quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Estudo de palavras

Estudo de palavras O verbo ὑπείκω (HUPEÍKO) que ocorre apenas em Hb 13.17 falando para se obedecer aos guias ou pastores é formado da preposição HUPÓ e o verbo grego EIKO que significa "ceder", "soltar", "retroceder". Tem origem em EIKÓN (imagem) o sentido é o de se assemelhar, a ideia que passa é de alguém que se submete a outro que é semelhante.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Atos 17.30

Esclarecendo o texto de Atos 17.30. O texto acima citado registra: “mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam”. Alicerçados nesse texto, alguns acham que os pecados cometidos antes de suas conversões devem ser desconsiderados. Alegam, por exemplo, que divórcios, adultérios, assassinatos e crimes que deixam sequelas sociais, foram todos perdoados e por isso não devem ser levados em conta depois que nos convertemos. Quem pensa dessa forma demonstra que não entende o que significa o perdão no cristianismo. Na cruz, Jesus recebeu o castigo da separação de Deus que nossos pecados nos trariam (Mt 27.46 comp. com Mt 7.23; Rm 6.24), quem nEle crer está livre da condenação da morte eterna; no entanto, as consequências dos nossos pecados não foram anuladas. Mesmo depois de perdoado e salvo, Paulo ainda sentia as consequências de sua perseguição à igreja (1Co 15.9). O Senhor Jesus ficará com as cicatrizes de seu sacrifício por nossos pecados para toda a eternidade. Na verdade o texto de At 17.30 não está dizendo que Deus não leva em conta o pecado dos homens, mas que não leva em conta os tempos da ignorância para conceder-lhes o direito ao arrependimento, pois tanto a fé como o arrependimento para a salvação são concessões amorosas de Deus para os judeus e posteriormente aos gentios (At 3.31; 11.18; 13.46-48; 14.27; Fp 1.29; Tt 2.11, 12). Se o texto de At 17.30 estivesse dizendo que Deus não levaria em conta o que os homens fazem porque não sabiam plenamente a verdade, os gentios antes de Cristo não seriam condenados, seria muito melhor Jesus nunca ter vindo para salvar os homens, bastaria deixá-los na ignorância do Evangelho. E o que dizer da revelação natural da justiça de Deus, citada por Paulo na carta aos romanos, quando diz que a ira de Deus se manifesta contra o pecado, e que seus atributos invisíveis que tornam os homens indesculpáveis em suas impiedades, maldades e idolatrias (Rm 1.18-32)? Não faria sentido. O texto de Rm 2.12-16 também deixa claro que todos os que pecaram, com ou sem a lei, serão julgados por seus pecados. Os que não tinham a lei de Moisés revelavam a lei escrita em seus corações, testificando juntamente suas consciências e pensamentos, quer acusando-os ou defendendo-os. Portanto, o texto de At 17.30 não está dizendo que Deus ignora os pecados dos homens que desconhecem as normas e ensinos contidos em sua palavra escrita.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Mitologia cristã 1

Trecho do livro Mitologia Cristã - Uma teologia especulativa de Luiz Sousa Por que o mandamento do Sábado (uma normal cerimonial) está nos dez mandamentos? Os dez mandamentos representam toda a lei de Moisés que tanto continha normas morais como cerimoniais. As duas tábuas por sua vez apontam que toda a lei, com normas morais e cerimoniais se resumiam nos dois maiores mandamentos de amar a Deus e ao próximo. Os nove mandamentos morais do decálago é que seria o representante ou número que apontavam um todo, como os nove dons espirituais e as nove virtudes do fruto do Espírito. Ter apenas um único mandanento cerimonial que apontava o antítipo do descanso em Cristo, quando um sábado de descanso de obras seria instaurado pelo evangelho é o motivo desse mandamento está no decálogo e não que este seria uma norma moral.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Lucas 23.43

Explicando Lucas 23.43 que diz ''E disse-lhe em verdade te digo, hoje comigo estarás no paraíso''. Adventistas e Testemunhas de Jeová explicam esse texto que claramente defende a imortalidade da alma do mesmo modo, dizem que os textos gregos originais não tinham vírgula. Sim, mas se esquecem que depois o texto grego foi pontuado precisamente e nesse texto não foi colocada a vírgula. O argumento dos adventistas e das testemunhas de Jeová na verdade é contra eles mesmos, pois quem precisa de vírgula para esse texto afim de justificar suas doutrinas são eles, pois o texto original não tinha pontuação. E na verdade o problema não é de pontuação, mas de arranjo sintático das palavras. Se Jesus quisesse dizer como desejam os adventistas e as testemunhas de Jeová sua frase seria: Hoje em verdade te digo que estarás comigo no paraíso'', mas Jesus não falou assim, o que Ele disse foi: Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso. A palavra 'hoje' (SÉMERON em grego) está depois da frase ''eu te digo'' e não antes. Deve-se ainda dizer que ninguém ao falar diz que ao falar fala hoje, isso não tem sentido, quando falamos algo, falamos naquele momento, que é o hoje. Se fosse para dizer algo parecido como querem as testemunhas de Jeová ou os adventistas, Jesus teria usado o advérbio ''agora'' (VUV em grego) e não ''hoje''. Jesus ao falar ao malfeitor buscava confortá-lo já lhe antecipando algo, o homem pediu para ir ao Reino de Deus, e Jesus lhe disse, que já naquele dia, estaria com Ele no paraíso. E só complementando, alguns têm dito que existe uma regra grega que um advérbio grego entre dois verbos se liga ao verbo antecessor, mas em Lc 23.43 o advérbio ''hoje'' não está entre dois verbos, ele segue imediatamente o verbo dizer, que geralmente iniciava uma declaração. Já em Lc 19.5 quando Jesus disse ''desce depressa, hoje convém ficar em tua casa'', o mesmo advérbio grego ''hoje'' está imediatamente antecedido de um verbo, no caso, o verbo descer, e a vírgula é colocada entre esse verbo o advérbio no texto grego, exatamente como em Lc 23.43. P.S.: É preciso que se diga, que o códex ou códice vaticano do quarto século apresenta uma pontuação feita de data anterior a sua confecção, visto que no século quarto o grego koiné não era pontuado. Essa pontuação que se apresenta é bem posterior e de modo algum é original, foi feita por alguém que tentou pontuar o manuscrito muitos anos depois. O códex sinaítico da mesma data desse, por exemplo, não tem correção posterior nesse versículo, visto que também ele tem essa mesmo tipo de correções posteriores. Para quem estuda a crítica textual essas correções posteriores não são levadas em conta, mas apenas o texto original. E vendo a correção do manuscrito nesse verso, percebe-se que não havia espaço para se colocar uma vírgula no versículo e que sem dúvida ela é posterior. O tal hebraísmo que, segundo o adventista Rodrigo Silva, supostamente influenciou o grego bíblico, como na frase do texto hebraico "o mandamento que hoje te ordeno", é de fato ligado a muitos textos do Antigo Testamento, mas não se trata de um hebraísmo, mas do simples fato de se relatar o que acontecia ou o que Deus ordenava naquele mesmo dia, afinal a Palavra de Deus estava sendo escrita ou sendo proferida naquele instante, e é isso que é enfatizado e que não influenciou o grego do Novo Testamento que já se confirmou era o mesmo usado pelos escritores não cristãos da época do helenismo, onde se escrevia e falava esse dialecto, o koiné. Além do mais, uso do advérbio "hoje" numa posição para que significasse "agora" é perfeitamente possível, mas não é o caso de Lc 23.43 visto, como já expliquei, Jesus queria antecipar para aquele dia o pedido futurístico do malfeitor crucificado ao seu lado, era como uma garantia de sua estada no Reino que Cristo implantará. https://www.facebook.com/899269383417114/posts/3413499075327453/

Jo 5.18

Abolição do sábado por Jesus Lemos em Jo 5.18 "Por este motivo os judeus mais procuravam matá-lo; não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus" (Almeida). No original grego o verbo traduzido por "quebrantava' é o o verbo grego LYO e significa "soltar", "libertar", "abolir", e o sentido em Jo 5.18 é "abolir", e uma boa tradução seria: "Por este motivo os judeus mais procuravam matá-lo; não só ABOLIA o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. O Dicionário de grego/português do Gingriche e do Danker afirma na página 128 que esse é o sentido desse verbo essa passagem Jo 5.18 e em Mt 5.19 e Jo 7.23 e Jo 10.35.

Ec 3.17-21

Eclesiastes 3.17-21 17 ειπα εγω εν καρδία μου συν τον δίκαιον και συν τον ασεβη κρινει ο θεός οτι καιρος τω παντι πράγματι και επι παντι τω ποιηματι 18 εκει ειπα εγω εν καρδία μου περι λαλιας υιων του ανθρωπου οτι διακρινει αυτους ο θεός και του δειξαι οτι αυτοι κτηνη εισιν καί γε αυτοις 19 οτι συνάντημα υιων του ανθρωπου και συνάντημα του κτηνους συνάντημα εν αυτοις ως ο θάνατος τουτου ουτως ο θάνατος τουτου και πνευμα εν τοις πασιν και τί επερίσσευσεν ο ανθρωπος παρα το κτηνος ουδεν οτι τα πάντα ματαιότης 20 τα πάντα πορευεται εις τόπον ενα τα πάντα εγενετο απο του χοός και τα πάντα επιστρεφει εις τον χουν 21 και τίς οιδεν πνευμα υιων του ανθρωπου ει αναβαίνει αυτο εις ανω και πνευμα του κτηνους ει καταβαίνει αυτο κάτω εις γην 17 Disse eu em meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio porque a tempo para todas as coisas e para toda obra; 18 ali, disse eu ainda no meu coração: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os animais. 19 Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais: a mesma coisa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são passageiros (transitórios). 20 Todos vão para um lugar; todos são pó e todos ao pó tornarão. 21 Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra? Comentário: Este texto, muito usado pelos materialistas e crentes que o homem não possui uma alma-espírito imortal, é facilmente esclarecido quando o lemos dentro de seu contexto, o verso 17 é a base de todo o entendimento da passagem. O juízo de Deus é o que diferenciaria o homem dos animais. Se não houvesse um juízo de Deus para os homens, eles de fato não seriam diferentes dos animais, já que na morte, no momento fatal, tanto os homens como os animais têm um mesmo fim, ou seja, são levados à decomposição física. O versículo 21 a palavra grega πνευμα tem o sentido de fôlego, de respiração, e não de espírito no sentido de parte imaterial que sobrevive a morte do seres humanos. O contexto demonstra isso claramente. Em passagens bíblicas como Jó 34.15 e Is 42.5, em que a distinção entre o fôlego de vida e o espírito são explicitamente percebidos. Assim, podemos concluir que o termo grego PNEUMA (espírito) abarca não apenas um significado, mas vários, e o contexto é fundamental para decidir qual aquele que mais se adequa a cada passagem especificamente: Em Jó 34.14 lemos: “Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego,”. Fica claro por este versículo que o fôlego de vida é distinto do espírito. Em Is 42.5 encontramos: “Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela”. Aqui também vemos que a respiração é diferente do espírito humano. Os animais não possuem espírito incorruptível, mas o espírito ou fôlego de vida, o que seria a respiração que também o homem possui, notem: Is 31.3 “Porque os egípcios são homens, e não Deus; e os seus cavalos, carne, e não espírito; e quando o SENHOR estender a sua mão, tanto tropeçará o auxiliador, como cairá o ajudado, e todos juntamente serão consumidos”. Gn 7.22 “Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu”. A expressão “narinas” deixa claro que se refere à respiração.

Mt 26.28

Por que em Mateus 26.28, que diz ''pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados'', Jesus disse que seu sangue era derramado por muitos e não por todos? Seria um apoio ao ensino da expiação limitada?? A explicação é que Jesus estava instituindo a Santa ceia, e nela se celebra o aspecto de pacto do sangue de Cristo, que existe apenas entre Cristo e sua igreja. O sangue do Senhor Jesus foi vertido na cruz por todos, mas apenas os que crerem no Evangelho estabelecem um pacto em seu sangue, tendo a remissão dos pecados. Esse pacto do sangue que Cristo tem com sua Igreja nem os salvos do Antigo Testamento tem parte.

