a imagem de Cristo (Ef 2.10), recebendo um Espírito que dia à dia nos conduz a incorruptibilidade (2Co 3.18; 4.16-5.5; Cl 3.10). Ser criado a imagem de Jesus que tinha corpo, alma e espírito nos dá a oportunidade de sermos feito semelhantes a Ele em todas essas partes. Quando o primeiro Adão foi criado à imagem de Deus, não pôde receber um corpo semelhante ao de Deus, porque Deus não possuía um corpo, era espírito, de modo que apenas recebeu um espírito que tornou sua alma imortal. Mas agora, nós recebemos um espírito à semelhança do homem Jesus ressuscitado, por isso temos a esperança da ressurreição incorruptível da carne.

b) A ressurreição espiritual.
A ressurreição de Cristo, além de nos dar a certeza do perdão dos pecados e da justificação (Rm 4.25), também ilustra o que ocorre conosco espiritualmente por um tipo de identificação ou imitação. Paulo diz em Romanos 6.3-5: “Ou, porventura, ignoreis que todos quantos são batizados em Cristo Jesus são batizados em sua morte Fomos, pois, sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a Ele na semelhança da sua morte, certamente também seremos na semelhança da sua ressurreição”. Tal verdade vemos em Ef 2.1,5, 6, onde encontramos as expressões “ressuscitar juntamente com Cristo” e “vivificar juntamente com Cristo” usadas alternadamente como sinônimas.
Quando cremos em Cristo, recebemos o perdão dos pecados, e seu Espírito vem habitar dentro dos nossos corações, transmitindo-nos a vida espiritual, a comunhão com Deus, que o Apóstolo João chama de Vida Eterna, e define como o conhecimento pessoal de Deus em Cristo (Jo 17.3). Essa comunhão com Deus é um tipo de ressurreição ou vivificação que nos garante a ressurreição da carne. Em João capítulo 6, fica claro que todo aquele que crê em Cristo tem a vida eterna e ressuscitará no último dia (40, 54), ou seja, a vida eterna ou essa comunhão com o Espírito Santo nos conduz à ressurreição final (Rm 8.11, 23; Ef 1.13). Ora, essa vida eterna é a nossa união com o Espírito de Cristo, é o que significa a expressão “em Cristo” tão comum no Novo Testamento. É exatamente nessa união com o Espírito de Cristo que temos o divino poder da vida de ressurreição para termos tudo o que diz respeito à vida e à piedade (2Pe 1.3), para assim, vencermos o pecado. Fomos regenerados na ressurreição de Cristo para que nos tornássemos participantes da natureza de divina, sendo por isso livres da corrupção que pela concupiscência existe no mundo (1Pe 1.3 e 2Pe 1.4). Como se pode notar, estamos diante de várias expressões semelhantes, que se entrelaçam para ficar bem claro que Cristo realmente venceu o pecado tanto nEle quanto em nós.
Toda a exortação de Colossenses capítulo 3 depende do primeiro versículo: ”Portanto se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está assentado a direita de Deus”.

c) Poder para vencer o pecado.
Romanos 8.2 declara que a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, nos livra da lei do pecado e da morte. No capítulo anterior, o 7, Paulo diz que o homem sem o Espírito de Cristo não pode cumprir os mandamentos de Deus por causa da lei do pecado e da morte. O homem sem o Espírito é carnal e vendido ao pecado (Rm 7.14). Mas em Cristo somos livres do pecado (Jo 8.34-36), graças à presença do Espírito Santo em nós. Portanto, quem tem o Espírito de Cristo NÃO PECARÁ (2Tm 2.19-21; 1Jo 3.9). A única frase em grego que eu gosto de citar para traduzir simultaneamente é a de 1Jo 3.9:

pas ho guegueneménos ek tu Thiu harmartia u poiei (pronúncia erasmiana)
todo o que foi e é gerado de Deus pecado não pratica

A tradução mais precisa de 1Jo 3.9 seria: “todo o que nasceu (e assim é) de Deus não peca”. Não existe nada de “não vive pecando” ou “pecando habitualmente”, como querem os ministros e mestres de Satanás (2Tm 4.3). Deus quer que não pecamos (1Jo 2.1), e Jesus veio para nos dar liberdade do pecado, e não para pecar (Jo 8.11,21-44; Rm 8.2; 1Jo 3.1-6).
Existem dois textos que aparentemente criam uma discrepância bíblica com 1Jo 3.9. O primeiro é 1Jo 1.8 que diz “Se dissermos que não temos o pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós”. Mas nesse versículo o que João está afirmando é que a natureza pecaminosa ainda existe em nós. O engano se dá porque a expressão “não temos pecado” de algumas traduções se assemelha a uma expressão verbal, mas no original “pecado” é um substantivo, por isso a necessidade de se inserir o artigo “o” na tradução, como acima foi feito, desse modo, em vez de se ler “não temos pecado” deveria ser “não temos o pecado”, ou seja, não podemos dizer que não temos a natureza pecaminosa. No entanto, tal natureza é combatida pela nova natureza que recebemos de Deus (Rm 8.2; 1Jo 3.9).
Já o outro texto, o de 1Jo 1.10, que diz: “Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”, mas a expressão “que não temos cometido pecado” está no tempo passado. O apóstolo João está apenas lembrando que todos nós fomos pecadores, não podemos dizer que não temos cometido pecado, exatamente para nos levar a ser misericordiosos para com os demais, já que o perdão dos pecados é para todo o mundo e não apenas para nós (1Jo 2.2; Tt 3.2-5).
João é muito claro ao dizer que escrevia para que os cristãos não pecassem (1Jo 2.1). Esses textos, pois, estão sendo interpretados pela natureza pecaminosa, e não pelo Espírito Santo.

d) O espírito pronto.
Boa parte dos cristãos se encontram enganados pelo pecado. Apesar de estarem com o espírito pronto se deixam levar pela fraqueza da carne por falta de alguém que os exorte a sair desse engano para viverem a vida cristã proposta por Deus. O grande problema, como diz Hb 3.13, é que esse engano do pecado endurece o coração, obrigando a Deus a corrigi-los (Hb 12.1-7). Ter o espírito pronto é ter o Espírito de Deus dentro dele, tornando-nos verdadeiramente em Cristãos e a cada dia nos conduzindo a imagem de Cristo (2Co 3.18).
Quando Jesus falou que a carne era fraca, Ele o disse no contexto de “vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). O que Cristo estava dizendo aos seus discípulos é que apesar de estarem com os espíritos preparados para receberem o Espírito Santo, a natureza pecaminosa poderia os levar a fraquejar, por isso deveriam vigiar e orar para não cair em tentação. Ora, nós agora já temos o Espírito Santo, nossos espíritos estão capacitados para sempre vencer. Portanto, devemos mortificar todo o vestígio do mal e obedecer todos os ensinos de Cristo (Cl 3.5; Tg 1.21, 22; 1Pe 2.1, 2; Mt 28.20). Vivamos em plena novidade de vida. As chances de cairmos em tentação serão mínimas se vigiarmos. Se nos livrarmos das tentações, as chances de pecar serão reduzidas à zero. Oremos para que descubramos o poder que há em nós (Ef 1.15-21).

e) Descobrindo o poder da ressurreição de Cristo.
Paulo em Ef 1.15-21 nos exorta para que oremos a Deus, a fim de que Ele nos dê a revelação do pleno conhecimento dEle, para que tenhamos iluminados os olhos da nossa mente para sabermos três coisas: Em primeiro lugar, a nossa esperança do chamamento, que é a celestial, para que a busquemos e ajamos com essa percepção celestial (Cl 3.1; Mt 6.19-21). Em segundo, qual a riqueza da sua glória da sua herança nos santos, para não nos desalentarmos nas lutas (2Co 4.16-18). E em terceiro, qual a suprema grandeza do seu poder para os que crêem, segundo a eficácia da força do seu poder, o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, muito acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa nomear não só deste século, mas também do vindouro. É esse poder que temos. O mesmo poder que ressuscitou a Cristo. Basta orarmos para que tomemos ciência dele e vivermos a vida cristã que Deus propôs para que vivêssemos.

f) Indo ao santo dos santos.
Um outro modo de se buscar esse poder da vida de ressurreição é pela comunhão que temos com o Espírito Santo. Todo cristão genuíno deve sempre está em contato com o Espírito Santo em seu espírito. Deus está através dEle dentro de nós. É impressionante como a grande maioria dos cristãos vive a orar como se Deus estive atrás do espaço sideral, estando a bilhões de anos luz da Terra. É comum vermos pessoas dizendo que suas orações não passaram do telhado, como se, ao orarmos, nossas orações fossem a Deus como que percorrendo um caminho até chegar a sua presença. Irmãos, nossas orações são mais para dentro do que para fora. A glória de Deus está dentro de nós. Ela não tem, como no Antigo Testamento, de vir lá do terceiro céu. Quando um culto, por exemplo, se enche da presença de Deus, podem ter certeza que isso ocorreu a partir dos nossos corações.
Precisamos exercitar esta forma de entrarmos em contato com Deus. Jesus disse em Jo 4.23:
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”.
E praticamente explicando esta afirmação, falando a mesma coisa em outras palavras, também disse em Jo 5.24,25:
“Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”
Adorar a Deus em espírito e em verdade é ter o Espírito Santo em nossos corações. Não precisando mais de simbolismos ou formas externas para que Deus entre em contato conosco. Deus está perto para os não-crentes para lhes dá a salvação (Rm 10.6-13), mas, para nós, Ele está mais perto de nós do que nós mesmos (Mt 28.20; Jo 14.15-20; Ef 2.13-18).
É a partir desse contato com Deus dentro de nós, que descobriremos o poder da vida de ressurreição. Portanto, sigamos a exortação de Paulo: “fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). De nada adianta tomarmos toda a armadura de Deus, se não estivermos fortalecidos dentro dela (Ef 6.10-17).
Expressões como “andar no Espírito” (Gl 5.16) ou “renovar no espírito da mente” (Ef 4.23) significam se conscientizar da presença do Espírito Santo em nós. Só viveremos em plena santidade se mortificarmos o pecado pelo Espírito Santo em nós (Rm 8.13), para isso basta sermos guiados por Ele (Rm 8.14), que seria estarmos acordados, em “contato” com a comunhão do Espírito Santo, desfrutando dessa comunhão.

Conclusão
A ressurreição dos mortos é a base do cristianismo, assim como a prova de que o pecado estava no mundo antes da lei de Moisés era a morte (Rm 5.13, 14), a ressurreição de Cristo é a prova da remissão dos pecados (Rm 4.25).

Frases Vivas de Luiz Sousa

Frases Vivas de Luiz Sousa
“A ressurreição de Cristo é tão singular que surpreendemente o diabo e os que ele usa não coseguiram dizer que outro personagem de detaque em matéria de religião também ressuscitou. É, pois, impressionante que o Islamismo não afirmou isso sobre Maomé, ou o Budismo sobre Buda, eassim sucessivamente também referente ao espiritismo, hiduísmo, etc. Os cristãos deveriam perceber a importância da ressurreição de Cristo. Não é mais pregada, não é desenvolvida ou aplicada na vida cotidiana. Sabendo que foi essa a mensagem básica da Igreja primitiva é hora de revermos nossas pregações. Foi por conta disso que trabalhei numa lição bíblica específica sobre a ressurreição dos mortos (veja em anexo)”.

