quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Estudo de palavras

Estudo de palavras O verbo ὑπείκω (HUPEÍKO) que ocorre apenas em Hb 13.17 falando para se obedecer aos guias ou pastores é formado da preposição HUPÓ e o verbo grego EIKO que significa "ceder", "soltar", "retroceder". Tem origem em EIKÓN (imagem) o sentido é o de se assemelhar, a ideia que passa é de alguém que se submete a outro que é semelhante.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Atos 17.30

Esclarecendo o texto de Atos 17.30. O texto acima citado registra: “mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam”. Alicerçados nesse texto, alguns acham que os pecados cometidos antes de suas conversões devem ser desconsiderados. Alegam, por exemplo, que divórcios, adultérios, assassinatos e crimes que deixam sequelas sociais, foram todos perdoados e por isso não devem ser levados em conta depois que nos convertemos. Quem pensa dessa forma demonstra que não entende o que significa o perdão no cristianismo. Na cruz, Jesus recebeu o castigo da separação de Deus que nossos pecados nos trariam (Mt 27.46 comp. com Mt 7.23; Rm 6.24), quem nEle crer está livre da condenação da morte eterna; no entanto, as consequências dos nossos pecados não foram anuladas. Mesmo depois de perdoado e salvo, Paulo ainda sentia as consequências de sua perseguição à igreja (1Co 15.9). O Senhor Jesus ficará com as cicatrizes de seu sacrifício por nossos pecados para toda a eternidade. Na verdade o texto de At 17.30 não está dizendo que Deus não leva em conta o pecado dos homens, mas que não leva em conta os tempos da ignorância para conceder-lhes o direito ao arrependimento, pois tanto a fé como o arrependimento para a salvação são concessões amorosas de Deus para os judeus e posteriormente aos gentios (At 3.31; 11.18; 13.46-48; 14.27; Fp 1.29; Tt 2.11, 12). Se o texto de At 17.30 estivesse dizendo que Deus não levaria em conta o que os homens fazem porque não sabiam plenamente a verdade, os gentios antes de Cristo não seriam condenados, seria muito melhor Jesus nunca ter vindo para salvar os homens, bastaria deixá-los na ignorância do Evangelho. E o que dizer da revelação natural da justiça de Deus, citada por Paulo na carta aos romanos, quando diz que a ira de Deus se manifesta contra o pecado, e que seus atributos invisíveis que tornam os homens indesculpáveis em suas impiedades, maldades e idolatrias (Rm 1.18-32)? Não faria sentido. O texto de Rm 2.12-16 também deixa claro que todos os que pecaram, com ou sem a lei, serão julgados por seus pecados. Os que não tinham a lei de Moisés revelavam a lei escrita em seus corações, testificando juntamente suas consciências e pensamentos, quer acusando-os ou defendendo-os. Portanto, o texto de At 17.30 não está dizendo que Deus ignora os pecados dos homens que desconhecem as normas e ensinos contidos em sua palavra escrita.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Mitologia cristã 1

Trecho do livro Mitologia Cristã - Uma teologia especulativa de Luiz Sousa Por que o mandamento do Sábado (uma normal cerimonial) está nos dez mandamentos? Os dez mandamentos representam toda a lei de Moisés que tanto continha normas morais como cerimoniais. As duas tábuas por sua vez apontam que toda a lei, com normas morais e cerimoniais se resumiam nos dois maiores mandamentos de amar a Deus e ao próximo. Os nove mandamentos morais do decálago é que seria o representante ou número que apontavam um todo, como os nove dons espirituais e as nove virtudes do fruto do Espírito. Ter apenas um único mandanento cerimonial que apontava o antítipo do descanso em Cristo, quando um sábado de descanso de obras seria instaurado pelo evangelho é o motivo desse mandamento está no decálogo e não que este seria uma norma moral.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Lucas 23.43