Lc 11.27,28

Correções de traduções bíblicas – Lucas 11.27, 28 3) Lucas 11.27,28 Εγενετο δε εν τω λεγειν αυτον ταυτα επαρασα τις φωνην γυνη εκ του οχλου ειπεν αυτω, Μακαrια η κοιλια η βαστασασα, σε και μαστοι ους εθηλασας αυτος δε ειπεν, μενουν μακαrιοι οι ακουοντες τον λογον του θεου και φυλασσοντες. “Aconteceu que, ao dizer estas coisas, levantou a voz certa mulher da multidão, dizendo para Jesus: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram! E Jesus disse: VERDADEIRAMENTE são bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. O termo grego μενουν, conforme o Léxico do Novo Testamento Grego, de Frederick W. Danker, página 133, ocorre apenas em três passagens em todo o Novo Testamento, em Rm 9.20; Fp 3.8 e na registrada passagem de Lucas, e apenas em Lucas o termo tem o sentido de contrariedade ou adversativo, nas outras duas passagens sua tradução tem um sentido afirmativo. Analisando agora pela hermenêutica, vemos que, no Evangelho de Lucas, Maria de fato guardou a palavra de Deus enviada a ela pelo Anjo Gabriel, ao receber o anúncio de que seria a mãe do Filho de Deus. Ela afirmou: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra (Lc 1.38); o que depois confirmou a sua parente Isabel, cheia do Espírito Santo: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor? Pois, logo, que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro de mim. Bem-aventurada a que CREU, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor (Lc 1.42-45). Se fizermos o paralelo desses dois trechos de Lucas acima citados com o trecho que analisamos no início, ficará claro que Jesus não seria contra alguém chamar sua mãe bem-aventurada, pois foi exatamente por ela ouvir e guardar a palavra de Deus que ela veio a ser assim considerada. O texto, portanto, de Lc 11.27,28 seria assim o cumprimento do que profetizara a própria Maria em seu cântico Magnificat: “Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus em meu Salvador, porque olhou para a humilhação de sua serva. Sim! Doravante as gerações me chamarão de bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor, Seu nome é santo” (Lc 1.46-49). https://www.facebook.com/899269383417114/posts/3316305661713462/

Pv 16.4

Explicando Provérbios 16.4 com outros assuntos que contestam os calvinistas. Pv 16.4 diz "O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o impío para o dia mal". Esse texto é usado para defender o ensino da predestinação calvinista, mas ele não está de forma alguma apontando para esses conceitos. O ponto do versículo é que Deus fez tudo para atender seus desígnios, e dentre eles poderíamos citar a criação do homem para que sendo sua imagem, conforme sua semelhança, tivesse um arbítrio e muitas outras verdades que frontalmente negariam o calvinismo. Dizer que a até o ímpio foi criado por Deus, não está falando necessariamente de sua impiedade, mas do próprio homem que se tornou ímpio, e que nessa condição efetivada pelo próprio homem, no uso de seu arbítrio, Deus ainda consegue realizar seus desígnios. Vejamos o caso de Faraó, Deus cumpriu seus planos de ser engrandecido pelas pragas do Egito pela obstinação desse homem em não permitir o povo de Israel sair do Egito. O arbítrio de Faraó foi respeitado por Deus, em nenhum momento Deus mudou a vontade de Faraó, chegou mesmo a fortaleçe-la esdurecendo seus sentimentos humanos para que sua vontade prevalecesse mesmo vendo todo o sofrimento do seu povo por conta de sua decisão de não deixar o povo de Israel sair do Egito. Dia mal para o ímpio é o resultado estabelecido por Deus para todo o que não obedece suas leis, não tem nada de predestinação fatalista, mas das consequências propostas por Deus e sua justiça para castigar aqueles que o desobedessem. Vejam o caso do dia da ira de Deus, chamada de grande tribulação, será para os ímpios e não para seu povo que será arrebatado antes desse período, porque como diz Pedro "O Senhor sabe livrar da provação os piedosos, e reservar para os injustos o dia do juízo para serem castigados" (2Pe 2.9). Portanto, não há nenhum indicativo de predestinação calvinista nesse texto de Pedro, da mesma forma como também não há em Provérbios 16.4.

Hb 5.11-14

Tradução e comentário de Hebreus 5.11-14 Texto grego: 11 Περὶ οὗ πολὺς ἡμῖν ὁ λόγος καὶ δυσερμήνευτος λέγειν ἐπεὶ νωθροὶ γεγόνατε ταῖς ἀκοαῖς 12 καὶ γὰρ ὀφείλοντες εἶναι διδάσκαλοι διὰ τὸν χρόνον πάλιν χρείαν ἔχετε τοῦ διδάσκειν ὑμᾶς τινα τὰ στοιχεῖα τῆς ἀρχῆς τῶν λογίων τοῦ Θεοῦ καὶ γεγόνατε χρείαν ἔχοντες γάλακτος [καὶ] οὐ στερεᾶς τροφῆς 13 πᾶς γὰρ ὁ μετέχων γάλακτος ἄπειρος λόγου δικαιοσύνης νήπιος γάρ ἐστιν 14 τελείων δέ ἐστιν ἡ στερεὰ τροφή τῶν διὰ τὴν ἕξιν τὰ αἰσθητήρια γεγυμνασμένα ἐχόντων πρὸς διάκρισιν καλοῦ τε καὶ κακοῦ Tradução 11 A cerca disso, a palavra e a difícil interpretação temos muito a falar, visto que tardios vos tornastes em ouvir. 12 Pois também devendo ser mestres por causa do tempo, estais em necessidade de que alguém vos ensine os princípios elementares dos oráculos de Deus e tende necessidade de leite e não de alimento sólido. 13 Pois todo precisa participar de leite é inexperiente na palavra da justiça, pois é criança; 14 mas o alimento sólido é para os perfeitos, que através da prática as faculdades de discenimento estão desenvolvidas para julgar tanto o bem quanto o mal. Comentário O texto da carta aos Hebreus é realmente muito mais complexo de se traduzir que os demais do Novo Testamento grego. O vocabulário é rico, tendo muitas palavras que só ocorrem aqui, as chamadas HAPAX LEGOMENAS, palavras que ocorrem uma única vez, como é o caso de ÉCSIS que traduzi por "prática" e DYSERMÉNEUTOS (difícil interpretação). Há muito a construção genitivo absoluto, em que toda a fraseologia é construída no caso genitivo. Essa passagem é valiosa porque mostra que o ofício de mestre tido como um dom de Cristo para o ministério (Ef 4.11) pode ser adquirido pelo tempo e não apenas por vocação, desde que haja um cuidado em atentar para a doutrina cristã. No verso 11 a difícil interpretação vem acompalhada da palavra a ser interpretada, por isso fiz questão de destacar isso. Os irmãos a quem a carta foi dirigida não liam nem a palavra que tinha que ser interpretada, daí o motivo de muito ter de falar para eles. Os princípios elementares da doutrina cristã que alguém precisava ensinar aos endereçados, encontram-se alistados logo no capílo seguite (6.1 e 2) sendo eles: Arrependimento, fé, ensinos de batismos e imposição de mãos, ressurreição dos mortos e juízo eterno. Eis os itens do catecismo cristão, negligenciados por conta da polêmica exarcebada do texto de Hb 6.4-6.

Lc 23.43

Explicando Lucas 23.43 que diz ''E disse-lhe em verdade te digo, hoje comigo estarás no paraíso''. Adventistas e Testemunhas de Jeová explicam esse texto que claramente defende a imortalidade da alma do mesmo modo, dizem que os textos gregos originais não tinham vírgula. Sim, mas se esquecem que depois o texto grego foi pontuado precisamente e nesse texto não foi colocada a vírgula. O argumento dos adventistas e das testemunhas de Jeová na verdade é contra eles mesmos, pois quem precisa de vírgula para esse texto afim de justificar suas doutrinas são eles, pois o texto original não tinha pontuação. E na verdade o problema não é de pontuação, mas de arranjo sintático das palavras. Se Jesus quisesse dizer como desejam os adventistas e as testemunhas de Jeová sua frase seria: Hoje em verdade te digo que estarás comigo no paraíso'', mas Jesus não falou assim, o que Ele disse foi: Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso. A palavra 'hoje' (SÉMERON em grego) está depois da frase ''eu te digo'' e não antes. Deve-se ainda dizer que ninguém ao falar diz que ao falar fala hoje, isso não tem sentido, quando falamos algo, falamos naquele momento, que é o hoje. Se fosse para dizer algo parecido como querem as testemunhas de Jeová ou os adventistas, Jesus teria usado o advérbio ''agora'' (VUV em grego) e não ''hoje''. Jesus ao falar ao malfeitor buscava confortá-lo já lhe antecipando algo, o homem pediu para ir ao Reino de Deus, e Jesus lhe disse, que já naquele dia, estaria com Ele no paraíso. E só complementando, alguns têm dito que existe uma regra grega que um advérbio grego entre dois verbos se liga ao verbo antecessor, mas em Lc 23.43 o advérbio ''hoje'' não está entre dois verbos, ele segue imediatamente o verbo dizer, que geralmente iniciava uma declaração. Já em Lc 19.5 quando Jesus disse ''desce depressa, hoje convém ficar em tua casa'', o mesmo advérbio grego ''hoje'' está imediatamente antecedido de um verbo, no caso, o verbo descer, e a vírgula é colocada entre esse verbo o advérbio no texto grego, exatamente como em Lc 23.43. P.S.: É preciso que se diga, que o códex ou códice vaticano do quarto século apresenta uma pontuação feita de data anterior a sua confecção, visto que no século quarto o grego koiné não era pontuado. Essa pontuação que se apresenta é bem posterior e de modo algum é original, foi feita por alguém que tentou pontuar o manuscrito muitos anos depois. O códex sinaítico da mesma data desse, por exemplo, não tem correção posterior nesse versículo, visto que também ele tem essa mesmo tipo de correções posteriores. Para quem estuda a crítica textual essas correções posteriores não são levadas em conta, mas apenas o texto original. E vendo a correção do manuscrito nesse verso, percebe-se que não havia espaço para se colocar uma vírgula no versículo e que sem dúvida ela é posterior. O tal hebraísmo que, segundo o adventista Rodrigo Silva, supostamente influenciou o grego bíblico, como na frase do texto hebraico "o mandamento que hoje te ordeno", é de fato ligado a muitos textos do Antigo Testamento, mas não se trata de um hebraísmo, mas do simples fato de se relatar o que acontecia ou o que Deus ordenava naquele mesmo dia, afinal a Palavra de Deus estava sendo escrita ou sendo proferida naquele instante, e é isso que é enfatizado e que não influenciou o grego do Novo Testamento que já se confirmou era o mesmo usado pelos escritores não cristãos da época do helenismo, onde se escrevia e falava esse dialecto, o koiné. Além do mais, uso do advérbio "hoje" numa posição para que significasse "agora" é perfeitamente possível, mas não é o caso de Lc 23.43 visto, como já expliquei, Jesus queria antecipar para aquele dia o pedido futurístico do malfeitor crucificado ao seu lado, era como uma garantia de sua estada no Reino que Cristo implantará. https://www.facebook.com/899269383417114/posts/3413499075327453/