Anexo:
A Ressurreição dos Mortos

Texto Bíblico Temático
“sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nEle, não tendo como minha justiça a que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem pela fé; para conhecê-lo, E O PODER DA SUA RESSURREIÇÃO e a participação dos seus sofrimentos, conformando-me a ele na sua morte, para ver se de algum modo possa chegar à ressurreição dos mortos” (Fp 3.8-11)

Introdução
O princípio da ressurreição dos mortos é um dos pontos mais negligenciados pela Igreja. Por muito tempo esse foi o princípio fundamental que moveu a Igreja primitiva. A ênfase da Igreja primitiva era a ressurreição, por ela a bênção da justificação foi concedida (Rm 4.24). A intercessão eterna de Cristo, que é a base da salvação eterna, também foi concedida por ela (Hb 5.5-9; 7.23-25). O batismo no Espírito Santo também deriva da ressurreição de Cristo (At 2.32,33), bem como o julgamento final (At 17.30,31).
Mas muitos, à semelhança de Maria, irmã de Lázaro, julgam que os privilégios da ressurreição de Cristo se restringem apenas ao futuro (Jo 11.24,25).
Queremos nesta lição mostrar que aqueles que de fato se arrependeram e creram são pessoas espiritualmente ressuscitadas, dotadas de um poder fabuloso em seus corações que as capacitam para viver uma vida extraordinária nesse mundo.
É o despertar desse poder espiritual no genuíno crente que fará sua vida cristã ser como Deus quer, e não como a cristandade aprendeu e se acomodou em sua teologia humana e filosófica.

a) A ressurreição da carne.
A ressurreição de Cristo é o ponto chave de todo o cristianismo. É a partir dela que todo o ensino cristão ganha sentido. O apóstolo Paulo mostra muito bem isso no capítulo 15 da Primeira carta aos Coríntios.
Haverá dois tipos de ressurreição: uma para os justos, chamada de ressurreição da vida (Jo 5.29), e a outra para os ímpios, chamada de ressurreição do juízo (Jo 5.29).
Muitos questionam se será possível que de fato todos ressuscitem, já que os corpos humanos acabam por se misturarem, durante as diversas transformações da matéria. Mas devemos entender que um pequenino pó de um corpo de uma pessoa já é mais do que suficiente para que Deus ressuscite tal pessoa. Se de apenas uma célula os cientistas conseguem clonar um corpo, quanto mais não pode Aquele que do nada fez tudo!
Alguns também ensinam o batismo pelos mortos (os mórmons), uma heresia que afirma a salvação das pessoas que já morreram por meio do batismo nas águas feito por uma pessoa viva. O texto bíblico que usam para confirmar isso é 1Co 15.29, que diz: “De outra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos? Se absolutamente os mortos não ressuscitam, por que então se batizam por eles?”. Mas esse texto certamente se refere àqueles que se convertiam por verem o martírio dos cristãos, pois viam que eles criam numa futura ressurreição, já que não temiam a morte.
Segundo 1Co 15.45, o primeiro Adão tornou-se alma vivente, enquanto o último Adão, Jesus, tornou-se espírito vivificante. A expressão “espírito vivificante” significa que o Espírito de Cristo ressuscitará a semelhança de Jesus a todo aquele que verdadeiramente se arrependeu e creu em Cristo (Rm 8.9,11). O primeiro Adão, criado a semelhança de Deus recebeu uma alma imortal, mas os cristãos foram criados a imagem de Cristo (Ef 2.10), recebendo um Espírito que dia à dia nos conduz a incorruptibilidade (2Co 3.18; 4.16-5.5; Cl 3.10). Ser criado a imagem de Jesus que tinha corpo, alma e espírito nos dá a oportunidade de sermos feito semelhantes a Ele em todas essas partes. Quando o primeiro Adão foi criado à imagem de Deus, não pôde receber um corpo semelhante ao de Deus, porque Deus não possuía um corpo, era espírito, de modo que apenas recebeu um espírito que tornou sua alma imortal. Mas agora, nós recebemos um espírito à semelhança do homem Jesus ressuscitado, por isso temos a esperança da ressurreição incorruptível da carne.

b) A ressurreição espiritual.
A ressurreição de Cristo, além de nos dar a certeza do perdão dos pecados e da justificação (Rm 4.25), também ilustra o que ocorre conosco espiritualmente por um tipo de identificação ou imitação. Paulo diz em Romanos 6.3-5: “Ou, porventura, ignoreis que todos quantos são batizados em Cristo Jesus são batizados em sua morte Fomos, pois, sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a Ele na semelhança da sua morte, certamente também seremos na semelhança da sua ressurreição”. Tal verdade vemos em Ef 2.1,5, 6, onde encontramos as expressões “ressuscitar juntamente com Cristo” e “vivificar juntamente com Cristo” usadas alternadamente como sinônimas.
Quando cremos em Cristo, recebemos o perdão dos pecados, e seu Espírito vem habitar dentro dos nossos corações, transmitindo-nos a vida espiritual, a comunhão com Deus, que o Apóstolo João chama de Vida Eterna, e define como o conhecimento pessoal de Deus em Cristo (Jo 17.3). Essa comunhão com Deus é um tipo de ressurreição ou vivificação que nos garante a ressurreição da carne. Em João capítulo 6, fica claro que todo aquele que crê em Cristo tem a vida eterna e ressuscitará no último dia (40, 54), ou seja, a vida eterna ou essa comunhão com o Espírito Santo nos conduz à ressurreição final (Rm 8.11, 23; Ef 1.13). Ora, essa vida eterna é a nossa união com o Espírito de Cristo, é o que significa a expressão “em Cristo” tão comum no Novo Testamento. É exatamente nessa união com o Espírito de Cristo que temos o divino poder da vida de ressurreição para termos tudo o que diz respeito à vida e à piedade (2Pe 1.3), para assim, vencermos o pecado. Fomos regenerados na ressurreição de Cristo para que nos tornássemos participantes da natureza de divina, sendo por isso livres da corrupção que pela concupiscência existe no mundo (1Pe 1.3 e 2Pe 1.4). Como se pode notar, estamos diante de várias expressões semelhantes, que se entrelaçam para ficar bem claro que Cristo realmente venceu o pecado tanto nEle quanto em nós.
Toda a exortação de Colossenses capítulo 3 depende do primeiro versículo: ”Portanto se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está assentado a direita de Deus”.

c) Poder para vencer o pecado.
Romanos 8.2 declara que a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, nos livra da lei do pecado e da morte. No capítulo anterior, o 7, Paulo diz que o homem sem o Espírito de Cristo não pode cumprir os mandamentos de Deus por causa da lei do pecado e da morte. O homem sem o Espírito é carnal e vendido ao pecado (Rm 7.14). Mas em Cristo somos livres do pecado (Jo 8.34-36), graças à presença do Espírito Santo em nós. Portanto, quem tem o Espírito de Cristo NÃO PECARÁ (2Tm 2.19-21; 1Jo 3.9). A única frase em grego que eu gosto de citar para traduzir simultaneamente é a de 1Jo 3.9:

pas ho guegueneménos ek tu Thiu harmartia u poiei (pronúncia erasmiana)
todo o que foi e é gerado de Deus pecado não pratica

A tradução mais precisa de 1Jo 3.9 seria: “todo o que nasceu (e assim é) de Deus não peca”. Não existe nada de “não vive pecando” ou “pecando habitualmente”, como querem os ministros e mestres de Satanás (2Tm 4.3). Deus quer que não pecamos (1Jo 2.1), e Jesus veio para nos dar liberdade do pecado, e não para pecar (Jo 8.11,21-44; Rm 8.2; 1Jo 3.1-6).
Existem dois textos que aparentemente criam uma discrepância bíblica com 1Jo 3.9. O primeiro é 1Jo 1.8 que diz “Se dissermos que não temos o pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós”. Mas nesse versículo o que João está afirmando é que a natureza pecaminosa ainda existe em nós. O engano se dá porque a expressão “não temos pecado” de algumas traduções se assemelha a uma expressão verbal, mas no original “pecado” é um substantivo, por isso a necessidade de se inserir o artigo “o” na tradução, como acima foi feito, desse modo, em vez de se ler “não temos pecado” deveria ser “não temos o pecado”, ou seja, não podemos dizer que não temos a natureza pecaminosa. No entanto, tal natureza é combatida pela nova natureza que recebemos de Deus (Rm 8.2; 1Jo 3.9).
Já o outro texto, o de 1Jo 1.10, que diz: “Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”, mas a expressão “que não temos cometido pecado” está no tempo passado. O apóstolo João está apenas lembrando que todos nós fomos pecadores, não podemos dizer que não temos cometido pecado, exatamente para nos levar a ser misericordiosos para com os demais, já que o perdão dos pecados é para todo o mundo e não apenas para nós (1Jo 2.2; Tt 3.2-5).
João é muito claro ao dizer que escrevia para que os cristãos não pecassem (1Jo 2.1). Esses textos, pois, estão sendo interpretados pela natureza pecaminosa, e não pelo Espírito Santo.

d) O espírito pronto.
Boa parte dos cristãos se encontram enganados pelo pecado. Apesar de estarem com o espírito pronto se deixam levar pela fraqueza da carne por falta de alguém que os exorte a sair desse engano para viverem a vida cristã proposta por Deus. O grande problema, como diz Hb 3.13, é que esse engano do pecado endurece o coração, obrigando a Deus a corrigi-los (Hb 12.1-7). Ter o espírito pronto é ter o Espírito de Deus dentro dele, tornando-nos verdadeiramente em Cristãos e a cada dia nos conduzindo a imagem de Cristo (2Co 3.18).
Quando Jesus falou que a carne era fraca, Ele o disse no contexto de “vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). O que Cristo estava dizendo aos seus discípulos é que apesar de estarem com os espíritos preparados para receberem o Espírito Santo, a natureza pecaminosa poderia os levar a fraquejar, por isso deveriam vigiar e orar para não cair em tentação. Ora, nós agora já temos o Espírito Santo, nossos espíritos estão capacitados para sempre vencer. Portanto, devemos mortificar todo o vestígio do mal e obedecer todos os ensinos de Cristo (Cl 3.5; Tg 1.21, 22; 1Pe 2.1, 2; Mt 28.20). Vivamos em plena novidade de vida. As chances de cairmos em tentação serão mínimas se vigiarmos. Se nos livrarmos das tentações, as chances de pecar serão reduzidas à zero. Oremos para que descubramos o poder que há em nós (Ef 1.15-21).

e) Descobrindo o poder da ressurreição de Cristo.
Paulo em Ef 1.15-21 nos exorta para que oremos a Deus, a fim de que Ele nos dê a revelação do pleno conhecimento dEle, para que tenhamos iluminados os olhos da nossa mente para sabermos três coisas: Em primeiro lugar, a nossa esperança do chamamento, que é a celestial, para que a busquemos e ajamos com essa percepção celestial (Cl 3.1; Mt 6.19-21). Em segundo, qual a riqueza da sua glória da sua herança nos santos, para não nos desalentarmos nas lutas (2Co 4.16-18). E em terceiro, qual a suprema grandeza do seu poder para os que crêem, segundo a eficácia da força do seu poder, o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, muito acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa nomear não só deste século, mas também do vindouro. É esse poder que temos. O mesmo poder que ressuscitou a Cristo. Basta orarmos para que tomemos ciência dele e vivermos a vida cristã que Deus propôs para que vivêssemos.