O hebraico e a Trindade

Os termos hebraicos que confirmam a doutrina da Trindade e os argumentos dos unicistas. Em hebraico há duas palavras para 'um': אֶחָֽד = Echad e יָחִיד = Yachid, que significam, respectivamente, “unidade composta” e “unidade absoluta”. E em Dt. 6.4 um texto chave para o monoteísmo bíblico, que declara que o Senhor é um, a palavra usada é Echad 'um composto' e não Yachid que significa 'um absoluto' e isso é um dos argumentos que aponta uma clara defesa da Trindade, mostrando que já no Antigo Testamento Deus já era apontado como um ser em pluralidade como ensina a doutrina da Trindade, um único Deus constituído de três pessoas. Todavia, os unicistas, os que defendem que Deus é uma única pessoa tem procurado argumentar para defender suas ideias apresentando alguns textos que parecem negar esse fato. E aqui veremos seus argumentos e faremos os devidos esclarecimentos. A) Tentando dizer que Yachid não significa unidade absoluta. Dizem os unicistas: Isaque é classificado como único filho de Abraão em Gn. 22.2. “E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque…” Mesmo sendo usado Yachid, no original hebraico, ele não era, absolutamente, o único. Abraão tinha outros filhos: Ismael, por exemplo, Gn. 16.15. Mais velho que Isaque 20 anos, além de filhos de sua velhice com suas concubinas Gn. 25.6. O fato de Isaque ser chamado de ÚNICO se explica porque unidade absoluta não é o conceito da palavra יָחִיד (Yachid), podendo significar além de único, sozinho; abandonado, etc. Usam, também, na tentativa de confirmar o que pretendem, Pv. 4.3, mas este, de igual modo, não confirma o conceito pretendido, pois se reconhecermos Salomão como o escritor do capítulo 4, ele poderia ser o único de sua mãe, mas não era o único de seu pai, por aí, também, não teríamos a unidade absoluta requerida pelos argumentadores. Refutação: Isaque era sim o único filho de Abraão e Sara, que Deus tinha feito o herdeiro da promessa. Assim, o fato de Abraão ter outros filhos com outras mulheres não nega que Isaque era o único filho de Abraão e Sara e o único herdeiro da promessa. O texto de Pv 4.3 ao contrário do que dizem os unicistas confirma que o sentido da palavra hebraica Yachid é único absoluto pois Betseba de fato só foi mãe de Salomão. O fato de Davi ter tido outros filhos com outras mulheres não vem ao caso. B) Tentando negar que Echad não tem o sentido de unidade composta. 1) Jr 6.26. Dizem os unicistas sobre esse verso onde ocorre Echad: Tem-se em Jr. 6.26, outro versículo que costumam citar, mas nesse caso é o valor único do filho e não o fato de ser um filho. A intenção não recai na quantidade, mas no valor de ser único. Refutação: A questão é que nesse caso a unidade composta é válida sim, exatamente porque esse único filho compõe todo o conjunto de expectativas. 2) Gn 2.24. Argumentam os unicistas: Outro versículo requerido, desta feita, para reivindicar unidade composta, para o termo Echad, é Gn. 2.24 “Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne.” Mas, observemos que o texto está mais para linguagem figurada, posto que somente figurativamente podemos entender “uma só carne” referindo-se a dois corpos físicos, ou esteticamente, no ato da relação sexual. “Tornar-se” unidade composta tomando como base seres físicos só se admite se fizermos uma análise muito superficial dessa ideia. Imaginemos agora mais detalhadamente: Um homem e uma mulher, duas unidades fisicamente distintas e literais, casam-se e tornam-se uma só carne. Se o sentido não for figurativo, então, forçosamente teremos que entender que para tornar-se unidade composta, seriam quebradas as leis da física, pois dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo; criando um novo ser, um hermafrodita: homem e mulher em “uma só carne”, e se o sentido é, de fato, figurado, então, essa passagem de Gênesis não serve como ponto de apoio correlacional à Dt.6.4 como requerido pelos defensores do argumento trinitário. A insistência vem também através da leitura de I Co. 6.16,17, mas, nesse caso, o verso 16 fala do pecado da prostituição quando um homem “torna-se um” com a meretriz; e no seguinte se informa que ao ajuntar-se com o Senhor o homem se torna um mesmo espírito, assim, ou o sentido é diverso daquele requerido pelos defensores da pluralidade composta de Echad nesses versos (Gênesis e I Coríntios), ou então Deus não é apenas uma trindade, mas uma poliunidade; muitos milhares de pessoas seriam um Espírito com o Senhor: “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (ARA). Nesse pormenor de I Coríntios, não estou opinando, mas, apenas questionando. Refutação: Ora, se ambos, marido e esposa, duas pessoas, são uma só carne, está sim se falando de uma unidade composta. Seja figurada, seja mística ou representativa a unidade é composta. 3) Dt 17.6. Dizem os unicistas: Outro versículo que mostra bem o engano do argumento que afirma ser אֶחָֽד (Echad) a palavra exata para designar uma “unidade composta” é Dt. 17.6 “Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá”. Pela boca de uma só testemunha ninguém deveria ser condenado. “Uma só” ali é אֶחָד e, sem dúvidas, essa única testemunha não é uma composição de testemunhas; nem vários entes em uma só testemunha ou coisas do gênero. Pelo contrário, a ideia do contraste numérico é inconfundível; é absolutamente UM. Refutação: Ora, se é necessário três testemunhas para se confirmar um evento ou fato é porque esse evento ou fato precisava de uma unidade composta por três pessoas para ser aceito ou confirmado, uma única testemunha deveria ser recusada exatamente por esse testemunho não ser um conjunto de duas ou três pessoas, nesse caso é o Echad do testemunho de uma testemunha que deve ser recusado, ou seja, mesmo que o depoimento seja composto por um conjunto de informações pela testemunha, ele não deveria ser aceito, porque é o conjunto de pessoas que dá validade e não a testemunha com sua história. Além disso, é preciso lembrar que o texto está falando de pessoas, e pessoas são formadas de corpo, alma e espírito, portanto são unidades compostas. O mesmo raciocínio se aplica ao texto de Ec 4.8, onde também o termo Echad é usado para uma única pessoa. 4) Ct 6.9. Dizem os unicistas: Cantares 6.9: “Porém uma é a minha pomba, a minha imaculada, a única de sua mãe, e a mais querida daquela que a deu à luz …” Tanto a palavra “uma”, quanto a palavra “única” é tradução de אַחַת, uma forma feminina da palavra אֶחָֽד e como se pode perceber, não podemos requerer “unidade composta” nessa filha única, e, não se pode negar que apenas e somente uma é a amada que Salomão ali. Refutação Ora, a esposa de Salomão é sua esposa, e como tal é uma só carne com ele, que já vimos é o fundamento da unidade composta. Sendo a única filha de sua mãe a esposa de Salomão tornou-se para sua mãe uma unidade composta agora casada com Salomão.

Rm 9.5

Traduções comentadas - Rm 9.5 Texto grego ὧν οἱ πατέρες καὶ ἐξ ὧν ὁ Χριστὸς τὸ κατὰ σάρκα ὁ ὢν ἐπὶ πάντων Θεὸς εὐλογητὸς εἰς τοὺς αἰῶνας ἀμήν Tradução dos quais são os pais e dos quais o Cristo segundo a carne, sendo ele, sobre todos, Deus bendito para sempre amém. Esse verso tem sido vertido em algumas traduções como se fosse uma glorificação a Deus pai e não uma declaração referente a Jesus Cristo. Mas para que fosse algo uma glorificação como: "Deus seja bendito para sempre amém!" o verbo ser grego, o EIMÍ, deveria está no presente ou no imperativo, mas ele está no particípio (ὢν) e está dizendo o que Cristo é. E assim não pode significar uma glorificação a Deus, mas uma afirmação sobre Jesus. Além disso o contexto fala do lamento de Paulo por conta do povo israelita mesmo tendo grandes vantagens sendo o povo escolhido por Deus no Antigo Testamento ainda em sua grande maioria rejeitava o evangelho. Paulo não poderia está glorificando a Deus em tal triste situação.

Perseverança dos santos

Perseverança na santidade. O ensino da perseverança dos santos deveria ser visto mais como uma capacidade dada por Deus de não pecarmos e não se envolver com as paixões mundanas do que um direito de não perdermos a salvação. Os calvinistas enxergam esse ensino por esse prisma de promessa, mas o crente em Jesus, que tem uma nova natureza, participante da divina, pelo Espírito Santo, sabe que tem nisso, nessa nova vida dada por Deus, a liberdade do pecado e que é exatamente por isso que sabe que não mais voltará para o mundo. É no novo nascimento que o ensino da perseverança dos santos deve ter sua base e não numa promessa de não se perder. Quem é vencido pelas paixões mundanas de 2Pe 2.17-20 é porque não participa da natureza divina de 1Pe 1.3,4, sendo mais do que vencedor sobre o pecado pela graça de Deus em Cristo Jesus. Devemos desconfiar de pessoas que reafirmam perseverança dos santos para justificar seus deslizes. Um crente verdadeiro deve ser muito mais combativo contra o pecado e o mundanismo do que um arminiano que parece o tempo todo lembrar esse ensino porque precisa assegurar sua salvação. Não é por medo de perdermos a salvação que combatemos o pecado, mas porque nascemos de novo. A prova para o anabatista que sua salvação era eterna vinha por causa da recusa de negar o cristianismo mesmo sob tortura, queimaduras e afogamento. A perseverança em seguir a Cristo mesmo nas mais terríveis adversidades era o sinal da perseverança de Jesus como chama Apocalipse 1.9. Textos como 1Jo 3.9 "Quem é nascido de Deus não comete pecado, porque a semente de Deus permanece nele, e ele não pode pecar, porque é nascido de Deus" e 2Pe 1.3, 4 "visto que o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude, pelas quais Ele nos tem comunicado as suas preciosas e mil grandes promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, tendo escapado da corrupção que há no mundo por sua concupiscência" são os textos que comprovam a perseverança dos santos e não um ditado de "uma vez salvo, salvo para sempre!", que mais parece uma chancela para pecar.

Imortalidade da alma

A primeira menção da imortalidade da alma. Em Gênesis 4.10 quando Deus disse a Caim logo depois que matou seu irmão que a voz do sangue de Abel clamava por Ele. Fica evidente que essa afirmação indicava que alguma do morto Abel ainda existia. Quando comparamos esse versículo com Ap 6.9-11 que fala das almas que debaixo do altar também clamam por por vingança por terem sidos mortas, fica claro que a voz do sangue de Abel clamando a Deus era também sua alma. Conforme Mt 23.35 todas as pessoas que foram assassinadas estariam reunidas num tipo grupo afim de intensificar o clamor por justiça. E alguém poderia perguntar: Mas por que a Bíblia não esclareceu logo sobre a imortalidade da alma? Ora, no Antigo Testamento o propósito de Deus era que os homens dessem atenção a vida na terra e não a da eternidade. Apenas em Jesus é que a vida eterna e a imortalidade foi trazida à luz (2Tm 1.10).

Possesão demoníaca e crimes

Seria possível alguém endemoniado cometer um crime e alegar inocência por conta da possessão?! A resposta é não! Em casos de possessão demoníaca a pessoa não consegue praticar um ato objetivo contra o próximo. Havendo um conflito de domínio o espírito imundo não consegue controlar a pessoa de modo que ela faça algo completamente fora si. O que sempre acontece é algum malefício contra a própria pessoa possessa, nunca contra alguém ou de modo incriminador. Em Tiago lemos que "cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência (natureza pecaminosa). Depois, havendo a concupiscência concebido, dá luz o pecado, e o pecado, sendo consumado, gera a morte" (1.14, 15).