f) Indo ao santo dos santos.
Um outro modo de se buscar esse poder da vida de ressurreição é pela comunhão que temos com o Espírito Santo. Todo cristão genuíno deve sempre está em contato com o Espírito Santo em seu espírito. Deus está através dEle dentro de nós. É impressionante como a grande maioria dos cristãos vive a orar como se Deus estive atrás do espaço sideral, estando a bilhões de anos luz da Terra. É comum vermos pessoas dizendo que suas orações não passaram do telhado, como se, ao orarmos, nossas orações fossem a Deus como que percorrendo um caminho até chegar a sua presença. Irmãos, nossas orações são mais para dentro do que para fora. A glória de Deus está dentro de nós. Ela não tem, como no Antigo Testamento, de vir lá do terceiro céu. Quando um culto, por exemplo, se enche da presença de Deus, podem ter certeza que isso ocorreu a partir dos nossos corações.
Precisamos exercitar esta forma de entrarmos em contato com Deus. Jesus disse em Jo 4.23:
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”.
E praticamente explicando esta afirmação, falando a mesma coisa em outras palavras, também disse em Jo 5.24,25:
“Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”
Adorar a Deus em espírito e em verdade é ter o Espírito Santo em nossos corações. Não precisando mais de simbolismos ou formas externas para que Deus entre em contato conosco. Deus está perto para os não-crentes para lhes dá a salvação (Rm 10.6-13), mas, para nós, Ele está mais perto de nós do que nós mesmos (Mt 28.20; Jo 14.15-20; Ef 2.13-18).
É a partir desse contato com Deus dentro de nós, que descobriremos o poder da vida de ressurreição. Portanto, sigamos a exortação de Paulo: “fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). De nada adianta tomarmos toda a armadura de Deus, se não estivermos fortalecidos dentro dela (Ef 6.10-17).
Expressões como “andar no Espírito” (Gl 5.16) ou “renovar no espírito da mente” (Ef 4.23) significam se conscientizar da presença do Espírito Santo em nós. Só viveremos em plena santidade se mortificarmos o pecado pelo Espírito Santo em nós (Rm 8.13), para isso basta sermos guiados por Ele (Rm 8.14), que seria estarmos acordados, em “contato” com a comunhão do Espírito Santo, desfrutando dessa comunhão.

Conclusão
A ressurreição dos mortos é a base do cristianismo, assim como a prova de que o pecado estava no mundo antes da lei de Moisés era a morte (Rm 5.13, 14), a ressurreição de Cristo é a prova da remissão dos pecados (Rm 4.25).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Estudos de palavras bíblicas

Estudos de Palavras Bíblicas
Estes artigos sobre palavras bíblicas são fruto do trabalho filológico (estudo de palavras) desenvolvido por mim visando à tradução da Bíblia Anabatista. Em meu livro “Subsídios em Grego Bíblico” há um capítulo específico em que trato da sinonímia e etimologia das palavras do Novo Testamento Grego. A sinonímia e a etimologia são a base do trabalho para um dicionário grego/português e, também, posteriormente para a tradução do texto bíblico escrito em língua grega, tanto do Novo como do Antigo Testamento (Septuaginta). Especificamente, aqui, nestes artigos, estarei me detendo em palavras bíblicas dentro do contexto em que se encontram, fazendo de modo pontual a aplicação do material que preparei e que estou preparando. Assim, aqueles que acompanham minhas crônicas neste blog, desfrutarão antecipadamente do que estou trabalhando, especialmente no caso da nova tradução da Bíblia feita pelos Anabatistas do Ceará. Suas observações serão contadas e apreciadas, participe e faça suas perguntas e sugestões.

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

Como exemplos iniciais da importância de uma nova tradução da Bíblia, vejamos algumas passagens bíblicas que carecem de uma verdadeira atualização:

1) Em 1Pe 4.3 lemos na versão Almeida Atualizada, 2ª edição, de 1993: “Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias bebedices e em detestáveis idolatrias”. A palavra “borracheira” é a tradução da palavra grega OINOFLYGÍAIS, que significa literalmente “bebedor de vinho”, já que é formada de dois vocábulos gregos: OINOS (vinho) e Fluo (deixar correr um corrente de palavras). Por que se traduz por “borracheira” ou “borrachice” é o que nos surpreende. Como as detentoras dos direitos autorais da tradução Almeida não atualizaram a palavra “borracheira” para “embriaguez” é prova inconteste da falta de cuidado nas revisões da Bíblia. No mesmo versículo, encontramos a palavra grega PÓTOIS traduzida por “bebedice”, que deriva do verbo PINO (beber) e do substantivo PÓSIS (ação de beber). Ora, no mesmo verso encontramos a Bíblia condenando a “embriaguez” e a “bebedice”. Mostrando que tanto beber até ficar embriagado é condenado como o chamado “beber socialmente”, quando se ingere bebidas fortes sem vistas na embriaguez. Daí ver-se que realmente precisamos de verdadeiras atualizações da Bíblia. A tradução anabatista da Bíblia será uma versão preocupada com a ética de imposta pela Palavra de Deus. Ore para que tudo concorra conforme a vontade de Deus nesta nova versão.

2) Em At 2.37 lemos na Almeida Atualizada, 2ª edição, de 1993: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?”. O verbo traduzido por “compungiu-se-lhes” é KATANÚSSOMAI, um verbo dos chamados verbos “depoentes”, os que só apresentam a forma médio-passiva, que semanticamente significa no “apunhalado”. Este verbo grego é cognato (da mesma raiz etimológica) de NÚCSIS (picada), de NÚSSA (meta na extremidade da corrida onde se dava a volta) e de NÚSSO (picar, ferir) e fazendo um link ou uma conexão com Hb 4.12, em lemos que a Palavra de Deus “é mais afiada que qualquer espada de dois gumes, e que penetra até mesmo na divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas”, fica claro que as palavras de Pedro foram palavras divinas, penetrantes, agudas, como de uma ponta de espada, poderosas pelo Espírito Santo, que convence acerca do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). A conversão de quase três mil almas deveu-se a essa palavra poderosa e ao incentivo de muitos dos irmãos que estavam cheios do Espírito Santo (At 2.37-41). Vemos, então, o segredo do batismo no Espírito Santo, que usando o crente fala profundamente ao seu coração, levando-o ao arrependimento. Portanto, a melhor tradução para o verbo KATANÚSSOMAI no texto de At 2.37 é de fato “apunhalados”, pois mostra que de fato houve um “furo” no espírito dos perdidos, levando-os ao arrependimento espiritual.

3) Todo o capítulo 2 da carta do Apóstolo Paulo escrita a Tito é marcada pelo verbo grego lale,w (falar), que explico no livro “Subsídios em Grego Bíblico”, reflete a ideia de uma fala provocada, seja por missão (Lc 1.19), um milagre (Mt 15.31), pela operação do Espírito divino (Mt 10.19, 20; At 2.4), por Deus-pai (Jo 8.28, 38; 12.49) ou por espíritos maus (Mc 1.34; Jo 8.44). Neste capítulo 2, da carta de Tito, facilmente se nota no texto grego que tal verbo abre e fecha o capítulo, ele ocorre no verso 1: “Tu, porém, FALA o que convém a sã doutrina”, e também aparece no final do capítulo, no verso 15: “FALA estas coisas; exorta e repreende com tada autoridade; ninguém te despreze”. O que Paulo estaria então dizendo a Tito, é que ele falasse em nome de Jesus, tudo o que está contido no capítulo 2, assim, todos na igreja – os senhores (v.2), as senhoras (v.3), os jovens (v.6), os trabalhadores (v.9), deveriam obedecer ao ensinamento ministrado por este cooperador de Paulo, como se ele fosse o próprio Jesus, já que esta receptividade da igreja para com o dirigente é fundamental para a edificação e crescimento das igrejas cristãs (1Ts 2.13). Ao que parece Tito não era Pastor, era apenas um cooperador, um diácono de Paulo. Mas nota que apesar dessa aparente simplicidade de título ou credencial, nem por isso o Apóstolo Paulo deixou de incumbir grandes responsabilidades a Tito. Iria “por em ordem plenamente” [em grego: EPDIORTHÓOMAI, junção da preposição “EPI” e “DIOORTHÓO (endireitar)] as coisas que faltavam na ilha de Creta, além de constituir em cada cidade da ilha um presbítero (Tt 1.5). Ou seja, um simples cooperador iniciaria as escolhas dos pastores das congregações. Como é diferente hoje quando os pastores se julgam os donos das igrejas. Jesus não põem ninguém maior sobre os outros na sua Igreja, tosos são iguais, ninguém é maior do que os outros (Mt 20.2428; Jo 12.12-17), se alguém fala em nome de Cristo, mesmo um novo convertido, ele será seu representante autorizado, foi o que Jesus ensinou (Lc 9.46-48). Quando em Hb 13.17 é dito que devemos obedecer aos nossos guias (em grego HÉGEOMAI: guiar), propositalmente não foi escrito “pastores”. Porque, na verdade, e isso ocorre muitas vezes, na frente de uma igreja pode muito bem está um crente não-consagrado, e nem por isso se deve deixar de obedecê-los em suas decisões eclesiásticas.

Frases Vivas de Luiz Sousa

“Enquanto os seminários e faculdades de teologia continuarem sendo movidos a dinheiro e a busca de status, seus certificados continuarão só tendo validade e reconhecimento no inferno”.
Luiz Sousa, meditando em 06.12.09.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estudo de palavras bíblicas nas línguas originais.

Estudos de Palavras Bíblicas
Estes artigos sobre palavras bíblicas são fruto do trabalho filológico (estudo de palavras) desenvolvido por mim visando à tradução da Bíblia Anabatista. Em meu livro “Subsídios em Grego Bíblico” há um capítulo específico em que trato da sinonímia e etimologia das palavras do Novo Testamento Grego. A sinonímia e a etimologia são a base do trabalho para um dicionário grego/português e, também, posteriormente para a tradução do texto bíblico escrito em língua grega, tanto do Novo como do Antigo Testamento (Setuaginta). Especificamente, aqui, nestes artigos, estarei me detendo em palavras bíblicas dentro do contexto em que se encontram, fazendo de modo pontual a aplicação do material que preparei e que estou preparando. Assim, aqueles que acompanham minhas crônicas neste blog, desfrutarão antecipadamente do que estou trabalhando, especialmente no caso da nova tradução da Bíblia feita pelos Anabatistas do Ceará. Suas observações serão contadas e apreciadas, participe e faça suas perguntas e sugestões.

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

Como exemplos iniciais da importância de uma nova tradução da Bíblia, vejamos algumas passagens bíblicas que carecem de uma verdadeira atualização:

1) Em 1Pe 4.3 lemos na versão Almeida Atualizada, 2ª edição, de 1993: “Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias bebedices e em detestáveis idolatrias”. A palavra “borracheira” é a tradução da palavra grega OINOFLYGÍAIS, que significa literalmente “bebedor de vinho”, já que é formada de dois vocábulos gregos: OINOS (vinho) e Fluo (deixar correr um corrente de palavras). Por que se traduz por “borracheira” ou “borrachice” é o que nos surpreende. Como as detentoras dos direitos autorais da tradução Almeida não atualizaram a palavra “borracheira” para “embriaguez” é prova inconteste da falta de cuidado nas revisões da Bíblia. No mesmo versículo, encontramos a palavra grega PÓTOIS traduzida por “bebedice”, que deriva do verbo PINO (beber) e do substantivo PÓSIS (ação de beber). Ora, no mesmo verso encontramos a Bíblia condenando a “embriaguez” e a “bebedice”. Mostrando que tanto beber até ficar embriagado é condenado como o chamado “beber socialmente”, quando se ingere bebidas fortes sem vistas na embriaguez. Daí ver-se que realmente precisamos de verdadeiras atualizações da Bíblia. A tradução anabatista da Bíblia será uma versão preocupada com a ética de imposta pela Palavra de Deus. Ore para que tudo concorra conforme a vontade de Deus nesta nova versão.