Explicando textos difíceis da interpretação calvinista 2

Lição 10 Explicando textos que aparentemente apoiam a interpretação calvinista da predestinação. Nesta lição, selecionamos alguns textos bíblicos usados pelos calvinistas para defender seus ensinos. Faremos as devidas explicações para retirar todas as dúvidas. A) Rm 8.29 é 30. Rm 8.29,30 "Porquanto aos que de antemão conheceu, também predestinou para serem conformes à imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou". O ponto em foco da interpretação desse texto está na primeira frase "aos que de antemão conheceu". O verbo grego que traduz a expressão "antemão conheceu" é PROGINÓSKO formado da preposição PRÓ (antes) e o verbo GINÓSKO (conhecer). Falando desse verbo e seu correspondente substantivo grego em sua Teologia Sistemática, o calvinista Loius Berkof, diz o seguinte: "O sentido das palavras PROGINOSKEIN é PROGNOSIS no Novo Testamento não é determinado pelo uso que delas é feito no grego clássico, mas pelo sentido especial da palavra hebraica YADA. Elas não indicam simples previsão ou presciência intelectual, a mera obtenção de conhecimento de alguma coisa de antemão, mas, sim, um conhecimento seletivo que toma em consideração alguém favorecendo-o, e que o faz objeto de amor, e, assim aproxima-se da ideia de predestinação, At 2.23; (cp. 4.8); Rm 8.29; 11.2; 1Pe 1.2. Estas passagens simplesmente perderão o seu significado, se as palavras forem entendidas apenas no sentido de conhecer alguém antecipadamente, pois nesse sentido Deus conhece previamente todos os homens". Berkhof para fazer que os termos gregos signifiquem mais que conhecimento antecipado, busca conectar o significado dessas palavras gregas ao vocábulo hebraico YADA (conhecer) , que em algumas passagens no Antigo Testamento indicavam um sentido amoroso, como Gn. 4.1 falando da relação sexual de Adão e Eva. Acontece que a palavra hebraica YADA não corresponde às palavras gregas PROGINÓSKO (conhecer de antemão) e PRÓGNOSIS (presciência) , mas a palavra a grega GNÕSIS (conhecimento). Adão e Eva não podiam ter relações sexuais em tempos diferentes, em Romanos 8.29 Paulo está falando de um conhecimento que apenas Deus podia ter por conta de ser um atributo próprio dele. Quem conhece antecipadamente em Rm 8.29 é apenas Deus, portanto, não se trata de um relacionamento amoroso mútuo, em Deus e os eleitos, mas de fato de um conhecimento prévio de Deus. As palavras em questão com seu real significado de presciência e conhecimento prévio dão um significado especial em Rm 8.29 não por elas mesmas, mas pelo contexto da passagem, onde Paulo está falando para a Igreja. O significado das palavras gregas em questão não se restringem ao grego clássico, isso porque ocorrem em várias passagens bíblicas. Comparando o significado nas diversas ocorrências é que determinamos o seu sentido. PROGINÓSKO ocorre em At 26.5 e 2Pe 3.17 e significa simplesmente um conhecimento antecipado. Berkhof acaba se valendo da mesma forma de interpretar dos teólogos católicos que ao explicar o significado da palavra irmão em grego se valem do hebraico, em hebraico "irmão" pode significar "primo", mas em grego sua etimologia significa "do mesmo ventre", tendo por sua vez uma palavra específica para "primo". B) Em Rm 9.17,18 l. No texto de Rm 9.17,18 que fala de Deus endurecer o coração de Faraó, precisamos entender que a decisão de não deixar o povo sair do Egito foi de Faraó, o próprio Deus previra isso:"Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, a não ser por uma mão forte"(Ex 3.19), Deus não interferiu na decisão de Faraó, apenas tornou seu coração insensível para revelar sua grandeza. C) Os vasos da ira e os vasos da misericórdia. O texto de Romanos 9.19-23 é um texto base para defender a interpretação calvinista da predestinação, daí ser valioso uma exegese clara e consistente para entendermos o que ele realmente quer dizer para nós. É importante percebermos inicialmente que perícope dos versos 19-21 é ilustrativa para que ficasse claro a posição de Deus e do homem, e que nessas condições o homem não tem do que apelar, mas essa ilustração não é o ponto argumentativo em questão. Convenhamos, dizer que um vaso não pode perguntar ao oleiro porque ele o fez de um modo e não de outro não é a mesma coisa que um homem indagar a seu criador sobre algo. Obviamente que Paulo não está dizendo que somos objetos. Sua ilustração tem apenas o objetivo de nos colocar em nosso lugar de criaturas diante de Deus, pois se Ele quisesse não teria o direito de nos considerar como simples objetos? Os textos de onde Paulo retira essa ilustração são Is 29.15, 16 e Is 45.9, no primeiro essa ilustração é usada para mostrar a ilusão de se pensar que Deus não vê nem conhece as intenções dos homens, no segundo o contexto fala da decisão de Deus de trazer seu povo de volta a sua terra por intermédio de Ciro, provavelmente Paulo cita essa passagem de Is 45 porque nela é onde encontra-se Is 45.25 que é o texto em pauta em Rm 9.6, 7. A retórica de Paulo é que Deus poderia se quisesse ser um Deus frio e ditador como o desenhado pelos calvinistas, mas claramente não é essa visão que a Bíblia nos apresenta de Deus. A prova disso é o verso que vem em seguida, o 22, em que Paulo começa agora a argumentar para explicar os procedimentos justos de Deus nos seus vasos humanos. Assim, ao invés de Paulo falar de Deus de um modo autoritário e intransigente, ele diz que Deus na verdade suportou com muita paciência os vasos da ira, mas isso com o objetivo de se fazer conhecido nas riquezas de sua bondade nos vasos da misericórdia. Note que o verso 22 se completa no 23. A partícula grega HINA (a fim de que) faz o enlace entre os vasos da ira com os vasos da misericórdia. Nisso é preciso perguntar o que torna alguém um vaso da ira de Deus? Romanos 2.1-8 responde: "Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade" (ver ainda Rm 1.18-27). É nesse ponto que o texto de Rm 9.19-23 se esclarece, pois os vasos da ira não o são porque Deus os fez, mas por causa de suas próprias escolhas e deliberações contrárias a vontade de Deus. Quando lemos no verso 22 que Deus suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição, precisamos notar que essa preparação não é feita por Deus, mas pelos próprios vasos. O verbo traduzido por "preparar" nesse texto é KATARTÍZO e está no tempo particípio neutro do perfeito médio-passivo ligando-se diretamente a palavra grega SKEUOS traduzida por "vaso", que é uma palavra neutra em grego, desse modo são os próprios vasos da ira que se preparam para a perdição, pois o sujeito, ou melhor dizendo o agente da médio-passiva da frase "preparados para a perdição" não é Deus, mas esses vasos por estarem no mesmo gênero do verbo no original grego. Por outro lado, quando fala dos vasos da misericórdia no verso 23 o sujeito da frase é claramente Deus, e aqui ficará claro porque me preocupei em dizer que os vasos da ira e da misericórdia estão entrelaçados de tal modo que os da misericórdia são o alvo, nos dois versos, o 22 e 23, porque a vontade de Deus é que todos sejam salvos, confirmando o que Paulo disse em Rm 11.32: "Porque Deus encerrou a todos sob a desobediência para ter misericórdia de TODOS". Vale ainda comparar 2Tm 2.20, 21 que diz "Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e PREPARADO toda a boa obra" para mostrar que são os vasos os responsáveis pelas suas próprias classificações. D) João 6.44. Outro texto muito usado para defender os ensinos calvinistas é Jo 6.44 "Ninguém pode vir a mim se o pai que me enviou não o trouxer....". Destaco ainda que o verbo grego traduzido por ''trouxer'' é ELKÚO e tem o sentido de ''puxar'', ''arrastar''. Para entendermos esse texto basta respondermos uma pergunta: Como Deus-Pai traz as pessoas a Cristo? Jo 5.36-40 responde: "Mas o testemunho que eu tenho é maior que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que faço dão testemunho de mim que o Pai me enviou. E o Pai que me enviou, Ele mesmo tem dado testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz nem vistes a sua forma...mas vós NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida". Assim, o modo que Deus-Pai chamava as pessoas a Cristo era por meio dos sinais e milagres (Jo 10.25). Foi o que aconteceu no capítulo 6. Deus concedeu a Jesus o milagre da multiplicação dos pães mas em vez daqueles judeus crerem que Jesus era o Messias estavam apenas interessados no pão que comeram de graça (Jo 6.26). Por isso que Jesus disse que eles não vinham a Ele por causa da obra do Pai. Como os milagres que Deus concedia a Jesus são a base do cristianismo podemos dizer que todos que vêm a Cristo o fazem por causa de Deus-Pai. Quanto ao verbo grego ELKÚO que tem o sentido de arrastar, ele também ocorre em Jo 12.32, que diz: ''E eu, quando for levantado da terra, ATRAIREI TODOS a mim mesmo''. E) Atos 13.46-48 é um dos textos favoritos dos calvinistas para defender seu ensino da predestinação. O comentário do pastor Glauco é perfeito: "Então os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava. Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a PALAVRA DE DEUS; mas, visto que a rejeitais, e NÃO VOS JULGAIS DIGNOS DA VIDA ETERNA, eis que nos voltamos para os gentios; Porque o Senhor assim no-lo mandou: eu te pus para luz dos gentios,a fim de que sejas para salvação até os confins da terra. E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e GLORIFICAVAM A PALAVRA DO SENHOR; e creram todos quantos estavam ORDENADOS PARA A VIDA ETERNA". O Texto não fala de PREdestinação ou PRÉordenação, mas de "ordenados" (ou "dispostos" ou "destinados") naquele momento. A leitura acima deixa tudo claro. A atitude para com a Palavra de Deus mostra como estou em ordem para a vida eterna. Os judeus rejeitaram a PALAVRA e, logo, não se acharam DIGNOS DA VIDA ETERNA. Os gentios GLORIFICARAM A PALAVRA DO SENHOR e, logo, se ordenaram (ficaram em ordem, dispostos) para a VIDA ETERNA. Vale ainda observar: Esse texto de At 13.48 tem uma informação técnica que vale ser dita aqui. A forma verbal do verbo grego traduzido por "ordenados" que é TETAGMÉNOI do verbo grego TÁSSO (designar, ordenar, fixar). Essa forma está na voz médio-passiva, e por isso tem duas formas de ser traduzida. Na voz passiva (o sujeito sofre a ação) ou na voz média (quando a ação é feita em benefício próprio) dependendo assim do contexto. Em Atos 13.48 a tradução ideal é na voz média, ficando o texto assim: "E ouvindo os gentios alegraram-SE e glorificaram a Palavra do Senhor e creram todos quantos ordenavam-se para a vida eterna". Os verbos "alegrar" e "glorificar" estão em grego no imperfeito por isso as traduções colocam um SE em alegravam-SE o que necessariamente prepara o verbo seguinte para ser em ação média e não passiva. Todo o contexto mostra que a ação é dos gentios de ouvir, crer e glorificar. F) Um texto muito citado é Is 45.7,que, diz: "Eu faço a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas as coisas". por conta deste verso muitos acham que o mal como um todo ou ligado ao pecado foi Deus quem criou, mas se lermos com atenção o sentido de "mal" nesse texto é o contrário de paz, e por isso seu sentido não é de mal no sentido moral e absoluto, mas significando a guerra o contrário da paz. Alguns têm rebatido essa explicação dizendo que nós manuscritos do mar marto a palavra paz é substituída por bem e não paz, e por isso acham que mal nesse verso significa o mal moral. Para isso podemos argumentar que tanto as trevas como o mal são derivações da luz e do bem, não tendo sido criadas diretamente por N Deus, são desdobramentos da luz e do bem criados por Deus, as trevas são a ausência da luz, enquanto as trevas são a ausência da luz; tanto é assim que essas coisas boas são citadas em primeiro lugar no versículo. G) Judas Iscariotes, que traiu Jesus, não era um crente salvo? Para responder disso, vejamos o texto bíblico de Jo 6.64-70: "Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam e quem era o que o havia de entregar. E dizia: Por isso, eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai lhe não for concedido. Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele. Entâo disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna e nós temos crido e conhecido que és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo". Esse texto é muito rico, primeiramente deixa claro que Judas Iscariotes nunca foi crente de fato, além disso contesta qualquer conceito de graça irresistível, o modo como Jesus indaga seus doze apóstolos se também queriam deixar de seguir como o demais indiscutivelmente mostra que não havia nenhuma influência forçando que eles o seguissem. Os sinais e milagres que Deus-Pai concedeu para Jesus realizar era o meio de convencer a todos que Jesus era o Cristo, mas nada de graça irresistível, induzindo-os a seguirem a Cristo compulsoriamente.

Explicando textos difíceis da predestinação calvinista

Lição 9 Explicando textos que aparentemente apoiam a interpretação calvinista da predestinação. Nesta lição, selecionamos alguns textos bíblicos usados pelos calvinistas para defender seus ensinos. Faremos as devidas explicações para retirar todas as dúvidas. A) Rm 8.29 é 30. Rm 8.29,30 "Porquanto aos que de antemão conheceu, também predestinou para serem conformes à imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou". O ponto em foco da interpretação desse texto está na primeira frase "aos que de antemão conheceu". O verbo grego que traduz a expressão "antemão conheceu" é PROGINÓSKO formado da preposição PRÓ (antes) e o verbo GINÓSKO (conhecer). Falando desse verbo e seu correspondente substantivo grego em sua Teologia Sistemática, o calvinista Loius Berkof, diz o seguinte: "O sentido das palavras PROGINOSKEIN é PROGNOSIS no Novo Testamento não é determinado pelo uso que delas é feito no grego clássico, mas pelo sentido especial da palavra hebraica YADA. Elas não indicam simples previsão ou presciência intelectual, a mera obtenção de conhecimento de alguma coisa de antemão, mas, sim, um conhecimento seletivo que toma em consideração alguém favorecendo-o, e que o faz objeto de amor, e, assim aproxima-se da ideia de predestinação, At 2.23; (cp. 4.8); Rm 8.29; 11.2; 1Pe 1.2. Estas passagens simplesmente perderão o seu significado, se as palavras forem entendidas apenas no sentido de conhecer alguém antecipadamente, pois nesse sentido Deus conhece previamente todos os honens". Berkhof para fazer que os termos gregos signifiquem mais que conhecimento antecipado, busca conectar o significado dessas palavras gregas ao vocábulo hebraico YADA (conhecer) , que em algumas passagens no Antigo Testamento indicavam um sentido amoroso, como Gn. 4.1 falando da relação sexual de Adão e Eva. Acontece que a palavra hebraica YADA não corresponde às palavras gregas PROGINÓSKO (conhecer de antemão) e PRÓGNOSIS (presciência), mas a palavra a grega GNÕSIS (conhecimento). Adão e Eva não podiam ter relações sexuais em tempos diferentes, em Romanos 8.29 Paulo está falando de um conhecimento que apenas Deus podia ter por conta de ser um atributo próprio dele. Quem conhece antecipadamente em Rm 8.29 é apenas Deus, portanto, não se trata de um relacionamento amoroso mútuo, em Deus e os eleitos, mas de fato de um conhecimento prévio de Deus. As palavras em questão com seu real significado de presciência e conhecimento prévio dão um significado especial em Rm 8.29 não por elas mesmas, mas pelo contexto da passagem, onde Paulo está falando para a Igreja. O significado das palavras gregas em questão não se restringem ao grego clássico, isso porque ocorrem em várias passagens bíblicas. Comparando o significado nas diversas ocorrências é que determinamos o seu sentido. PROGINÓSKO ocorre em At 26.5 e 2Pe 3.17 e significa simplesmente um conhecimento antecipado. Berkhof acaba se valendo da mesma forma de interpretar dos teólogos católicos que ao explicar o significado da palavra irmão em grego se valem do hebraico, em hebraico "irmão" pode significar "primo", mas em grego sua etimologia significa "do mesmo ventre", tendo por sua vez uma palavra específica para "primo". B) Em Rm 9.17,18 l. No texto de Rm 9.17,18 que fala de Deus endurecer o coração de Faraó, precisamos entender que a decisão de não deixar o povo sair do Egito foi de Faraó, o próprio Deus previra isso:"Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, a não ser por uma mão forte"(Ex 3.19), Deus não interferiu na decisão de Faraó, apenas tornou seu coração insensível para revelar sua grandeza. C) Os vasos da ira e os vasos da misericórdia. O texto de Romanos 9.19-23 é um texto base para defender a interpretação calvinista da predestinação, daí ser valioso uma exegese clara e consistente para entendermos o que ele realmente quer dizer para nós. É importante percebermos inicialmente que perícope dos versos 19-21 é ilustrativa para que ficasse claro a posição de Deus e do homem, e que nessas condições o homem não tem do que apelar, mas essa ilustração não é o ponto argumentativo em questão. Convenhamos, dizer que um vaso não pode perguntar ao oleiro porque ele o fez de um modo e não de outro não é a mesma coisa que um homem indagar a seu criador sobre algo. Obviamente que Paulo não está dizendo que somos objetos. Sua ilustração tem apenas o objetivo de nos colocar em nosso lugar de criaturas diante de Deus, pois se Ele quisesse não teria o direito de nos considerar como simples objetos? Os textos de onde Paulo retira essa ilustração são Is 29.15, 16 e Is 45.9, no primeiro essa ilustração é usada para mostrar a ilusão de se pensar que Deus não vê nem conhece as intenções dos homens, no segundo o contexto fala da decisão de Deus de trazer seu povo de volta a sua terra por intermédio de Ciro, provavelmente Paulo cita essa passagem de Is 45 porque nela é onde encontra-se Is 45.25 que é o texto em pauta em Rm 9.6, 7. A retórica de Paulo é que Deus poderia se quisesse ser um Deus frio e ditador como o desenhado pelos calvinistas, mas claramente não é essa visão que a Bíblia nos apresenta de Deus. A prova disso é o verso que vem em seguida, o 22, em que Paulo começa agora a argumentar para explicar os procedimentos justos de Deus nos seus vasos humanos. Assim, ao invés de Paulo falar de Deus de um modo autoritário e intransigente, ele diz que Deus na verdade suportou com muita paciência os vasos da ira, mas isso com o objetivo de se fazer conhecido nas riquezas de sua bondade nos vasos da misericórdia. Note que o verso 22 se completa no 23. A partícula grega HINA (a fim de que) faz o enlace entre os vasos da ira com os vasos da misericórdia. Nisso é preciso perguntar o que torna alguém um vaso da ira de Deus? Romanos 2.1-8 responde: "Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade" (ver ainda Rm 1.18-27). É nesse ponto que o texto de Rm 9.19-23 se esclarece, pois os vasos da ira não o são porque Deus os fez, mas por causa de suas próprias escolhas e deliberações contrárias a vontade de Deus. Quando lemos no verso 22 que Deus suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição, precisamos notar que essa preparação não é feita por Deus, mas pelos próprios vasos. O verbo traduzido por "preparar" nesse texto é KATARTÍZO e está no tempo particípio neutro do perfeito médio-passivo ligando-se diretamente a palavra grega SKEUOS traduzida por "vaso", que é uma palavra neutra em grego, desse modo são os próprios vasos da ira que se preparam para a perdição, pois o sujeito, ou melhor dizendo o agente da médio-passiva da frase "preparados para a perdição" não é Deus, mas esses vasos por estarem no mesmo gênero do verbo no original grego. Por outro lado, quando fala dos vasos da misericórdia no verso 23 o sujeito da frase é claramente Deus, e aqui ficará claro porque me preocupei em dizer que os vasos da ira e da misericórdia estão entrelaçados de tal modo que os da misericórdia são o alvo, nos dois versos, o 22 e 23, porque a vontade de Deus é que todos sejam salvos, confirmando o que Paulo disse em Rm 11.32: "Porque Deus encerrou a todos sob a desobediência para ter misericórdia de TODOS". Vale ainda comparar 2Tm 2.20, 21 que diz "Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e PREPARADO toda a boa obra" para mostrar que são os vasos os responsáveis pelas suas próprias classificações. D) João 6.44. Outro texto muito usado para defender os ensinos calvinistas é Jo 6.44 "Ninguém pode vir a mim se o pai que me enviou não o trouxer....". Destaco ainda que o verbo grego traduzido por ''trouxer'' é ELKÚO e tem o sentido de ''puxar'', ''arrastar''. Para entendermos esse texto basta respondermos uma pergunta: Como Deus-Pai traz as pessoas a Cristo? Jo 5.36-40 responde: "Mas o testemunho que eu tenho é maior que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que faço dão testemunho de mim que o Pai me enviou. E o Pai que me enviou, Ele mesmo tem dado testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz nem vistes a sua forma...mas vós NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida". Assim, o modo que Deus-Pai chamava as pessoas a Cristo era por meio dos sinais e milagres (Jo 10.25). Foi o que aconteceu no capítulo 6. Deus concedeu a Jesus o milagre da multiplicação dos pães mas em vez daqueles judeus crerem que Jesus era o Messias estavam apenas interessados no pão que comeram de graça (Jo 6.26). Por isso que Jesus disse que eles não vinham a Ele por causa da obra do Pai. Como os milagres que Deus concedia a Jesus são a base do cristianismo podemos dizer que todos que vêm a Cristo o fazem por causa de Deus-Pai. Quanto ao verbo grego ELKÚO que tem o sentido de arrastar, ele também ocorre em Jo 12.32, que diz: ''E eu, quando for levantado da terra, ATRAIREI TODOS a mim mesmo''. E) Atos 13.46-48 é um dos textos favoritos dos calvinistas para defender seu ensino da predestinação. O comentário do pastor Glauco é perfeito: "Então os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava. Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a PALAVRA DE DEUS; mas, visto que a rejeitais, e NÃO VOS JULGAIS DIGNOS DA VIDA ETERNA, eis que nos voltamos para os gentios; Porque o Senhor assim no-lo mandou: eu te pus para luz dos gentios,a fim de que sejas para salvação até os confins da terra. E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e GLORIFICAVAM A PALAVRA DO SENHOR; e creram todos quantos estavam ORDENADOS PARA A VIDA ETERNA". O Texto não fala de PREdestinação ou PRÉordenação, mas de "ordenados" (ou "dispostos" ou "destinados") naquele momento. A leitura acima deixa tudo claro. A atitude para com a Palavra de Deus mostra como estou em ordem para a vida eterna. Os judeus rejeitaram a PALAVRA e, logo, não se acharam DIGNOS DA VIDA ETERNA. Os gentios GLORIFICARAM A PALAVRA DO SENHOR e, logo, se ordenaram (ficaram em ordem, dispostos) para a VIDA ETERNA. Vale ainda observar: Esse texto de At 13.48 tem uma informação técnica que vale ser dita aqui. A forma verbal do verbo grego traduzido por "ordenados" que é TETAGMÉNOI do verbo grego TÁSSO (designar, ordenar, fixar). Essa forma está na voz médio-passiva, e por isso tem duas formas de ser traduzida. Na voz passiva (o sujeito sofre a ação) ou na voz média (quando a ação é feita em benefício próprio) dependendo assim do contexto. Em Atos 13.48 a tradução ideal é na voz média, ficando o texto assim: "E ouvindo os gentios alegraram-SE e glorificaram a Palavra do Senhor e creram todos quantos ordenavam-se para a vida eterna". Os verbos "alegrar" e "glorificar" estão em grego no imperfeito por isso as traduções colocam um SE em alegravam-SE o que necessariamente prepara o verbo seguinte para ser em ação média e não passiva. Todo o contexto mostra que a ação é dos gentios de ouvir, crer e glorificar.

Perseverança dos santos

Lição 8 A perseverança dos santos. Dos cinco pontos do TULIP apenas o ensino da perseverança dos santos, que ensina que o crente não perde a salvação é que tem apoio bíblico. Geralmente é por esse ensino que os calvinistas atraem os crentes arminianos às suas doutrinas. Um crente sincero que acha que pode perder a salvação, e por isso não desfruta da segurança da salvação tende a ficar deslumbrado ao ser convencido desse ensino, e acaba aceitando por tabela os outros pontos do TULIP. Nessa lição, iremos confirmar esse ensino, mas também explicaremos porque um calvinista mesmo crendo que não pode perder a salvação tem muita dificuldade de ser salvo. A) Textos que confirmam que o salvo não perde a salvação. Em Jo 5.14 Jesus disse: "aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte que salta para a vida eterna". Aqui temos Jesus confirmando que o crente não perde a salvação em dois aspectos, tanto em não ter mais sede para voltar ao mundo como em uma bênção que começa aqui e vai para a eternidade. Em Fp 1.6 Paulo diz: "Estou plenamente certo que Aquele que em vós começou a boa obra há de completá-la até o dia de Cristo". Que confirma o texto anterior, começada a obra de salvação, ela não pode ser interrompida. Rm 8.28-30 mostra exatamente que cada etapa da obra de salvação se liga inexoravelmente a próxima, numa sequência que não pode ser interromida: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito; porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conforme à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos, e aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que também justificou, a esses também glorificou". A expressão "vida eterna" significa, segundo Jesus em Jo 17.3, um conhecimento pessoal de Deus, através de Cristo, que por sua vez é conhecido pelo Espírito Santo, é a comunhão íntima com Deus, o chamado "em Cristo". Se o "em Cristo", a "comunhão com Deus" é eterna entâo não podemos perder salvação. Em Jo 6.54 fica claro que quem tem a vida eterna será ressuscitado no último dia, mas uma vez confirmando que o processo de salvação ao começar não pode ser interrompido. Comparando Jo 6.54 com Jo 6.56 também percebemos que "vida eterna" é equivalente a ter comunhão com Deus. Em Rm 8.35-39 é dito que nada poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nem morte, nem vida, nem anjos, principados, coisas do presente ou coisas do futuro. Ora, se nem coisas do futuro poderão nos separá do Em Cristo e do amor de Deus que nele está fica certo que o salvo não pode perder sua salvação. Em Jo 11.26 Jesus disse que "todo o que vive e crer nele NUNCA morrerá". Como está declaração não pode se aplicar a vida física, pois muitos que creram em Jesus já morreram, começando pelos apóstolos, a única forma de ser verdade é que Cristo estivesse falando da morte espiritual, e por isso que verdadeiro crente não pode morrer espiritualmente, o Espírito de Cristo nunca sairá de sua vida. Em Ef 1.13 é dito que crente no evangelho recebe o Espírito Santo e é selado, sendo isso uma garantia da redenção do seu corpo. Na mesma carta isso é repetido em 4.30. Selo na Bíblia não pode ser revogado. 1Jo 5.4 diz que todo que é nascido de Deus vence o mundo pela fé. O TODO não exclui nenhum crente. Em 1Co 11.30-34 é um texto que mostra a impossibilidade de um crente perder sua salvação porque o corrigirá caso neglicencie na sua vida cristã, a correção pode chegar ao ponto de Deus tirar a vida física do crente, o matando para não ser condenado com o mundo, o chamado em João pecado para a morte (1Jo 5.15-17; ver ainda Tg 1.14, 15; 5.13-15). B) Esclarecendo textos que aparentemente dizem que o crente pode perder a salvação. Inicialmente é preciso dizer que muitas pessoas que costumam frequentar igrejas e depois deixam não foram realmente salvas. Tiveram alguma experiência religiosa, mas não uma verdadeira transformação pela regeneração do Espírito Santo. Um texto muito citado para defender a perda da salvação é Ap 2.10 "Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida". Mas esse texto não chega a negar que o crente perda a salvação, incentiva a ser fiel até a morte, mas esse é o ensino que o crente até a morte continuará crendo em Jesus como seu suficiente Salvador. E se houver alguma infidelidade do crente para com Cristo, isso não mudará o fato de ter sido salvo pela graça. Deus se manterá fiel, mesmo que possamos ser infiéis (2Tm 2.13). A coroa da vida, nesse texto, significa o galardão e não a salvação. Hb 6.4-6 é outro texto usado para defender a perda da salvação. Há duas explicações para esse texto que contestam que indique a perda da salvação do salvo. A primeira é que se trata de um argumento hipotético, o escritor de Hebreus para incentivar aqueles crentes judeus a não transformarem os ensinos básicos do cristianismo como os sacrifícios da lei de Moisés que sempre se repetiam, argumenta que se um salvo pudesse perder a salvação, ele não poderia mais tê-la novamente, por isso não podiam pensar que os ensinos elementares do cristianismo precisam ser repetidos. A outra explicaçâo é que essas pessoas que passaram por essas experiências não eram crentes salvos de fato. Contra isso argumentam que a expressão "participantes do Espírito Santo" seria um indicativo de que eram salvos, visto ser idêntica a de Hb 3.14 "participantes de Cristo". Mas para isso tem-de um explicação por uma análise no original grego: A expressão em questão é ''participantes do Espírito Santo'' comparada com Hb 3.14 ''participantes de Cristo'', uma clara referência aos salvos, parece sim ser equivalentes. Mas não são! Em grego o verbo GÍNOMAI (tornar-se) possui formas verbais diferentes nos dois versículos. Em Hb 3.14 está no tempo perfeito do indicativo da voz ativa, mas em Hb 6.4 está no particípio da voz passiva. Desse modo fica claro que a ação de Hb 3.14 vem dos salvos, enquanto a de Hb 6.4 vem do Espírito Santo, indicando que as pessoas de Hb 6.4 não participam da ação, não estando envolvidas com a comunhão Espírito, o Espírito se relaciona com elas, mas elas não se relacionam com Ele. Já em Hb 3.14 os salvos estão em relacionamentos com Cristo, havendo uma participação mútua. Talvez nunca ficou tão evidente que os eleitos tenham sim uma participação direta na sua própria salvação. Assim, além de mostrar que esse texto não prova que um salvo perca a salvação, também percebemos que o salvo participa da salvação do evangelho ativamente. C) A dificuldade de um calvinista ter a certeza da salvação. Uma das críticas corriqueiras dos calvinistas contra seus adversários arminianos é que esses têm muita dificuldade de terem a certeza da salvação por pensarem que podem pedê-la. Mas eles também cabam caindo na mesma dificuldade. Pois como podem ter a certeza da salvação se podem não ser um dos escolhidos por Deus?? Os calvinistas poderão argumentar que por motivo de obedecerem aos ensinamentos do cristianismo teriam nisso uma prova de que são escolhidos. Mas é isso o que torna alguém eleito segundo seus ensinos? Obviamente que terão de admitir que não. O que faz alguém eleito de Deus, segundo eles, é Deus o ter escolhido. A prova então de fato da eleição para o calvinista só poderá ser obtida no final, quando for para o Reino dos Céus. A própria doutrina calvinista impõe isso, ela assevera que a salvação não depende da vontade do homem, mas da escolha soberana de Deus. Assim, sua vontade ou desejo não é levado em conta. Na parábola de Mt 22.11-13 o homem sem as vestes nupciais até queria participar do banquete, mas não dependia do seu querer, como ensina o calvinismo. Para alguém que entende a eleição da salvação como algo de que está diretamente participando, sua obediência aos ensinamentos cristãos sim, pode vista como a confirmação de que realmente é salvo, mas para o calvinista isso não tem o mesmo peso, porque a escolha dos salvos se restringe unicamente a Deus. O testemunho do Espírito em nosso espírito, que é a confirmação da salvação em nosso coração, de Rm 8.16, 17, torna-se fragilizado para o calvinista pela mesma razão e também porque o coração humano é enganoso (Jr 17.10), e por conta da ânsia de ser um escolhido pode se iludir e pensar que seja, sem que Deus o tenha escolhido. É trágico! Um assunto restringido a Deus, excluem a participação do homem. Vejam o caso do dia da volta de Cristo, somente Deus sabe esse dia, ninguém participa dessa informação. Do mesmo modo o ensino calvinista dos eleição se restringe a Deus. Esse é o problema do ensino calvinista tira a participação do homem na salvação, faz com que seu assentimento de fé ao evangelho saia de seu controle. Não está diretamente envolvido e por isso sua convicção é abalada. Esse é o problema do ensino calvinista, torna a resposta do homem irrelevante. Sua participação na salvação não existe, e por isso sua convicção própria é abalada, ele não uma assentimento para ser recíproco com bênção da salvação nos outorgada pelo Evangelho. Quando, por outro lado, o pecador arrependido, pratica obras de arrependimento, tem consciência de resposta de fé ao evangelho, sua convicção é inata. Não é um instrumento passivo nessa questão, mas alguém que interage com Deus, tornando isso relevante, pessoal e certo. Pode dizer que é um escolhido porque quis ser, porque suas ações de renúncia própria e sua fé o conduziram a receber essa bênção de Deus. Por isso Paulo disse: "porque sei eu quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia" (2Tm 1.12). Diz a Bíblia que a fé da salvação é comum a todos (Tito 1.2), é inerente a todos os homens. Paulo diz que a fé sem fingimento de Timóteo vinha de sua vó e sua mãe (2Tm 1.5), foi apreendida, tornando sua capacidade de crer natural autêntica, como era em suas progenitoras. Quando cremos no Evangelho e somos salvos foi nossa fé que atuou. Sempre as Escrituras falam que a fé salvífica é nossa. A fé é o meio de sermos salvos e ao mesmo tempo convictos, em nós mesmos, dessa salvação graciosa dada por Deus em Cristo Jesus. D) Cristianismo puro e simples. Falemos sobre essas questões despojados do linguajar teológico: Qual era o problema dos homens para obter sua salvação? O pecado. Sendo que tinham muitos já cometidos e uma tendência para continuar pecando. O que Deus fez? Perdoou os pecados e providenciou um meio para não controlar esse tendência para pecar. O perdão fosse pelo sacrifício de Jesus Cristo no calvário, que se os homens creem que assim é feito alcançam o perdão. Obtendo o perdão e dado o Espírito Santo, que em nosso espírito passará a inibir a tendência pecaminosa e internamente nos guiará a cumprir os mandamentos de Deus. Caso ainda pequemos, Cristo continuará a perdoar nossos pecados. O que ocorre quando cremos nessa resposta para nossos problemas com o pecado? A Bíblia diz que somos salvos, sendo feito eleitos, filhos de Deus na semelhança de Jesus Cristo, sendo por isso herdeiro com Ele de todas as coisas. E esclarece que essa eleição e filiação obtida pela fé no Evangelho, foi por presciência, isto é prevista por Deus antes da fundação do mundo. O que dizem os calvinistas? Dizem que não podemos responder ao evangelho pela fé porque nossa tendência pecaminoso nos torna incapazes para isso. O que dizem os que não são calvinistas que nossa tendência pecaminosa? Que nossa tendência pecaminosa pode sim atrapalhar que aceitemos pela fé ao evangelho, por isso Deus concede um auxílio gracioso do convencimento do Espírito Santo para nos levar a crer no evangelho.