2) Em At 2.37 lemos na Almeida Atualizada, 2ª edição, de 1993: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?”. O verbo traduzido por “compungiu-se-lhes” é KATANÚSSOMAI, um verbo dos chamados verbos “depoentes”, os que só apresentam a forma médio-passiva, que semanticamente significa no “apunhalado”. Este verbo grego é cognato (da mesma raiz etimológica) de NÚCSIS (picada), de NÚSSA (meta na extremidade da corrida onde se dava a volta) e de NÚSSO (picar, ferir) e fazendo um link ou uma conexão com Hb 4.12, em lemos que a Palavra de Deus “é mais afiada que qualquer espada de dois gumes, e que penetra até mesmo na divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas”, fica claro que as palavras de Pedro foram palavras divinas, penetrantes, agudas, como de uma ponta de espada, poderosas pelo Espírito Santo, que convence acerca do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). A conversão de quase três mil almas deveu-se a essa palavra poderosa e ao incentivo de muitos dos irmãos que estavam cheios do Espírito Santo (At 2.37-41). Vemos, então, o segredo do batismo no Espírito Santo, que usando o crente fala profundamente ao seu coração, levando-o ao arrependimento. Portanto, a melhor tradução para o verbo KATANÚSSOMAI no texto de At 2.37 é de fato “apunhalados”, pois mostra que de fato houve um “furo” no espírito dos perdidos, levando-os ao arrependimento espiritual.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Testemunho de Luiz Sousa para os Gidões Internacionais.

A Palavra a seu tempo quão boa é (Pv 15.23)

Foi em meados de 1988, eu cursava o segundo ano do Segundo Grau, e vivia um momento crítico, com 17 para 18 anos será fácil todos me entenderem: Não sabia que caminho seguir, preocupava-me que carreira acadêmica faria, que emprego poderia conseguir, passaria no vestibular? Temia a vida e as grandes dificuldades; medo e angústia eram os sentimentos que me dominavam. Meus amigos, assim como, faziam de conta que tudo era alegria, era época do Legião Urbana, do grupo Menudo, de Michael Jackson...E nos finais de semana havia as praias de Fortaleza de dia e as festinhas a noite; enfim, por um lado, o externo, era tudo alegria, jovialidade, diversão e beleza, mas por outro, o de dentro, em nossos corações, uma explosão de medo e apreensão tomava conta. Foi nessa época que comecei a pensar em Deus, cheguei a ir numa igreja, escondida de qualquer pessoa que pudesse me conhecer (como somos tolos e machistas) e tentei falar com Deus, disse algumas orações que tinha memorizado e depois pedi para Deus me ajudar a passar de ano e conseguir vencer, mas principalmente me orientar. Foi algo tosco, seco, às escondidas, com pressa, mas foi o primeiro despertar de um temor sincero a Deus em minha vida depois da época da infância, quando não me envergonha de assistir os filmes dos heróis da Bíblia e até assistir programas religiosos dos Estados Unidos que passam na TV aberta da época.
Foi então que no colégio apareceram algumas pessoas oferecendo gratuitamente uns livrinhos cinzentos para todos os alunos. Recebi um e comecei a ler e que coisa maravilhosa, era um Novo Testamento Gideônico, e a partir dele eu pude me inteirar da minha maior dificuldade, que era a separação de Deus por causa do pecado. Abri meu coração para as coisas de Deus e logo estava aceitando a Jesus numa reunião de crentes. O Novo Testamento veio como uma resposta de Deus para mim, veio na hora certa, foi como maças de ouro em salvas de prata (Pv 25.11). Hoje sou professor de Grego Bíblico, dando aulas em seminários e faculdades de Fortaleza, e estou para lançar minha Gramática dessa língua que foi usada por Deus para escrever a mensagem cristã. Por saber a língua original do Novo Testamento consigo entender com grande profundidade os ensinos de Cristo, melhoro alguma falha tradutória que encontro comparando os originais com todas as versões que temos da bíblia em português, mas há uma em especial que sempre é a primeira a ser consultada, é a que fica pertinho do meu computador, já sem capa e bem escura de tanto ser lida, mas para a mim é a mais valiosa, porque foi por ela que eu encontrei o caminho do céu.
Que Deus abençoe a obra dos gideões, que se levante 300 milhões de valentes como vocês em todo o mundo, e de todo coração, quero dizer muito obrigado! No céu quero receber a todos aqueles que ajudaram na minha salvação (Lc 16.9).

Luiz Sousa em Cristo eternamente.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

As crônicas das guerras espirituais - A chamada para pregador-profeta neotestamentário

As crônicas das guerras espirituais - A chamada para pregador-profeta neotestamentário

No início de 2009, eu tinha decidido que iria pregar para as gangues da cidade de Fortaleza. Como todos sabem o tráfico de drogas de Fortaleza virou um verdadeiro comércio de mar de sangue, em que o SERASA dos traficantes é ser posto na lista de morte. Se o viciado não consegue pagar sua dívida com o traficante é como se já assinasse seu atestado de óbito. Em tal situação ser pregador-profeta protestando contra os traficantes, a polícia corrupta e os viciados é obra de risco quase fatal. Por conta disso, busquei a Deus e queria dEle uma resposta segura para então iniciar minha saga como pregador-profeta.
A princípio Deus começou por me dá mensagens sábias e penetrantes para inibir a vingança entre os marginais. Uma delas era dizer ao que tinha a sede de vingança, que maior que qualquer parente ou amigo dele era Jesus Cristo, e que este sim, merecia que fosse vingado por aqueles que o tinha morto. E entre alguns do culpados por sua morte fora exatamente os vingativos. Assim, para os vingativos se vingarem de si mesmos por terem sido a causa pela qual Cristo morreu, deveriam morrer para este mundo, convertendo-se pelo Evangelho.
Mensagens como esta começaram a surgir em meu coração. Mas faltava ainda a confirmação da parte de Deus.
Foi então que num dia, em que eu estava sozinho na minha casa no bairro Caça e Pesca, Deus falou comigo de forma poderosa e incontestável.
Durante uma oração em prantos em que eu pedia a confirmação de Deus para minha vida. Sai do quarto e fui para a varanda, onde sempre costumo orar de olhos abertos à noite, e continuando a oração, olhando para o céu, disse: Senhor, confirme sua chamada para mim, fala comigo Deus! Foi quando um estrondonso trovão se fez ouvir. E juntamente com o trovão, uma voz vinda de um vento espiritual que eu não sei explicar como, disse-me tranquila e maravilhosamente, citanto o Salmo 91.7: "Mil cairão a teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido!".
Amados, eu me senti o homem mais importante do Universo, todo o medo, dúvida, receio foi por terra, e senti que Deus tinha me chamado para seu profeta e que agora nada me inibiria ou amedrontaria. Ah, como queria que Deus falasse a todos como fez comigo! Não quero ser melhor do que ninguém, mas esse modo de falar com um dos seus filhos, de maneira estupenda, inesperada, a semelhança de seu Filho Jesus(Mt 3.17; 17.5; Jo 12.28-30; ) foi demais!
Este é segredo de minha ousadia e coragem em Cristo Jesus. Deus é por mim. Com provas espirituais, bíblicas (1Pe 1.19), e fenomenais (1Pe 1.18-21).

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

A alma e o espírito humano.

A Alma E O Espírito Humano

Introdução
Para a elaboração do meu livro sobre a Trindade foi necessário uma leitura completa e minuciosa da Bíblia. As dificuldades foram mais de ordem racionais, já que a verdade da constituição de Deus em três pessoas se dá por revelação espiritual (Mt 11.27; Jo 14.21; Jo 16.13, 14; Jo 20.22, 28; 1Co 2.10, 11; Ef 2.18), ninguém pense que entenderá o ensino da Trindade pelo raciocínio, apesar da Bíblia revelar essa verdade, não foi em termos teológicos ou em palavreado bíblico que Deus quis que isso fosse repassado ao homem, Ele mesmo quer se revelar pela pessoa de Jesus e no Espírito de Deus (1Co 6.11; Ef 2.18). Sendo um ser pessoal, Deus seria incoerente de estabelecer o modo se dá a conhecer aos homens por meio de palavras ou explicações frias e secas de um texto da Sagrada Escritura.
No entanto, o ensino da constituição do ser humano em corpo, alma e espírito não vem por revelação divina. Mas pelo próprio conhecimento pessoal e pelo que a Bíblia diz. Lembrando que a nossa experiência pessoal deve ser harmonizar com o que está contido na Bíblia, e não o contrário.
Pesquisei Tratados de Teologia, conversei com muitas pessoas, entrei em plena consciência de mim mesmo para estabelecer e definir a alma e o espírito humano. Além disso, consultei concordâncias em hebraico e em grego para encontrar todas as referências onde ocorrem nos originais da Bíblia as palavras “alma”, “espírito” e “coração” e finalmente relacionei tudo para chegar às conclusões que aqui estão expostas.

1) A definição da alma
Não é correto dizermos que o homem possui uma alma, na verdade o homem é uma alma, já que sua alma é ele próprio, o seu ser, sua vida, sua personalidade. Mas de que é formada uma personalidade? De mente, vontade e emoções é a resposta. Por isso que a primeira verdade que devemos aprender é que a alma do homem é constituída por partes, 1Ts 5.23 confirma isso:

“E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. A palavra completamente confirma que a alma e o espírito humano são constituídos por partes.
Ainda apoiando essa ideia temos:
Dt 6.5 “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças”.

2) As Partes da alma são a mente, a vontade e as emoções. Constatemos isso na Bíblia:
a) Mente:
Lv 26.15 “e se rejeitardes os meus estatutos, e a vossa alma desprezar os meus preceitos, de modo que não cumprais todos os meus mandamentos, mas violeis o meu pacto,” A expressão grifada significa uma recusa mental.
Dt 4.9 “Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, para que não te esqueças das coisas que os teus olhos viram, e que elas não se apaguem do teu coração todos os dias da tua vida; porém as contarás a teus filhos, e aos filhos de teus filhos”.
Dt 11.18 “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão, e elas vos serão por frontais entre os vossos olhos;” A ideia aqui é que a alma possui memória.
Js 23.14 “Eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra; e vós sabeis em vossos corações e em vossas almas que não tem falhado uma só palavra de todas as boas coisas que a vosso respeito falou o Senhor vosso Deus; nenhuma delas falhou, mas todas se cumpriram”.
Sl 6.3 “Também a minha alma está muito perturbada; mas tu, Senhor, até quando?”.
Sl 13.2 “Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?”.
Sl 25.1 “A ti, Senhor, elevo a minha alma”.
Sl 34.2 “No Senhor se gloria a minha alma; ouçam-no os mansos e se alegrem”.
Sl 35.3 “Tira da lança e do dardo contra os que me perseguem. Dize à minha alma: Eu sou a tua salvação”.
Sl 42.4 “Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu ia com a multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de júbilo e louvor, uma multidão que festejava”.
Sl 42.5 “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença”.
Sl 42.6 “Ó Deus meu, dentro de mim a minha alma está abatida; porquanto me lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar”.
Jó 24.12 “Dentro das cidades gemem os moribundos, e a alma dos feridos clama; e contudo Deus não considera o seu clamor”.
Sl 33.20 “A nossa alma espera no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo”.
Sl 42.1,2 “Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!, A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus?”
Sl 51.6 “Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma”.
Sl 57.8 “Desperta, minha alma; despertai, alaúde e harpa; eu mesmo despertarei a aurora”.
Sl 62.1 “Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação”.
Sl 62.5 “Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus, porque dele vem a minha esperança”.
Sl 63.8 “A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta”.
Sl 103.1 “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome”.
Sl 103.2 “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios”.
Sl 119.129 “Maravilhosos são os teus testemunhos, por isso a minha alma os guarda”.
Sl 119.167 “A minha alma observa os teus testemunhos; amo-os extremamente”.
Sl 139.14 “Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem”.
Pv 2.10 “Pois a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será aprazível à tua alma;”
Pv 24.14 “Sabe que é assim a sabedoria para a tua alma: se a achares, haverá para ti recompensa, e não será malograda a tua esperança”.
Jo 10.24 “Rodearam-no, pois, os judeus e o interrogaram: até quando deixarás a nossa alma em suspenso? Se és o Cristo, dize-o francamente”.
Atos 15.24 “Visto sabermos que alguns que saíram entre nós, sem nenhuma autorização, vos têm perturbado com palavras, transtornando as vossas almas”.