A graça irresistível

Lição 7 A graça irresistível calvinista. Os calvinistas ao aceitarem o ensino que Deus escolhe os homens para a salvação, sem sua participação, foram obrigados a estabelecer também um ensino de que Deus obrigasse aos homens que escolheu de aceitar o Cristianismo. A chamada "graça irresistível" é o ensino calvinista que teve de ser desenvolvido para que os outros pressupostos desse ensino fossem aceitos. Nas Escrituras tal ensino não existe e nessa lição confirmaremos isso. A) Deus não muda a vontade dos homens. No Antigo Testamento vemos que o modo de Deus fazer que os homens cumprissem seus desígnios nunca foi interferindo em seus desejos, sempre se valeu do convencimento externo. Foi assim com Moisés, Faraó e Jonas. Jamais Deus mudou a vontade das pessoas. Moisés não queria se apresentar à Faraó por sua dificuldade de falar e por isso Deus estabeleceu Araão como seu porta-voz no lugar de Moisés para convencê-lo a ir. Faraó não queria deixar o povo de Israel sair do Egito e essa vontade foi tão respeitada por Deus que Ele chegou a endurecer seus sentimentos, para que fortalecendo sua decisão, pudesse realizar grandes feitos na terra do Egito e assim se revelar como Deus todo-poderoso, ou seja, a vontade de Faraó foi respeitada, Deus de forma alguma a mudou, pelo contrário a fortaleceu nos sentimentos. O profeta Jonas não queria pregar em Nínive, Deus o obrigou a isso por ser seu Senhor a quem ele temia, como o próprio Jonas se considerava (Jn1.9), mas em hipótese alguma mudou sua vontade. Jonas foi no final convencido, mas seu desejo não foi mudado. Deus sempre enviava seus profetas a nação de Israel para que obedecesse sua vontade, mas nunca mudou a vontade das pessoas. Por isso que parece estranho Deus usar sua graça para mudar a vontade das pessoas para que recebam sua palavra pelo evangelho. Isso de modo algum representa o modo de Deus persuadir os homens a mudarem suas vontades. O arrependimento, o nome que se dá quando alguém muda sua vontade, sempre parte da pessoa e não de uma interferência de Deus, muito menos irresistível. Paulo diz que Deus nos constrange pelo seu amor (2Co 5.14) em vez de interferir diretamente em nossas decisões. Talvez alguém cite o caso de Nabucodonosor em que Deus o levou a loucura como um possível exemplo de Deus mudando a vontade de um homem (Dn 4.28-37). Mas ao torná-lo louco, Deus não mudou sua vontade, nessa situação Nabucodonosor estava em neutralidade, Deus não mudou sua vontade para a dele, simplesmente o feriu de uma debilidade mental para que depois, por si só, Nabucodonosor reconhecesse que era apenas um homem limitado diante do Deus do céu. Houve um castigo e um reconhecimento do mesmo, não uma mudança de vontade. B) A rejeição de muitos a palavra de Deus nega a graça irresistível. A possibilidade de recusar a oferta do evangelho e da palavra de Deus é clara em toda a Bíblia. Ela diz que Janes e Jambres “resistiram à verdade” (2Tm.3:8), que “nem todos os israelitas aceitaram as boas novas” (Rm.10:16), que alguns “suprimem a verdade pela injustiça” (Rm.1:18), que os judeus de Antioquia “rejeitaram e não se julgaram dignos da vida eterna” (At.13:46), que “os seus não o receberam” (Jo.1:11), mas “a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo.1:12). Se nesse texto é dito que todos quanto RECEBERAM a Cristo, os que creram no seu nome, Deus dar-lhes a autoridade de ser feito filho de Deus. Fica claro nesse verso que a pessoa precisa RECEBER, apontando da a possibilidade de não, e que ao receber a Cristo, essa pessoa tem a autoridade de ser feita filha de Deus. É, portanto, inegável que a salvação é oferecida aos homens e que ao recebê-la se fazem filhos de Deus pela vontade de Deus. Em Lucas 7.30 lemos: "Mas os fariseus e os doutores da lei REJEITARAM o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido batizados por ele (João Batista)". Em Atos 7.51 Estêvão disse aos judeus que eles, como seus antepassados, estavam resistindo ao Espírito Santo. Ora, quem é maior a graça de Deus ou o Espírito Santo? Se o Espírito Santo, que é Deus, pode ser resistido como sua graça não poderia?? Alguns argumentam que eles rejeitavam porque eram incircuncisos de coração, no entanto, isso de forma alguma nega a rejeição. É impossível negar a realidade de que é possível resistir ou não resistir a Palavra de Deus; receber ou não receber a Cristo como nosso salvador; aceitar ou rejeitar a mensagem do Evangelho. Deus nunca atua mediante uma força irresistível, mas permite ser resistido. A graça não é irresistível, mas precisa ser aceita e recebida por parte do homem. Até Estêvão já sabia que o homem pode resistir ao Espírito Santo: “Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo!” (Atos 7:51). Ninguém “resiste” a algo a não ser que este algo queira outra coisa. Se o Espírito Santo não desejava a salvação daqueles que o resistiram, supostamente porque Deus já os havia predestinado à perdição, então por que ele estava tentando algo na vida deles? Se ele não estava tentando nada, não poderia ser “resistido”. Se ele estava tentando algo, mas não conseguiu e foi resistido, é porque a atuação de Deus não é monergística e muito menos irresistível. C) O arrependimento para todos. Em Rm 2.15 Paulo escreveu que os homens "mostram a obra da lei escrita em seus corações testifica do juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-se", e nisso fica provado que os homens sabem que estão em falta para com Deus, além disso o Espírito Santo veio para convencê-los da sua situação de pecado, injustiça e condenação. Lemos em Atos 17.30: "Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que TODOS OS HOMENS em TODO LUGAR se arrependa". Nesse texto é inegável que o arrependimento é concedido a todos os homens. Bíblia sempre coloca o arrependimento como sendo uma função do homem: “Daí em diante Jesus começou a pregar: ‘Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo’” (Mateus 4:17). “Ele dizia: ‘Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo’” (Mateus 3:2). Deus não crê pela própria pessoa, nem se arrepende por ela. Cabe ao próprio indivíduo se arrepender. Este arrependimento não é feito por Deus, e sim possibilitado por Ele. É por isso que Paulo disse: “Ouvindo isso, não apresentaram mais objeções e louvaram a Deus, dizendo: Então, Deus concedeu arrependimento para a vida até mesmo aos gentios!” (Atos 11:18). Esse conceder o arrependimento não é gerar independente das pessoas os sentimentos para se arrepender, mas o direito de por ele ser aceito por Deus, algo que já tinha sido dito por Jesus e que naquele momento se concretizou. C) A conversão de Paulo seria um exemplo de graça irresistível? O caso da conversão de Paulo é também muitas vezes citado para provar a graça irresistível. Mas na verdade Deus apareceu a Paulo para defender sua igreja. Jesus disse para Paulo que dura coisa era recalcitrar contra seus agulhões, e não que era impossível. Ao aparecer a Paulo no caminho de Damasco para defender sua igreja, Jesus levou a Paulo a crer em sua pessoa e assim ser salvo. Paulo explica em 1Tm 1.13 que quando perseguia a igreja ele o fazia por ignorância, diz em Fp 3.6 que o fez por zelo. Sua perseguição a igreja não era por malignidade, por recusar a reconhecer a Cristo como Salvador, mas exatamente por julgar que o cristianismo era um ensino contra a verdade de Deus. Por essa sinceramente é que Cristo se revelou a Paulo ao defender sua igreja e por extensão Paulo acabou sendo salvo. A conversão de Paulo, bem como dos demais apóstolos sem dúvida foram marcadas pelo privilégio de verem ao próprio Cristo, mas em nada difere da nossa que tem a atuação do Espírito Santo diretamente convencendo nosso coração das verdades de Deus, assim são coisas que se equivalem e por isso não caracterizam alguma acepção no processo de salvação. O que aconteceu com Paulo em sua conversão seria semelhante a qualquer pessoa que estivesse nas mesmas circunstâncias e motivações. D) Graça irresistível para quem? O autor de Hebreus disse: “Cuidado! Não rejeitem aquele que fala. Se os que se recusaram a ouvir aquele que os advertia na terra não escaparam, quanto mais nós, se nos desviarmos daquele que nos adverte dos céus?” (Hebreus 12:25). Isso não faz sentido se a graça é irresistível e não pode ser rejeitada. Se a pessoa é eleita, ela não pode resistir à graça. Se ela não é eleita, então a graça salvífica não é oferecida a ela, e ela não pode rejeitar a algo que não lhe foi oferecido, da mesma forma que ninguém recusa um presente se ninguém lhe ofereceu um. De todos os modos, dizer para “não rejeitar” a graça seria inócuo e sem sentido, se o modus operandi desta graça é irresistível. E) Um versículo para todos. O texto de Ap 3.20 diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei na sua casa, e cearei com ele, e Ele comigo”. É um texto que mostra Jesus dando a pessoa o direito de não abrir a porta para Ele. Os calvinistas talvez argumentam que esse versículo não se dirige a incrédulos, mas a uma igreja. Todavia, lendo o versículo dentro do contexto, percebe-se que ele é genérico, sendo uma afirmação de Cristo de ampla aplicabilidade, tanto para crentes como para não crentes, e mais ainda por ser o pronome indefinido (alguém). F) A graça precisa ser recebida e pode ser tornada vã. Em 1Pe 1.13 lemos que devemos esperar inteiramente na graça que nos foi OFERECIDA em Cristo Jesus, se ela foi OFERECIDA fica óbvio que pode ser recusada. Se existisse uma graça irresistível ela não tinha de ser primeiro aceita. Em Hb 12.15 é dito para que ninguém se prive da graça de Deus, se podemos se privar da graça é prova que ela não é irresistível. Em dois textos bíblicos Paulo fala da possibilidade da graça de Deus ser tornada vã, em 1Co 15.10 e em 2Co 6.1. Ora, se a graça de Deus pode ser tornada vã é porque ela pode ser recusada, não sendo, portanto, irresistível.