Observação: A mente é a principal parte da alma humana, mas por outro lado é a mais difícil de encontrar versículos bíblicos para confirmar ser ela uma das partes da alma. Exatamente porque quando o pensamento ou raciocínio da alma acontece é que ela se manifesta, e os pensamentos se manifestam através dos sentimentos, desejos e intenções. Ou seja, não existem, pelo menos na Bíblia, textos que falem do pensamento em si, desassociando das emoções e desejos. Quando o rico insensato de Lucas 12.16-21, diz que ele falou com a sua alma, é um dos poucos casos em que a mente fala com a alma na Bíblia. Os sentimentos nada mais são do que pensamentos trabalhados, em cada sentimento há várias ideias por detrás. É muito mais fácil encontramos a mente trabalhando no coração do que na alma, porque praticamente a alma é a própria mente. A palavra “alma” é a tradução do vocábulo grego yuch, (PSYKHÉ, origem da palavra “psicologia”, o estudo da mente). Alma é um termo latino, sua raiz é ANIMA, refere-se ao que torna o corpo animado. Os animais, como a Bíblia mostra claramente, também são almas, mas almas diferentes das dos seres humanos, porque não foram criados à imagem de Deus, não possuindo a imortalidade, nem a autoconsciência de existência, nem a consciência das coisas e de Deus.

b) Vontade:
Dt 14.26 “E aquele dinheiro darás por tudo o que desejares, por bois, por ovelhas, por vinho, por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; comerás ali perante o Senhor teu Deus, e te regozijarás, tu e a tua casa”.
Dt 18.6 “Se um levita, saindo de alguma das tuas cidades de todo o Israel em que ele estiver habitando, vier com todo o desejo da sua alma ao lugar que o Senhor escolher,”.
I Sm 2.16 “se lhe respondia o homem: Sem dúvida, logo há de ser queimada a gordura e depois toma quanto desejar a tua alma; então ele lhe dizia: Não hás de dá-la agora; se não, à força a tomarei”.
I Sm 22.20 “Agora, pois, ó rei, desce apressadamente, conforme todo o desejo da tua alma; a nós nos cumpre entregá-lo nas mãos do rei”.
II Sm 3.21 “Então disse Abner a Davi: Eu me levantarei, e irei ajuntar ao rei meu senhor todo o Israel, para que faça aliança contigo; e tu reinarás sobre tudo o que desejar a sua alma: Assim despediu Davi a Abner, e ele se foi em paz”.
I Rs 11.37 “Então te tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma, e serás rei sobre Israel”.
Jó 6.7 “Nessas coisas a minha alma recusa tocar, pois são para mim qual comida repugnante”.
Sl 63.1 “Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água”.
Sl 77.2 “No dia da minha angústia busco ao Senhor; de noite a minha mão fica estendida e não se cansa; a minha alma recusa ser consolada”.
Sl 84.2 “A minha alma suspira! sim, desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo”.
Sl 107.9 “Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta”.
Sl 119.20 “A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanças em todo o tempo”.
Sl 130.6 “A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã, sim, mais do que os guardas pela manhã”.
Sl 143.6 “A ti estendo as minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti”.
Sl 13.19 “O desejo que se cumpre deleita a alma; mas apartar-se do ma e abominação para os tolos”.
Pv 21.10 “A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não agrada aos seus olhos”.
Is 26.8 “No caminho dos teus juízos, Senhor, temos esperado por ti; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma”.

c) Emoções:
Gn 42.21 “Então disseram uns aos outros: Nós, na verdade, somos culpados no tocante a nosso irmão, porquanto vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava, e não o quisemos atender; é por isso que vem sobre nós esta angústia”.
Lv 16.29 “Também isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e não fareis trabalho algum, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vos;”
Nm 21.4 “Então partiram do monte Hor, pelo caminho que vai ao Mar Vermelho, para rodearem a terra de Edom; e a alma do povo impacientou-se por causa do caminho”.
I Sm 2.33 “O homem da tua linhagem a quem eu não desarraigar do meu altar será para consumir-te os olhos e para entristecer-te a alma; e todos os descendentes da tua casa morrerão pela espada dos homens”.
Jz 16.16 “E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a alma dele se angustiou até a morte”.
I Sm 1.10 “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou muito,”
I Sm 30.6 “Também Davi se angustiou; pois o povo falava em apedrejá-lo, porquanto a alma de todo o povo estava amargurada por causa de seus filhos e de suas filhas. Mas Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus”.
II Sm 5.9 “Mas Davi, respondendo a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimom, e beerotita, disse-lhes: Vive o Senhor, que remiu a minha alma de toda a angústia!”
II Sm 2.8 “Ora, Davi disse naquele dia: Todo o que ferir os jebuseus, suba ao canal, e fira a esses coxos e cegos, a quem a alma de Davi aborrece. Por isso se diz: Nem cego nem, coxo entrara na casa”.
I Rs 1.29 “Então o rei jurou, dizendo: Vive o Senhor, o qual remiu a minha alma de toda a angústia,”
II Rs 4.7 “Chegando ela ao monte, à presença do homem de Deus, apegou-se-lhe aos pés. Chegou-se Geazi para a retirar, porém, o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu, e não mo manifestou”.
Jó 3.20 “Por que se concede luz ao aflito, e vida aos amargurados de alma;”
Jó 7.11 “Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma”.
Jó 10.1 “Tendo tédio à minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma:”
Jó 19.2 “Até quando afligireis a minha alma, e me atormentareis com palavras?”
Jó 27.2 “Vive Deus, que me tirou o direito, e o Todo-Poderoso, que me amargurou a alma;”
Jó 30.16 “E agora dentro de mim se derrama a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim”.
Jó 30.25 “Não chorava eu sobre aquele que estava aflito? ou não se angustiava a minha alma pelo necessitado?”
Sl 16.9 “Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança”.
Sl 19.7 “A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples”.
Sl 23.3 “Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome”.
Sl 35.9 “Então minha alma se regozijará no Senhor; exultará na sua salvação”.
Sl 44.25 “Pois a nossa alma está abatida até o pó; o nosso corpo pegado ao chão”.
Sl 57.6 “Armaram um laço para os meus passos, a minha alma ficou abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram”.
Sl 69.10 “Quando chorei e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas”. Este verso é importante também para mostrar qual a finalidade do jejum, que é aborrecer a alma em sua vontade, para que esta se volte para Deus.
Sl 86.4 “Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha alma”.
Sl 88.3 “porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima do Seol”.
Sl 94.19 “Quando os cuidados do meu coração se multiplicam, as tuas consolações recreiam a minha alma”.
Sl 107.26 “Eles sobem ao céu, descem ao abismo; esvaece-lhes a alma de aflição”.
Sl 119.28 “A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra”.
Pv 21.23 “O que guarda a sua boca e a sua língua, guarda das angústias a sua alma”.
Ec 2.24 “Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer que a sua alma goze do bem do seu trabalho. Vi que também isso vem da mão de Deus”.
Ct 5.6 “Eu abri ao meu amado, mas ele já se tinha retirado e ido embora. A minha alma tinha desfalecido quando ele falara. Busquei-o, mas não o pude encontrar; chamei-o, porém ele não me respondeu”.
Is 1.14 “As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer”.
Is 15.4 “Assim Hesbom como Eleale andam gritando; até Jaaz se ouve a sua voz; por isso os armados de Moabe clamam; estremece-lhes a alma”.
Is 38.15 “Que direi? como mo prometeu, assim ele mesmo o cumpriu; assim passarei mansamente por todos os meus anos, por causa da amargura da minha alma”.
Is 58.3 “Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso? por que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que jejuais, prosseguis nas vossas empresas, e exigis que se façam todos os vossos trabalhos”.
Is 61.10 “Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como noivo que se adorna com uma grinalda, e como noiva que se enfeita com as suas jóias”.

2) A razão da imortalidade da alma humana
Com esses versículos que mostram as partes da alma, podemos defini-la como sendo “a sede do pensamento, emoção e vontade, que constitui a própria identidade do homem, o seu “ego” ou ser, que se expressa por meio do corpo. Quando o homem foi criado a Bíblia deixa claro que o homem foi feito numa alma vivente (Gn 2.7). O mesmo é dito dos animais (Gn 1.24), no entanto, os animais não foram criados a imagem de Deus, e é exatamente isso que torna o homem diferente dos animais (Gn 9.5, 6). A vida humana ou sua alma é o próprio homem, mas essa vida ou alma é imortal porque foi criada a imagem de Deus.

3) As duas partes do homem (interior e exterior).
Já o espírito humano é um componente da constituição do ser humano difícil de ser compreendido. O espírito é algo de natureza etérea, invisível e sem forma. Está ligado a alma humana de tal forma que são quase indistintos (Hb 4.12). E sendo incorruptível como diz 1Pe 3.4 é exatamente ele que faz a alma humana ser imortal. Se não fosse o espírito humano nossas almas não passariam de um conjunto de ideias, sentimentos e desejos que se expressariam através de um corpo, e que findo este também se findaria a alma. Mas os textos bíblicos deixam transparecer que existe uma parte do ser humano que é mortal (o corpo), deixando transparecer que a outra parte, a interna, é imortal:

“porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus” (Rm 7.22). Este versículo confirma que existem dois homens, um interior e outro exterior.
“é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade” (1Co 15.53). Este verso estabelece que o corpo humano não é incorruptível como a outra parte de nosso ser.

“Porque na verdade, nós, que estamos neste tabernáculo, gememos oprimidos, não porque queremos ser despidos, mas sim revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida” (2Co 5.4). Este texto revela que o corpo humano é apenas um vestido para o homem interior, e que aquele é mortal em relação a este. Outros textos reforçam essa idéia, como Mt 6.25, que afirma que o corpo constitui-se apenas de um vestido para o homem interior, e Mt 10.28, que declara que a morte do corpo é diferente da morte da alma. A morte do corpo é quando ele entra em estado de deterioração em decorrência da sua separação do espírito (Tg 2.26), já a morte da alma só acontece quando ela for por Deus enviada ao lago de fogo, ficando para sempre separada de Deus (2Ts 1.9; Mt 25.41).
Quando a Bíblia diz que a alma que pecar é esta que morrerá (Ez 18.4), fica claro que alma nessa passagem é vista em sua totalidade, significando a própria pessoa. Quando uma pessoa (mente, vontade e emoções) pecar, esta pessoa deverá ser separada do corpo. É bom ficar claro que “morte” na Bíblia não significa inexistência, de modo que uma alma pode morrer fisicamente, no caso, quando sair do corpo.

4) O espírito humano.
O espírito humano pode assim ser definido como “a parte imaterial onde ocorre o juízo (consciência), responsável pelo autoconhecimento, o conhecimento das coisas e de Deus”.
O livro de Provérbios (20.27) define o espírito como “a lâmpada do Senhor a qual esquadrinha todo o mais íntimo do coração”. Exatamente porque o espírito é a parte do homem encarregada do autoconhecimento (1Co 2.11). É pelo espírito que nos convertemos e temos acesso ao conhecimento espiritual.

5) A voz interior e seus locutores.
Quando Deus fala com o homem, Ele usa o espírito, a chamada voz da consciência. Mas essa voz interior também pode ser usada por nós e pelo diabo. Ela sempre será a mesma, não há diferença na voz que ouvimos no nosso coração quando Deus ou nós ou o diabo nos fala. O que precisamos é de discernimento para identificarmos quem está falando conosco pela nossa voz interior. O jejum é um bom recurso para sabermos identificar nossa voz, para por eliminação conhecermos as outras duas (a de Deus e a do diabo). Quando jejuamos ouvimos o clamor altissonante de nossa voz pedindo comida. A voz de Deus sempre vem baseada na sua Palavra escrita na Bíblia e em nossos corações. Já a voz do diabo sempre visa a nossa glória em detrimento da de Deus ou a nossa ruína, ora nos levar a sermos grandes, superiores aos outros, melhores homens de Deus... Ora a nos conduz a depressão. A voz do diabo é sempre baseada no pecado e na nossa natureza pecaminosa. Há pessoas que se sente nada, inúteis, e sua a subestimação o diabo pode as fazer pensar que são inúteis. Para outros o diabo trabalhará no orgulho, outros na diligência, outros na preguiça. Cada um é cada um. Por isso precisamos nos conhecer bem pela palavra de Deus (Hb 4.12, 13), que serve de instrumento para separar que ações são de nossa alma ou de nosso espírito ressurreto em Cristo (Hb 4.12). Conhecendo-nos podemos nos julgar melhor para evitarmos as correções do Senhor (1Co 11.28-32) e os ardis do diabo, que sempre busca dividir os irmãos, pois sabe que isso nos enfraquece qualquer empreendimento, seja material, seja espiritual (2Co 2.10-11; Mt 12.25).

6) As partes do espírito humano são consciência, comunhão, e intuição. Vejamos alguns textos bíblicos que confirmam isso:
a) Consciência: comparar Rm 8.16 com Rm 10.1, onde mostra que a consciência está diretamente relacionada com o espírito humano.
Jó 32.8 “Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso o faz entendido”.
At 19.21 “Cumpridas estas coisas, Paulo, propôs, em seu espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, porque dizia: Depois de haver estado ali, é-me necessário ver também Roma”.
1Co 1.15 “Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido”.
1Co 5.3 “Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já julguei, como se estivesse presente, aquele que cometeu este ultraje”.
O espírito humano torna homem consciente para si mesmo, nós sabemos que existimos porque temos consciência disso.

b) Comunhão: esta parte do espírito é tanto uma função como um lugar ou espaço distintivo do espírito humano. A função primordial do espírito humano é entrar em contato diretamente com Deus através do Espírito Santo. É o lugar onde recebemos a prova da existência de Deus por excelência, ou seja, Ele mesmo! É quando Deus entra em contato diretamente com o homem que ele passa então a ficar convicto da existência inconteste de Deus.
Is 26.9 “Minha alma te deseja de noite; sim, o meu espírito, dentro de mim, diligentemente te busca; porque, quando os teus juízos estão na terra, os moradores do mundo aprendem justiça”.
1Co 5.4 “Em nome de nosso Senhor Jesus, congregados vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus”.
2Co 4.13 “Ora, temos o mesmo espírito de fé, conforme está escrito: Cri, por isso falei; também nós cremos, por isso também falamos”.
Gl 5.18 “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito. Amém”.
2Tm 4.22 “O Senhor seja com o teu espírito. A graça seja convosco”.
A parte comunhão faz com que possamos ter acesso a Deus, ela torna Deus consciente para nós.

c) Intuição ou percepção:
Gn 26.35 “E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito”.
Gn 41.8 “E aconteceu que pela manhã o seu espírito perturbou-se, e enviou e chamou todos os adivinhadores do Egito, e todos os seus sábios; e Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas ninguém havia que lhos interpretasse”.
I Sm 1.15 “Mas Ana respondeu: Não, Senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; não bebi vinho nem bebida forte, porém derramei a minha alma perante o Senhor”.
Mt 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
Mc 2.8 “Mas Jesus logo percebeu em seu espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e perguntou-lhes: Por que arrazoais desse modo em vossos corações”.
Lc 1.47 “e meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Lc 1.80 “Ora, o menino crescia, e se robustecia em espírito; e habitava nos desertos até o dia da sua manifestação em Israel”
At 17.16 “Enquanto Paulo os esperava em Atenas, revoltava-se nele o seu espírito, vendo a cidade cheia de ídolos”.
2Co 7.1 “Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus”. As imundícias do espírito são sempre ligadas a adoração, quando participamos de comemorações de cultos idólatras ou cantamos louvores mundanos estamos pecando no espírito.
1Co 16.18 “porque recrearam o meu espírito assim como o vosso. Reconhecei, pois, os tais”.
A percepção do espírito faz com que tenhamos consciência do mundo externo. Quando nosso espírito é revestido de poder, ou seja, batizado no Espírito Santo, a percepção espiritual se torna mais ativa e pronta para ser usada pelos carismas espirituais.

7) Como ter a certeza da existência de Deus e da imortalidade.
É no espírito onde o homem tem o contato direto com Deus, depois que crermos no Evangelho. O espírito é a parte do homem onde temos ciência da existência da espiritualidade, nele, sabemos da realidade de Deus e da nossa imortalidade. A prova da existência de Deus, que é Ele mesmo se dá no espírito humano. Quando o Espírito de Deus entra em nosso espírito por ocasião da nossa fé no Evangelho passamos a ter plena convicção da existência de Deus. A realidade da existência de Deus será maior do que a nossa própria, por isso Paulo disse: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21); “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior (o corpo) se corrompa, o interior (a alma-espírito do cristão com Espírito Santo: 1Co 6.17), contudo, se renova de dia em dia” (2Co 4.16. Compare com 2Co 3.18).

8) Últimas considerações.
Algumas explicações precisam ser ditas com respeito ao significado que às vezes a palavra alma por tomar, bem como sobre o coração humano:

 O amor do homem pela mulher ocorre na alma: Gn 34.3 “Assim se apegou a sua alma a Diná, filha de Jacó, e, amando a donzela, falou-lhe afetuosamente”.
 Quando se fala da morte da alma, isto significa a separação que ocorre quando a alma sai do corpo (Jó 27.8), quando isso ocorre tanto podemos dizer que o corpo ou que alma do indivíduo ou o próprio indivíduo morreu, o que não quer dizer nem que o corpo deixou de existir nem a alma. Apenas passaram para outro estado.
 A alma significa “vida” quando se refere a sua atividade no mundo físico.
 Para as Testemunhas de Jeová, o significado da alma humana se estende ao corpo, para elas o corpo humano vivo é a alma humana. Mas a alma é distinta do corpo. Ela é a personalidade do homem, o corpo é apenas o vestido da alma (Mt 6.25). Por isso tem mais sentido dizer que o homem possui um corpo em vez de falar que o homem tem uma alma.
 A alma humana é personalidade dos seres humanos. É a identidade pessoal de cada pessoa. Portanto, nos diferenciamos uns dos outros pela alma.
 O coração humano é o mundo interior do homem, a sede ou o lugar virtual, onde a alma e o espírito da pessoa se coordenam para estabelecer as emoções, ideias e intenções, que se expressarão pelo corpo. Uma emoção da alma desassociada do espírito não será consciente. Um doente mental, por exemplo, é alguém que tem sua alma, ou seja, seus pensamentos, emoções e desejos manifestos sem a participação do seu espírito (sua consciência). Por sua vez uma alma organizada, ou seja, que estabelece suas ideias, emoções e vontades tende a aprimorar o juízo, isso pode ser visto no desenvolvimento de uma criança, aonde sua alma e seu espírito aos poucos vão se desenvolvendo até estabelecerem a personalidade da pessoa. Uma criança tem espírito e alma, mas necessitará das emoções, da vontade e dos pensamentos serem computados pelo espírito no coração para formarem o ser interior de alguém. Portanto, o coração, seria a sede das ações da alma associada com o espírito humano. Quando Bíblia fala do coração fica evidente que ela o vê como um lugar virtual e interior onde os pensamentos e sentimentos em conexão com a consciência são trabalhados, esse lugar só é conhecido pelo homem e por Deus. As referências a seguir mostram que as partes da alma e do espírito trabalham no coração do homem: a mente faz parte do coração (Mt 9.4; 13.15; 15.19; Mc 2.6; Lc 1.35; Jo 12.40; At 28.27; Rm 1.21; Ef 1.18; Hb 4.12), assim como os sentimentos (Jo 12.22; At 2.46; 7.54; 21.13; Rm 9.2; Tg 3.14), a vontade (Mt 5.28; At 11.13; Rm 10.1; Hb 4.12), a consciência (At 15.9; Hb 10.22; 1Jo 3.20, 21), a intuição (Mt 5.8; 11.29, ser manso ou humilde de coração é ter a percepção dessas características em nossa vida; Mc 7.6; Lc 8.15; At 7.51; 8.21; Rm 2.29) e a comunhão (At 16.4; Rm 5.5; Gl 4.6; Cl 3.15; Hb 8.10; 1Pe 3.15; 2Pe 1.19). Como podemos ver cada parte da alma e do espírito trabalham no coração.
 Os processos psíquicos, em que a alma trabalha juntamente com o espírito humano para produzirem uma atitude ou comportamento é a função do coração humano, quando a Bíblia diz que se crê no coração (Rm 10.9, 10) ou que alguém possui o coração reto (Hb 10.22), puro (1Tm 1.5), singelo (At 2.46; Cl 3.22), endurecido (At 7.51; 28.27; Hb 3.8), enganado (Tg 1.26; 5.5), perverso (Hb 3.12), ou quando fala de perguntar ao coração (Rm 10.6) ou meditar (Lc 2.19), propor (Lc 21.14), etc, ela está falando de atitudes processadas e estabelecidas pelas ações da alma e do espírito humano. Essas informações são de propriedade exclusiva da pessoa e só Deus as conhece e pode revelar (1Sm 16.7; Sl 7.9; Jr 11.20; 17.10; At 1.24; 5.4; 8.21, 22; 1Co 14.25; Ap 2.23).
 Quando a Bíblia fala dos rins, ela se refere ao espírito, que é a parte mais profunda do coração (Rm 2.29; 1Co 2.9-11), em que todas as coisas que o homem fez, pensa ou fará estão registradas em sua consciência e “sub-consciência”, são as entranhas (At 1.18; 1Pe 3.4; Fp 2.1).
 As Testemunhas de Jeová costumam dizer que o conceito de “alma” como uma parte imaterial teve sua origem na filosofia grega, e isso é verdade, mas também é verdade que esse significado se estabeleceu antes de Cristo vir a terra, quando, pois Jesus e os apóstolos usaram a palavra grega “alma” (psiquê), eles o fizeram por causa desse significado que ela possuía. Se Jesus e seus discípulos quisessem que a alma humana possuísse o significado atribuído pelas Testemunhas de Jeová, eles teriam usado a palavra grega “bíos” que claramente tem esse significado de vida física.
 Os sonhos de Deus, e não as simples reações da alma quando estamos dormindo, são nos dados por Deus em nossos espíritos (Dn 2.1; At 2.17). Nem sempre os sonhos que lembramos são os de Deus. Geralmente nos lembramos dos sonhos quando acordamos do sono na sua fase mais profunda. Mas o sonho de Deus é claro e facilmente lembramos-nos dele, pois foi dado em nosso espírito (Gn 41.8; Dn 2.3), onde a parte principal é a consciência. O diabo também pode conceder sonhos e visões, que se alimentam da mentira e do engano dos espíritos das trevas pelo fato de Deus abandonar os que rejeitam sua Palavra (Mt 4.8; Jr 23.27, 32; Zc 10.2; 2Ts 2.11).
 Os animais não possuem espírito incorruptível como os seres humanos (1Pe 3.4), mas o “espírito” ou fôlego de vida, o que seria a respiração que também o homem possui, note:

Gn 2.7 “Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida, e o homem tornou-se alma vivente”. Este fôlego aqui no texto bíblico é a respiração. O espírito incorruptível foi crido em Gn 1.26, onde a criação do homem é abordada no sentido espiritual, e não biológica como se dá aqui neste verso do capítulo 2 de Gênesis. Mas mesmo em Gn 2.7 o espírito incorruptível está presente na expressão de que o homem tornou-se alma vivente. A alma vivente é o homem em processo de vida, e não o homem vivo, como pensam as Testemunhas de Jeová e os adventistas. Ora, o homem alma vivente é o homem com a vida que Deus lhe deu, que seria indestrutível se ele permanecesse fiel ao mandamento de não comer a árvore da ciência do bem e do mal (leia e entenda: árvore do conhecimento do pecado). Mas, sabemos que nosso primeiros pais não foram fiéis ao mandado de Deus e entraram no processo de morte física pela morte espiritual. Se comessem da árvore da vida seriam tornados imortais no corpo, mas mortos espiritualmente, por isso Deus os proibiu de tomarem da árvore da vida (Gn 3.22). O Plano de Deus era recuperar o homem de dentro para fora, o que ocorreu em Jesus, que nos dá a vida eterna (comunhão com Deus pelo Espírito) para nos levar a ressurreição do corpo (Jo 5.24, 25, 28; 6.40; Rm 8.11; 2Co 5.1-6).
Is 31.3 “Porque os egípcios são homens, e não Deus; e os seus cavalos, carne, e não espírito; e quando o SENHOR estender a sua mão, tanto tropeçará o auxiliador, como cairá o ajudado, e todos juntamente serão consumidos”.
Gn 7.22 “Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu”... A expressão “narinas” deixa claro que se refere a respiração.
Jó 34.14 “Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito E o seu fôlego,”. Fica claro por este versículo que o fôlego de vida é distinto do espírito.
Is 42.5 “Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela”. Aqui também vemos que a respiração é diferente do espírito humano.
O texto de Eclesiastes 3.19 que diz que os homens e os animais possuem o mesmo espírito deve ser entendido dentro do seu contexto. Nos versos anteriores a este versículo lemos “que Deus julgará o justo e o ímpio, porque há um tempo para todo propósito e para toda obra. Disse eu no meu coração: Isso é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os brutos. Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos” (Ec 3.17 e 18). Portanto, se não houvesse o julgamento de Deus, os homens seriam em si mesmos iguais aos animais. Mas este julgamento haverá, e mostrará que os homens são superiores aos animais (Ec 12.14).



Luiz Sousa em Cristo eternamente!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

As crônicas das guerras espirituais de 20.11.09

AS CRÔNICAS DAS GUERRAS ESPIRITUAIS
Reminiscências de um Cavaleiro de Jesus dos anos 90.
A pequena Ester e o terrível endemoniado do bairro Mucuripe.
A luta contra a torcida de futebol do Ceará.