Expiação limitada

Lição 6 O ensino da expiação limitada calvinista. O terceiro ponto dos cinco pontos da doutrina calvinista apontada no TULIP (acrônimo que resume os principais ensinos do calvinismo) é a expiação limitada, que afirma que Cristo não morreu na cruz por todos, mas apenas para os eleitos. Veremos nessa lição que isso não verdade, Jesus morreu por todos, mas apenas serão salvos os crerem no Evangelho. A) O que é expiação? O termo hebraico para expiação é KIPPER e expressa a ideia do pecado ser coberto. O sangue do sacrifício era interposto entre Deus e o pecador e cobria o pecado. Por isso que em Hebreus diz que todos os anos os pecados eram recordados, que prova que não eram tirados. Em grego a palavra para expiação é HILASMÓS do verbo HILÁOMAI que significa "aplacar, tornar-se benévolo), o sentido é de tirar o pecado para ser aceito por Deus. Lemos em Jo 1.29 o que João Batista disse para Jesus: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Portanto expiar é tirar os pecados e segundo esse verso não é limitada, mas para o mundo inteiro. Ver ainda 1Jo 2.2. B) Textos usados para tentar defender a expiação limitada. Um texto muito citado pelos calvinistas para defender o ensino da expiação limitada é Mt 1.21: ''ela dará a luz um filho, a quem chamará Jesus, porque ele salvará seu povo dos seus pecados''. Argumentam que por esse texto dizer que Jesus salvaria seu povo confirmaria um número fixo de salvos. Mas na verdade o texto está explicando porque Cristo recebeu o nome de Jesus, que significava ''Javé salva'', era um nome derivado daquele que Deus usou para se relacionar com os judeus no Antigo Testamento, assim o nome era mostrar a prioridade de Deus para com os judeus no plano da salvação. Portanto, a expressão 'seu povo' não significa a totalidade dos salvos, mas aos judeus. E dizer que Jesus salvou os judeus não exclui necessariamente que não salvou também outros povos com sua morte na cruz. Outro texto muito utilizado para defender a expiação limitada é Mateus 26.28, que diz ''pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados'', diante desse texto, os calvinistas perguntam: Jesus disse que seu sangue era derramado por muitos e não por todos, não confirmaria esse texto a explicação limitada? A explicação para esse texto é que Jesus estava instituindo a Santa ceia, e nela se celebra o aspecto de pacto do sangue de Cristo, que existe apenas entre Cristo e sua igreja. O sangue do Senhor Jesus foi vertido na cruz por todos, mas apenas os que crerem no Evangelho estabelecem um pacto em seu sangue, tendo a remissão dos pecados. Esse pacto do sangue que Cristo tem com sua Igreja nem os salvos do Antigo Testamento tem parte. C) Textos que confirmam que a salvação é para todos os homens. Basicamente os argumentos dos calvinistas contra os textos bíblicos que mostram a salvação oferecida à todos os homens, é dizer que todos homens se refere à todos sem distinção e não todos sem exceção. Vejamos se isso é verdade, analisando alguns textos bíblicos: João 3.16 talvez seja o texto mais conhecido e claro que Deus ofereceu seu Filho por todo o mundo e não apenas para um grupo limitado: "Porque Deus amou de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". Não há como negar que Deus tenha amado o mundo e nem que a salvação é oferecida a todos. Se os que crêem e recebem a vida eterna são do mundo que Deus amou então não tem como negar que os que não crerem são também do mundo que Deus amou. Seu amor pelo mundo se mostra exatamente pela chance de dar a todos a vida eterna. É de fato um texto que clara e inequivocamente refuta o ensino da expiação limitada. É preciso negar o óbvio para ainda continuar aceitando o ensino calvinista. Em Jo 1.9 lemos que a luz de Cristo ilumina a toda pessoa que vem ao mundo e não apenas alguns. Todos recebem dessa luz, ocorre que alguns a rejeitam, amando mais as trevas que a luz e nisto está a condenação (Jo 3.18). O texto de Tito 2.11 diz que a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, o argumento calvinista é dizer que esse ''todos'' se referem a todos os tipos de pessoas porque o contexto anterior falava dos idosos, os jovens, os servos e os senhores. Mas não é isso que conecta os textos, mas a vida cristã em obediência a sã doutrina que serve de ornamento, o verso 11 de aplicação genética apenas introduz que a mesma graça salvadora ensina que os salvos devam renunciar à impiedade, as paixões mundanas para se viver no mundo como cristão sóbria, justa e piamente. Em 1Tm 2.4 afirma que Deus deseja que todos os homens sejam salvos e que cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Esse texto não pode está está dizendo que Deus desejava que todos os tipos de homens fossem salvos porque isso já acontecia, na igreja já havia todos os tipos de homens salvos. Se Paulo estivesse dizendo o que os calvinistas dizem o texto deveria dizer 'que tem salvo todos homens', mas o texto fala de um desejo a realizar e não realizado. Em Rm 3.22 diz que a justiça de Deus vem pela fé em Cristo Jesus para todos e logo em seguida explica que nesse todos não há distinção, porque todos pecaram e estão distituídos da glória de Deus. Assim, não há como dizer que a oferta de justificação pela fé em Cristo só é para alguns homens, pois o texto diz que é para todos os que pecaram, sendo portanto para todos sem exceção. Citando novamente Jo 1.29 temos a famosa frase de João Batista dita para Jesus: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, de modo simples mostra que a morte de Cristo foi por todos, mesmo que somente os que crerem sejam perdoados. Em 1Jo 2.2 lemos: "É Ele (Jesus) é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também de todo o mundo". Tentando negar esse texto, os calvinistas argumentam que João estaria falando aos judeus e se referindo aos gentios, mas a carta não é direcionada a judeus, mas a toda a igreja. D) Argumentos enganosos. Os calvinistas costumam argumentar que se Cristo morreu na cruz por todos os pecados, então o pecado da incredulidade deveria também ser perdoado, trazendo salvação a todos os homens. Acontece que o perdão para todos pecados depende da aceitação pela fé, assim não só a incredulidade, mas todo e qualquer pecado ficará sem perdão se a pessoa não crer no evangelho. Sempre que se apresenta textos que mostram que Cristo morreu por todos, sempre os calvinistas dizem que isso seria universalismo, ensino errado que afirma que todos serão salvo. Mas ao dizer a Bíblia que Cristo morreu por todos, ela mostra também que só serão salvos por essa morte os que crerem no Evangelho. Um texto que mais claramente diz isso é 1Tm 4.10 "Pois para isso trabalhamos e lutamos, porque temos posto a nossa esperança no Deus vivo, que é Salvador de TODOS os homens, especialmente dos que crêem". E) O cumprimento de uma profecia. Considerado pelos calvinistas como um texto de difícil explicação para quem defende a expiação limitada, 2Pe 2.1 diz que haveria falsos mestres que negaria a Cristo que os resgatou. Ora, se aos falsos mestres foram resgatados por Cristo é prova que sua morte foi por todos, mesmos para os que se perdem por recusarem a crer no Evangelho. O texto também profetiza o próprio ensino da expiação limitada do calvinismo. F) Ensino sem serventia. A doutrina da expiação limitada é aquele tipo de ensino que não se ver nenhuma utilidade. Não glorifica a Deus, na verdade o coloca como "não-salvador"; não aumenta a fé de ninguém, na verdade faz é tirar, pois se você abraça tal ensino como poderá ter certeza de sua salvação? Você pode não ser um escolhido por mais que pense que seja, Deus pode nâo ter eleito você para ser salvo! E não tem apoio bíblico nenhum! Na Bíblia a salvação é oferecida a todos sem acepção. Então por que as pessoas aceitam esse ensinamento? Não sei, talvez porque faz a pessoa ser aceita em um grupo, porque não quer pensar o ensino bíblico por si mesma, não sei, o fato é que esse ensino não tem nenhuma utilidade. Se houver que alguém diga.

Eleição incondicional

Lição 5 A eleição incondicional calvinista. O ensino da eleição incondicional do calvinismo diz que todos os salvos foram escolhidos por Deus por decreto e que nenhuma participação têm eles nesse processo, e que inevitavelmente teria de acontecer. Do lado dos seres humanos nada foi feito para que fossem escolhidos. No entanto, veremos nessa lição que apesar dos salvos terem a suficiência da obra de salvação em Deus e seu filho Jesus Cristo precisam crer para serem escolhidos e salvos. A) As condições bíblicas para sermos eleitos. Três textos bíblicos falam claramente da nossa eleição para a salvação: Efésios 1.4; 2Ts 2.13, 14 e 1Pe 1.2. Analisaremos cada um desses textos para realmente entendermos como somos eleitos. Ef 2.4 ''como também nos elegeu nele (Cristo) antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor''. Esse texto é claro em dizer que nossa eleição é em Cristo, foi feita sim antes da fundação do mundo, mas nessa condição de estarmos em Cristo. Sabemos que estar em Cristo é ter seu Espírito em nosso coração e para isso ocorrer precisamos crer no Evangelho (Ef 1.13), essa é a condição e que também é franqueada a todos (Jo 3.16, 17; Mc 16.15, 16; Rm 1.16). 2Ts 2.13, 14 ''Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, mediante a santificação do Espírito e fé na verdade, e para isso vos chamou pelo nosso Evangelho, para alcançar dês a glória de nosso Senhor Jesus Cristo''. Nesse texto praticamente é dito as mesmas coisas com outras palavras. A eleição cristã é mediante a santificação do Espírito, que é o mesmo que ter o Espírito de Cristo visto no aspecto prático da santificação. Fé na verdade fala do nosso compromisso com a doutrina cristã, outra característica de quem tem Cristo (2Jo 9). O versículo 14 confirma que foi através do Evangelho que entramos nessa condição (Ef 1.13). Já em 1Pe 1.2 lemos: ''eleitos segundo a presciência de Deus pai, na santificação do Espírito, para obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo. Glória e paz vós sejam multiplicadas''. Esse texto explica o que seria essa escolha ter sido feita "antes da fundação do mundo" de Ef 1.4 e o "desde o princípio" de 2Ts 2.13: Significa que isso foi feito pela presciência de Deus, sua capacidade de saber do futuro, foi, pois, por sua presciência que Deus nos escolheu através de Cristo Jesus. Todo aquele que crer no Evangelho e recebe o Espírito de Cristo torna-se um eleito, pois essa salvação foi preparada antes da fundação do mundo. B) As grandiosas promessas do Evangelho que geram a fé em nosso coração. Fica nítido pelo Novo Testamento que a nossa fé no Evangelho é a condição da eleiçâo cristã para a salvação. Por isso que Pedro diz que a nossa fé é tão preciosa (1Pe 1.7), e explica também como ela surge: por preciosas e grandes promessas dadas por Deus para que por elas fiquemos co-participantes da natureza de Deus, que nos livra da corrupção e das paixões que há no mundo (2Pe 1.4). Ora, essas promessas vêm pelo Evangelho, e diante de tais promessas de sermos feitos filhos de Deus recebendo o Espírito de seu Filho é que a fé brota em nosso coração, a semelhança do que aconteceu com Abraão, nosso pai na fé, foi diante da promessa de Deus que ele creu (Rm 4.18-22; Hb 6.13-19), e do mesmo modo ocorre conosco, diante as promessas do Evangelho nossa fé brota e somos salvos com essa comunhão com Cristo por seu Espírito. Daí a Bíblia dizer que a fé surge em nosso coração por meio da Palavra de Cristo (Rm 10.8-17). Assim, a nossa fé nasce pela palavra do Evangelho, em suas promessas de perdão, filiação e glorificação em Cristo. Essa capacidade de crer é dada naturalmente a todos os homens por Deus, por isso que como resposta ao Evangelho pode ser negativa ou positiva. Em Marcos 15.16, 17 crer é um verbo, fala de uma ação que pode ser para sim como para não. Se a ação for negativa isso não quer dizer que essa capacidade de crer não exista. Por isso dizermos que o crer no Evangelho é a condição da eleição salvífica do homem. C) A oportunidade para crer. Em Atos 14.27 lemos que Paulo e Barnabê relataram a igreja de Antioquia tudo o que Deus havia realizado em sua viagem missionária e como abrigara aos gentios a porta da fé, assim entendemos que os gentios também obterem a salvação crendo no Evangelho era um privilégio, uma concessão de Deus e não a capacidade de crer. A capacidade de crer é inata aos seres humanos. Tiago diz que até os demônios têm essa capacidade (2.19), a diferença é que aos demônios não foi concedido crer no Evangelho para se salvar. Paulo diz que a fé não é contada como obra em Ef 2.8 e que foi escolhida por Deus para que o homem não se gloriasse na salvação. Assim a fé salvadora é uma resposta a mensagem do Evangelho, uma capacidade natural que homens possuem que pode ou não ser usada. Mostrando ser algo inerente a todos, Paulo chama a fé dos eleitos de COMUM (Tito 1.1 comparado com Tito 1.4), exatamente porque é igual para todos, que todos podem ter. D) Confirmando nossa eleição. Lemos em 1Ts 1.3, 4:"recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós. Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra em meio a muita tribulação, com alegria do Espírito Santo", notem que a confirmação para Paulo de que os irmãos de Tessalônica eram eleitos era a firmeza deles diante da tribulação que padeceram quando creram no Evangelho. A alegria que tinham no Espírito Santo naquelas circunstâncias servia de prova da eleição deles de que realmente tinha crido no Evangelho e expressavam o amor cristão numa firme esperança no Senhor Jesus. Outro texto que fala de confirmarmos nossa eleição por meio de acrescentarmos à nossa fé outras virtudes para sermos frutíferos no conhecimento de Cristo Jesus é 2Pe 1. 3-11, dizendo isso no verso 10: "Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum". E) O problema de crer na eleição incondicional calvinista. Os calvinistas costumam dizer que nós não sabemos quem são os escolhidos e que nosso papel é pregar o Evangelho, na prática acabam na mesma situação de um arminiano, a diferença a meu ver estaria no empenho e na dedicação que um arminiano ou um crente que não aceita a eleição incondicional ou a expiação limitada terá em evangelizar as pessoas. O efeito probatório disso se ver no número de membros dos dois grupos. O número de calvinistas são muito inferiores, e se há aumento, são de crentes que salvos por arminianos se tornaram calvinistas. Percebe-se que os ensinos calvinistas não promovem conversões, trazem letargia, acomodação. Se um ensino ou doutrina diminui a salvação de uma só alma, já basta para se caracterizar como uma aberração, um lamentável desserviço a obra de Cristo no calvário.

Depravação Total

Lição 4 O ensino da depravação total calvinista. Sendo um dos cinco pontos do chamado TULIP, que sintetiza o ensino calvinista, a depravação total diz que os homens mortos espiritualmente não incapazes de responder pela fé a pregação do Evangelho, sendo necessário Deus capacitar os homens para isso, efetuando o novo nascimento, e assim, redivivo, o homem pode crer e então ser salvo. Desse modo, para os calvinistas o novo nascimento ocorre antes da fé, e revelaria que o homem foi escolhido, pois essa experiência do novo nascimento não tem qualquer participação do homem. Mas nessa lição, veremos que isso não é verdade, que o novo nascimento ocorre depois que cremos no Evangelho, e que o perdido, apesar de morto espiritualmente possui sim condições de responder com a fé ao convite do Evangelho. A) Esclarecendo o estar morto em delitos e pecados. Na condição de perdidos e mortos em delitos e pecados é que cremos e recebemos a vida de Deus, conforme Jo 5.24 "...quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas PASSOU DA MORTE PARA A VIDA" (grifo meu para mostrar que cremos para nascer de novo e não que nascemos de novo para crer como ensinam os calvinistas). Estar morto em pecados não nos dá uma inconsciência absoluta, mas revela a separação de Deus. Estar morto é estar separado e não inconsciente. Morto ficamente é o espírito separado do corpo; morto espiritualmente é o homem separado de Deus pelos pecados e morto eternamente é ele separado de Deus para sempre. Em nenhuma das mortes o homem está numa inconsciência absoluta. Paulo em Romanos capítulo 7 mostra que mesmo o homem antes da conversão tem vontade de cumprir a justiça de Deus; só não pode porque está preso a lei do pecado e da morte. Assim, o perdido tem um desejo de fazer a vontade de Deus e não está numa morte absoluta que o torna incapaz para responder a chamada do evangelho. O texto de Ef 2.1-10 não ensina que somos vivificados para cremos, mas que ao cremos somos vivificados, que seria outro modo de se falar sobre a salvação. O versículo 8 inicia com um ''porque'' explicativo, Paulo está esclarecendo como aconteceu a vivificação de que está falando. Estávamos mortos espiritualmente, mas fomos salvos pela graça de Deus, não pelas obras, mas pela fé. E diz ele essa salvação é dom de Deus, e não uma escolha ou predestinação. No contexto posterior Ef 2.11-18 Paulo esclarece que em Cristo todos podem agora terem acesso a Deus-pai, tanto judeus como gentios, então sim todo o contexto fala de uma salvação oferecida à todos e não para um grupo de escolhidos. É importante se observar que nesse contexto todos os homens estão divididos em dois grupos, judeus e gentios, assim o acesso a Deus por Cristo é para todos. B) O estado de pecaminosidade do homem não significa que ele não possa responder com a fé a pregação do Evangelho. A Bíblia aponta que os homens possuem sim a possibilidade de buscarem a Deus, textos como Atos 17.27 e Tg 4.8 revelam isso. Ocorre que mesmo com essa possibilidade, essa busca pode não ser feita (Rm 3.11), como de regra geral de fato ocorre. Todavia, isso não implica dizer que o Homem não possa crer no Evangelho. Deus de modo gracioso fez o Evangelho ser poderoso para salvar tanto o judeu como o gentio (Rm 1.16), além disso enviou o Espírito Santo para convencer o mundo de sua condição, de modo que existe sim um auxílio gracioso de Deus, chamado de graça preveniente para persuadir os homens a crerem no Evangelho. Todavia é importante salientar que ao dizer Romanos que ninguém buscava a Deus, não se estar dizendo que os homens não podiam buscá-lo. Isaías 55.6,7 diz ''Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto estar perto. Deixe o iníquo o seu caminho, e o injusto os seus pensamentos, volte-se para o Senhor. Porque se comparecerá dele, e para o nosso Deus, porque muito perdoará''. O texto de Isaías 59.1-12 citado em Romanos 3.10-18 mostra a multiplicação da iniquidade em uma situação de avanço na rebeldia contra Deus e não uma característica de total impossibilidade de buscá-lo. Deve-se observar que a premissa básica é que Deus tem sua mão estendida para receber os que o buscam e que seus ouvidos estão atentos aos homens que o buscarem. O texto ainda diz que nessa condição de constante progresso no pecado Deus provê o Salvador para os homens (Is 59.16, 17). Que não há ninguém que invoque o nome do Senhor ou se desperte para se segurar a Deus não significa que o pecador é incapaz de responder à graça de Deus e não significa que ele não pode crer no evangelho. Entregue a si mesmo, o pecador não busca a Deus nem invoca Seu nome, mas os pecadores não são abandonados a si mesmos. Os pecadores recebem luz (Jo 1: 9), são persuadidos (Jo 16:8) e atraídos a Cristo (Jo 12:32). Deus ordenou que o evangelho seja pregado a todos os pecadores e que aqueles que creem serão salvos (Mc 16: 15-16), e não há nada em Isaías 64: 6-7 que diga que o pecador não pode crer [ou descrer] em resposta à obra de iluminação, convencimento e atração de Deus Em Rm 1.18-28 claramente percebemos que Deus se deu a conhecer aos homens por seus atributos invisíveis, seu eterno poder e divindade, sendo essas coisas claramente vistas desde a criação, sendo percebidas pelas coisas criadas, de modo que isso os torna indesculpável de terem rejeitado a Deus para adorarem ídolos. Os termos são muito claros, eles MUDARAM a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes e de répteis. TROCARAM a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador (Rm 1.23-25), eles REJEITARAM o conhecimento de Deus (Rm 1.28). Deus sendo rejeitado simplesmente os deixou nessa condição que mais ainda se agravou. Não há nesse texto nenhuma atribuição de culpa para Deus referente aos homens do Antigo Testamento. Nenhum indício de predestinação ocorre nesse texto de Romanos sempre usado para dizer que os homens não podem em absoluto se voltar para Deus. Por outro lado, pelo Evangelho Deus em seu Filho amplia os meios para resgatar os homens. O podemos citar aqui o exemplo bíblico de Cornélio que mesmo sendo gentio buscava a Deus (Atos 10.1, 2). Todavia, salientamos que geralmente esse exemplo de Cornélio constitui-se praticamente uma exceção. Todos os homens são nascidos em pecado, mas nem todos pecam desenfreadamente, disto podemos inferir que para os temem a Deus a chamada do Evangelho torna-se mais fácil. Em Tg 4.6 lemos: ''Todavia, dá maior graça, pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes'', assim fica evidente que para alguns a graça de Deus é maior do que para outros. Os que temem a Deus e humildemente se sujeitam aos seus mandamentos recebem mais da graça de Deus. C) Se a depravação fosse total ela não poderia piorar. A Bíblia diz que a iniquidade iria se multiplicar (MT 24.12), profetiza que nos últimos dias sobrevir iam tempos trabalhosos, com os homens mais ainda agravando seu estado pecaminoso (2Tm 3.1-4) e não suportando a sã doutrina (2Tm 4.3) e sendo escarnecedores zombando da promessa da vinda de Cristo (2Pe 3.3, 4). Ora, se há uma total depravação dos homens não tem sentido esse estado piorar. D) A graça preveniente. Graça preveniente é divina graça que precede a decisão humana. Ela existe antes de e sem referência a qualquer feito humano. Como os homens foram corrompidos pelo efeito do pecado, a graça preveniente permite as pessoas exercerem o seu livre-arbítrio dado por Deus, podendo então, escolher a salvação oferecida por Deus em Jesus Cristo ou rejeitar a oferta salvífica. Agostinho disse que a graça preveniente não pode ser resistida, arminianos e wesleyanos acreditam que ela permite, mas não assegura, a aceitação pessoal do dom da salvação. Jesus disse que o Consolador que viria em seu lugar, o Espírito, viria para convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo, isso confirma bíblicamente esse conceito da graça previniente que busca mostrar que Deus auxilia aos perdidos a serem levados ao arrependimento e a fé no evangelho para serem salvos. Muitos calvinistas criticam esse ensino da graça preveniente alegando que não existe tal nome na Bíblia, esquecendo-se porém que também a expressão 'graça irresistível' também não tem na Bíblia. Todavia para a graça proveniente temos uma expressão bíblica equivalente em 1Pe 3.7 que é 'graça da vida' , indicando que a graça relaciona-se com a vida eterna, levando a ela. Em 2Tm 1.9 Paulo diz que Deus nos salvou conforme o seu propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, assim nota-se que a graça de Deus nos leva a salvação. Outro texto que podemos inferir a graça preveniente é Hb 10.29 que fala do Espírito da graça, falando da atuação do Espírito Santo conduzindo o pecador a salvação. Por tabela podemos também usar esse texto para mostrar que não só a graça de Deus pode ser resistida, mas o próprio Espírito da graça, visto que esse versículo fala de ultrajar o Espírito da graça.