O incidente se deu em 20.11.09, no mesmo dia em que o time de futebol do Ceará subiu para a primeira divisão do futebol brasileiro, e que, também no mesmo dia e quase no mesmo horário, o time da torcida rival, o Fortaleza, desceu para a terceira divisão. De modo que os ânimos estavam nas alturas no Estado do Ceará, era alegria de mais para uns, e tristeza de menos para outros. Por conta disso, ouviam-se fogos de artifícios e gritos longínquos durante todo o decorrer da tarde. Vozes e barulhos tal qual o som cheio do mar era inevitável não tomar ciência do que ocorria na Cidade de Fortaleza. Um dia histórico. Mas em cada dia existe uma eternidade! – anota esta mais nova frase João (Ele gosta de frases incríveis de pensadores, enquanto eu gosto de não lê-las, para não dizer que sou plagiador quando escrevo as minhas). Cada dia é cheio de histórias, de lutas, tristezas, mortes, decisões, e este dia, para mim, reservou algo muito impressionante no mundo espiritual, que infelizmente para muitos crentes mundanos e “mundanos”, só serviu para falar sobre qual time ele torcia quando era incrédulo, ou se é possível o crente ainda torcer por um time específico, ou para reclamar do barulho dos tolos torcedores, enfim, os crentes acomodados, viventes do mundo, fora da sintonia com o Espírito Santo, sem orar, ler a Bíblia, desconectado do mundo espiritual. Quero nesse relato chamar você para orar por nós, para nos ajudar, doar ofertas, participar de alguma forma nas guerras que se travam sempre nos finais de semana, que a mais de 20 anos tenho enfrentado, muitas vezes, sozinho pelos becos, vielas, ruas e bairros de Fortaleza, mas que agora, enfim, estão sendo divulgadas para o mundo. Vivi grandes aventuras, já que as igrejas “curtiam” seus pregadores profissionais e não tinha vaga para um homem que de verdade queria ajudar as pessoas a entenderem melhor a Bíblia para serem um bênção. Para não ser como outros que morriam de inveja daqueles e se sentiam desprezados e postos de lado, ou para não ser como os ouvintes sequiosos de alimentos mais saborosos em mensagens novas e interessantes que os pregadores profissionais sempre criavam, fui para o mundo pregar o evangelho. Esse mundo eclesiástico de astros e fãs, ou de frustrados e insatisfeitos, não era pra mim. Mas muitos histórias, batalhas e lutas e enfrentamentos com o diabo e seus exércitos já não me lembro, e temo aumentar ou diminuir buscando as lembranças que talvez só servissem para me exaltar fora da medida. O fato de não gostar de contar por mim mesmo por esses medos de exagerar fez com que esquecesse de verdade muitas coisas, que vez por outra, alguém que viu acidentalmente ou porque se converteu depois conta que fiz, e que nem sequer mais me lembro. Uma vez um rapaz chegou para mim na igreja Assembleia de Deus do Serviluz, dizendo: “foi você, foi você, que naquele dia me falou de Jesus. Irmão, depois daquele dia, minha vida mudou e hoje sou um servo de Deus”. Outro, num testemunho, que contava a toda a igreja como se convertera, dizia, que um dia, estava em casa e ouviu um rapaz falando no meio de uma rua para praticamente ninguém. Mas surpreso, ficou olhando pela fresta da porta, enquanto Deus falavam profundamente em seu coração, ali, escondido, decidiu por ser um crente, e apontado para mim disse: “foi esse o rapaz que pregava para as casas fechadas, no meio do sol, sem ninguém dar atenção!”. Quantas pessoas foram tocadas por Deus por minha instrumentalidade e que não tive o privilégio de saber, só Deus sabe, mas o que sei é que eu queria fazer a vontade de Deus em anunciar seu evangelho a toda criatura, mesmo que não fosse visto, incentivado, condecorado, ou paparicado por jogos de interesses, como costuma acontecer nos bastidores da vida eclesiástica. E se falo isso agora, é por desejo de incentivar a outros a fazerem o mesmo. Há muito que humilhação e exaltação já não é problema para mim. Vivo diante de Deus e na eternidade, e não prestando atenção se sou notado, citado ou coisa parecida. Ironicamente, a vez que mais percebi que eu era citado e comentado, foi quando eu tive de me ausentara das pregações públicas (que chamamos aqui no Ceará de campanhas-relâmpago) por um tempo. E aconteceu que apareceu um irmão que tinha uma voz parecida com a minha. Assim, nem fora das guerras eu deixei de nelas me encontrar pela, digamos, fama já conquistada, mesmo porque nunca fui de querer ser só o que pregava, mas sempre dava a oportunidade para os outros desenvolverem seus talentos de pregador, muitas vezes eu nem sequer pregava, apenas ficava levando a caixa de som, enquanto ensinava ou corrigia alguma falha doutrinária dos pregadores-leigos. De modo que, mesmo eu não estando presente nas pregações, todos pensavam que era eu quem estava na frente, conduzindo aqueles, que meus críticos diziam, eram meus imitadores (Risos. Quem desejará me imitar?! E sempre fui sábio para evitar aquilo que chamo de “síndrome do mímenis”. Quando seu imitador se volta contra você por vergonha de sido descoberto em atitudes semelhantes as suas). Mas deixemos essas reminiscências para a eternidade.
Naquele dia, 20.11.09, eu tinha decidido que iria para o endemoniado do Mucuripe, do qual me falara a irmã Cleô da capela de Moriá do mesmo bairro. Ela disse que o rapaz era tão perigoso como endemoniado de quem eu expusara o demônio da favela Soporê. Liguei para o Ernani para saber se ele não queria ir na casa desse rapaz comigo e depois irmos para a Beira-mar pregar o Evangelho para os ricos e para o mundo. Pois, a Beira-mar é um verdadeiro mundo em Fortaleza, onde encontramos estrangeiros, empresários, madames, empregadas, estrelas, famosos, anônimos e trabalhadores ambulantes e feirantes. Cada um mais carente do Evangelho que os outros, mesmo entre os neo-evangélicos, que lotam a feirinha, como pessoas frequentam seitas a universal do reino de deus, internacional da graça e suas variações, e que obtém a prosperidade vendendo suas bugigangas para os turistas, ou os evangélicos tradicionais, atualmente mundanos, como os assembleianos, os batistas, presbiterianos etc. O fato é que esse mundo de professos seguidores de Cristo realmente revela ser dedicado trabalho, ávidos por dinheiro e vida próspera, ou quando mais comedidos, por independência financeira e dignidade, já que os empresários não querem quebrar a lei positivamente, pagando salários dignos a seus funcionários além dos limites que o Governo estabelece. Ali, pregamos para os policias, os traficantes ocultos, as prostitutas, o sonegadores de impostos, novos publicanos (guarda municipal), as dondocas, os filhinhos de papai, os esportistas criados pela mídia, os vabundos, os fisioculturistas, os artistas, os humoristas, para os que querem mostrar seus corpos-ídolos, enfim, para os “abestados” e os perdidos desse mundo tenebroso, que precisam sair de casa para se sentirem vivos.
Antes de irmos para a Beira-mar nos dirigimos para a casa do endemoniado, apelidado “vareta”, mas que não tinha, como eu supunha, nada de magreza, visto que um apelido pode dizer exatamente o contrário do que parece sugerir. Nome do rapaz era “Carlinhos”. E era forte e cheio de tatuagens. O endereço dele foi praticamente descoberto pelo Eduardo por sugestão. Já que a irmã Cleô não se encontrava no Mucuripe para nos levar até a residência do mesmo. Mas providencialmente o Eduardo sentiu que podia descobrir a casa dele. Eu já gostei, essa coisa de sair como quem não sabe bem a onde é muitas vezes benéfica para o impacto que Deus quer dar às pessoas, e até aos seus servos. Fomos no carro do Ernani. Estavam ali: eu; Eduardo, dirigente da congregação do Mucuripe; a Raquel, esposa do Ernani, o próprio Ernani e a filhinha dele, a Ester, que tem...? Vou ligar para o Ernani agora para saber precisamente a idade dela. Está desligado! Vou ligar então para o João Batista. Não atende! Vou ligar para o Pastor Glauco. Enfim! Obtive resposta. Segundo o Pastor, via glauquinho, o filho dele, a Ester possui cerca de dois aninhos.
Ao chegarmos ao lugar, fronteira do bairro Mucuripe com Verdes Mares, perto de um dos cruzamentos mais perigosos de Fortaleza, que sempre tem policias de prontidão, por conta dos roubos, logo fomos orientados por duas meninas que prontamente nos guiaram a mãe do rapaz. Ela, ouvindo o motivo de minha visita, logo deu graças a Deus, como se eu fosse o resultado de suas desesperadas orações. Prontamente, ainda com a janta na boca, e o prato na mão, nos conduziu até a casa onde estava o rapaz. Não era bem uma casa, era mas um covil, descuidado, sem nada e abandonado, onde o rapaz estava num tipo de estupor, dominado pelo mal, sem nenhum humano ao seu lado; o Eduardo, reconhecendo o rapaz, teve um abalo, e ficou ao que parece meio sem reação. Assim que cheguei, entrando na casa pedi para o rapaz se sentar e que ficasse à vontade, afinal, disse eu brincando, mas sério, a casa é sua mesmo! Mas ele se recusou a sentar e fazia menção de fugir, insisti, mas seu medo era terrível de mim, ele saiu rápido para os fundos da casa, para um cômodo de uma, digamos, ex-cozinha. Fui duro e direto:
– Carlos, estou aqui para libertá-lo do poder do mal. E você tem de nos dizer se quer ou não. Se você não quiser, eu irei embora agora! Não deixarei os espíritos se manifestarem, nem humilharei você pondo de joelhos sob a influência dos espíritos imundos. Mas você tem de me dizer se quer ou não se libertar do poder do mal.
Ele estava tanto surpreso, quanto meio tonto, visivelmente atribulado pelos espíritos. A todo momento, ele fazia perguntas de busca de entender a fundo o eu que dizia, tipo: “O quê? e “Como?!”. Era triste! Um jovem de no máximo uns 25 anos, completamente perdido, sem chance e esperança. Provavelmente também viciado em drogas e, sobretudo, controlado pelos espíritos das trevas. Um abismo de outro abismo. Estava no fundo do poço, ou melhor dizendo, no fundo da fossa de excrementos humanos e fétidos, de tal modo, que ninguém ousaria entrar para tentar ajudá-lo. Mas Jesus, agora, estava ali, a luz enfim brilhava na boca do buraco mais profundo da porta da inferno.
Ele tentava fugir de mim, dizendo que queria dormir, que estava cansado, que já conhecia todas essas coisas de religião. Estava numa cegueira tal que ignorava completamente seu próprio estado de miséria e perdição, como alguém que fendendo muito não sabe que assim se encontra, a não ser que outro tenha a bondade, e a coragem, de informá-lo do odor vergonhoso que exala.
Mas eu não agia por sensibilidade, como passo nessas linhas. Eu era direto e duro. Queria saber se ele realmente queria a libertação, tal qual Jesus ao perguntar aos aflitos se queriam de fato receber a bênção, já que muitos já aceitam, pelo costume, o estado de sofrimento, e quando dizem que querem é sem acreditar de fato ou sem pesar as palavras, daí perguntas diretas e aparentemente óbvias são tão importantes (Jo 5.6; Mt 20.32):
– Carlos, hoje eu te mostro os dois caminhos: A desgraça, a morte, o buraco da sepultura e as chamas do inferno, que se abrem para ti, e Jesus, com sua graça, vida, esperança, alegria e satisfação. Escolha! Agora! Vamos, se você quiser se ajoelhe e busque a Deus, invocando o nome do Senhor.
Ajoelhei-me ao lado dele por incentivo, O Ernani fez o mesmo, mas ele recusava, então, fiz menção de ir embora, sendo ainda mais duro e incisivo, como se aquela fosse a última esperança para ele, sua mãe interveio, tentando acordá-lo e sentindo que de fato aquele era a última chance de seu filho. Mas, como que sufocando o sentimento materno, e falando palavras diretas para seu espírito pelo poder do batismo do Espírito Santo, o vi cair de joelhos e o céu se abrindo. Logo estava orando por ele, fazendo-o invocar o nome de Jesus Cristo, mas então, num lance espetacular, como que Deus querendo envergonhar as forças malignas espirituais ali presentes em nossas vidas, como fez em Jesus (Cl 2.15), chamei a filhinha do Ernani. Vem aqui, Ester, vem orar por esse homem! A criança de dois anos de idade veio correndo como quem está participando de uma brincadeira e orou repetindo as minhas palavras pela vida daquele. Os principados e as potestades do mal daqueles bairros ficaram então sabendo que terão muito trabalho conosco (At 19.15).
Saímos da casa, sob os apelos da mãe do rapaz para fazermos outras visitas, o que obviamente farei, e aqui aproveito para pedir que todos que leem estas linhas: orem para que Deus opere mais ainda na vida daquele homem até que saibam o fim glorioso ou trágico dessa história. Pois sei, que o Carlos apenas viu a luz, sentiu a presença de Deus e sabe que há um chance de conseguir a vitória pelo Cordeiro de Deus, que também é Leão real da tribo dos judeus, o Capitão dos exércitos do SENHOR Deus trino.
Fomos então para a Beira-mar. Lá chegando, logo conseguimos uma vaga providencial para o Ernani estacionar o carro, a irmão Raquel, esposa do Ernani, até disse “Isso é até um milagre!”.
O Ernani teve a idéia deixar a Raquel e Ester passeando no trenzinho da Beira-mar enquanto nós íamos para a guerra. Disse, então, que depois também traria meus filhos para passearem também no trenzinho. Nossos filhos devem brincar bastante. Segundo Zc 8.5 as crianças brincarem é visto como uma bênção de Deus, e as crianças devem mesmo brincar, é coisa de criança (1Co 13.11). E além do mais, a Ester merecia.
Dirigimos-nos para a plataforma da praça dos estressados, de onde costumo pregar, sempre com muita graça e unção. Mas, foi quando nos apercebemos da carreata barulhenta da torcida do Ceará em comemoração a subida desse time de futebol para a primeira divisão, e que não adiantaria esperar que ela passasse, para que em maior silêncio, pudéssemos pregar o evangelho. Nós pregamos apenas na garganta e o Gleyciano, que prega a plenos pulmões, como o pastor Glauco, não estava presente. Mas Deus já nos providenciou um megafone de primeira, na próxima crônica ela já deve aparecer com toda uma nova história de uma tal Narcíso. Então senti um impulso para evangelizar as pessoas da carreatam, e quase instantaneamente, lembrei que tinha trazido um maço do folheto que eu tinha escrito para a AMEC (Associação Moriá de Educação Cristã), o folheto “O Telefonema do Inferno” (em anexo). E decidi que iria evangelizar os torcedores.
No primeiro carro que cheguei, que tinha o som bem alto, ao entregar o folheto com o rosto de leão, ouvi a lamentação do motorista que me levou ao riso:
– Não, não, não me multe não! Eu já estou saindo.
Expliquei-lhe que se tratava de um folheto que eu mesmo escrevera e que era da parte de Deus. Então, passei a entregar o folheto dizendo que era mais grave que uma multa de um milhão de dólares, a fim de que instigasse as pessoas da carreata para lê-lo. Saí de carro em carro entregando folhetos. No meio ao barulho e agitação, senti que Deus brilhava, meu sobretudo, a roupa que já me fez receber os mais diversos apelidos: Neo, Wanhelsing, Batman, Pequeno Príncipe, Sherlock Homes, Drácula, Jedi... mostrava agora a que veio para mim, de apontar um profeta de Deus, um Elias do Evangelho, como os irmãos da minha antiga igreja julgaram que era por isso que eu então me vestia com ele. Acho que talvez foi para isso mesmo que as coisas concorreram sem que eu me apercebesse, pois, na verdade, eu usei a indumentária incomum, porque minha mãe me deu e eu achei bonita, mais que um paletó, que diga-se, é menos quente e mais confortável. Mas atualmente, eu quase já nem ligo mais para o impacto que causo nas pessoas por causa da roupa, uns sentem inveja, mas se sentem encorajados a serem tão excêntricos, como julgam que sou, para não dizer doido. As crianças me veneram, minha esposa acha lindo, e eu, eu quero é pregar o Evangelho, impactar esse mundo, ser um super-herói de Jesus, se assim me chamarem, usar da mitologia para que a mensagem cristã seja ouvida, que me importa, com tanto que o Evangelho seja anunciado puro e chocante como a mensagem mais importante do Universo (Fp 1.18), tudo é válido para glória de Deus. Já que é só isso que as pessoas atuais desejam: mitologias, fantasias, ficções, fábulas... como bem profetizou o Apóstolo Paulo (2Tm 3.4), pois bem, se é para isso que a Bíblia diz os homens atentarão, é isso que vou usar para mostrar-lhes o Evangelho e a doutrina cristã, usando assim uma profecia negativa em prol da causa de Cristo.
Entre os torcedores da carreata o Eduardo nos apontou um dos assessores do Governador do Estado, que era usado como escudo, e logo dispensou os policiais que tentaram por as coisa em ordem. Ao saber corri para ele e dei-lhe o folheto com a mesma cara de filho de Leão da tribo de Judá, sério, compenetrado e como a maior autoridade do mundo. Depois me voltei e dei um folheto ao diretor da torcida o Ceará, ao qual ele pacientemente leu em público, compenetrado e meditativo, enquanto eu fiquei olhando fixamente para sua leitura. Depois de uma rápida reflexão, ele parou, baixou a cabeça e saiu, dando uma a batida no meu ombro. A festa acabara para ele.
Depois o nos dirigimos a feirinha da Beira-mar. O Eduardo pregou autoridade. Enquanto eu murchava qualquer manifestação de brincalhões e piadistas de multidão, aqueles que só falam se escondendo no povo. No momento em o Eduardo falou contra as manifestações das torcidas do Ceará e foi vaiado, eu bradei, como um Leão: Epa! Respeita!! Tão pensando o quê?! O silêncio foi sepulcral. E disse para o Eduardo continuar.
\Depois preguei com graça, unção, ousadia... e deixo para quem quiser saber os detalhes a cargo do Eduardo.
O Ernani não quis pregar. Ele gosta mesmo é do evangelismo pessoal, ou com caixa de som. Quando estávamos indo embora, o Eduardo me disse: “Acho que o Ernani não é profeta como nós, Luiz!”. Em meu espírito eu ri, e agora choro, é bom ter um cara como o Eduardo ao meu lado. O Ernani, eu não sei, mas que a filha dele, de dois anos de idade, é uma bênção e entrou para a história, isso eu sei!

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

Anexo 1:

O TELEFONEMA DO INFERNO
Imagine que daqui a 20 anos você esteja morto e sofra nas chamas do inferno por ter se recusado a receber a Cristo como o Salvador e Senhor da sua vida. E Deus lhe concedesse a oportunidade de você fazer uma ligação telefônica de alguns minutos para você mesmo agora no presente, o que você diria a você mesmo para lhe convencer a se arrepender e crer em Jesus como seu Senhor e Salvador.
Faça o que você determinou e se livre da condenação do inferno.