Explicando Lucas 23.43 que diz ''E disse-lhe em verdade te digo, hoje comigo estarás no paraíso''. Adventistas e Testemunhas de Jeová explicam esse texto que claramente defende a imortalidade da alma do mesmo modo, dizem que os textos gregos originais não tinham vírgula. Sim, mas se esquecem que depois o texto grego foi pontuado precisamente e nesse texto não foi colocada a vírgula. O argumento dos adventistas e das testemunhas de Jeová na verdade é contra eles mesmos, pois quem precisa de vírgula para esse texto afim de justificar suas doutrinas são eles, pois o texto original não tinha pontuação. E na verdade o problema não é de pontuação, mas de arranjo sintático das palavras. Se Jesus quisesse dizer como desejam os adventistas e as testemunhas de Jeová sua frase seria: Hoje em verdade te digo que estarás comigo no paraíso'', mas Jesus não falou assim, o que Ele disse foi: Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso. A palavra 'hoje' (SÉMERON em grego) está depois da frase ''eu te digo'' e não antes. Deve-se ainda dizer que ninguém ao falar diz que ao falar fala hoje, isso não tem sentido, quando falamos algo, falamos naquele momento, que é o hoje. Se fosse para dizer algo parecido como querem as testemunhas de Jeová ou os adventistas, Jesus teria usado o advérbio ''agora'' (VUV em grego) e não ''hoje''. Jesus ao falar ao malfeitor buscava confortá-lo já lhe antecipando algo, o homem pediu para ir ao Reino de Deus, e Jesus lhe disse, que já naquele dia, estaria com Ele no paraíso. E só complementando, alguns têm dito que existe uma regra grega que um advérbio grego entre dois verbos se liga ao verbo antecessor, mas em Lc 23.43 o advérbio ''hoje'' não está entre dois verbos, ele segue imediatamente o verbo dizer, que geralmente iniciava uma declaração. Já em Lc 19.5 quando Jesus disse ''desce depressa, hoje convém ficar em tua casa'', o mesmo advérbio grego ''hoje'' está imediatamente antecedido de um verbo, no caso, o verbo descer, e a vírgula é colocada entre esse verbo o advérbio no texto grego, exatamente como em Lc 23.43. P.S.: É preciso que se diga, que o códex ou códice vaticano do quarto século apresenta uma pontuação feita de data anterior a sua confecção, visto que no século quarto o grego koiné não era pontuado. Essa pontuação que se apresenta é bem posterior e de modo algum é original, foi feita por alguém que tentou pontuar o manuscrito muitos anos depois. O códex sinaítico da mesma data desse, por exemplo, não tem correção posterior nesse versículo, visto que também ele tem essa mesmo tipo de correções posteriores. Para quem estuda a crítica textual essas correções posteriores não são levadas em conta, mas apenas o texto original. E vendo a correção do manuscrito nesse verso, percebe-se que não havia espaço para se colocar uma vírgula no versículo e que sem dúvida ela é posterior. O tal hebraísmo que, segundo o adventista Rodrigo Silva, supostamente influenciou o grego bíblico, como na frase do texto hebraico "o mandamento que hoje te ordeno", é de fato ligado a muitos textos do Antigo Testamento, mas não se trata de um hebraísmo, mas do simples fato de se relatar o que acontecia ou o que Deus ordenava naquele mesmo dia, afinal a Palavra de Deus estava sendo escrita ou sendo proferida naquele instante, e é isso que é enfatizado e que não influenciou o grego do Novo Testamento que já se confirmou era o mesmo usado pelos escritores não cristãos da época do helenismo, onde se escrevia e falava esse dialecto, o koiné. Além do mais, uso do advérbio "hoje" numa posição para que significasse "agora" é perfeitamente possível, mas não é o caso de Lc 23.43 visto, como já expliquei, Jesus queria antecipar para aquele dia o pedido futurístico do malfeitor crucificado ao seu lado, era como uma garantia de sua estada no Reino que Cristo implantará. https://www.facebook.com/899269383417114/posts/3413499075327453/

Jo 5.18

Abolição do sábado por Jesus Lemos em Jo 5.18 "Por este motivo os judeus mais procuravam matá-lo; não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus" (Almeida). No original grego o verbo traduzido por "quebrantava' é o o verbo grego LYO e significa "soltar", "libertar", "abolir", e o sentido em Jo 5.18 é "abolir", e uma boa tradução seria: "Por este motivo os judeus mais procuravam matá-lo; não só ABOLIA o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. O Dicionário de grego/português do Gingriche e do Danker afirma na página 128 que esse é o sentido desse verbo essa passagem Jo 5.18 e em Mt 5.19 e Jo 7.23 e Jo 10.35.

Ec 3.17-21

Eclesiastes 3.17-21 17 ειπα εγω εν καρδία μου συν τον δίκαιον και συν τον ασεβη κρινει ο θεός οτι καιρος τω παντι πράγματι και επι παντι τω ποιηματι 18 εκει ειπα εγω εν καρδία μου περι λαλιας υιων του ανθρωπου οτι διακρινει αυτους ο θεός και του δειξαι οτι αυτοι κτηνη εισιν καί γε αυτοις 19 οτι συνάντημα υιων του ανθρωπου και συνάντημα του κτηνους συνάντημα εν αυτοις ως ο θάνατος τουτου ουτως ο θάνατος τουτου και πνευμα εν τοις πασιν και τί επερίσσευσεν ο ανθρωπος παρα το κτηνος ουδεν οτι τα πάντα ματαιότης 20 τα πάντα πορευεται εις τόπον ενα τα πάντα εγενετο απο του χοός και τα πάντα επιστρεφει εις τον χουν 21 και τίς οιδεν πνευμα υιων του ανθρωπου ει αναβαίνει αυτο εις ανω και πνευμα του κτηνους ει καταβαίνει αυτο κάτω εις γην 17 Disse eu em meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio porque a tempo para todas as coisas e para toda obra; 18 ali, disse eu ainda no meu coração: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os animais. 19 Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais: a mesma coisa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são passageiros (transitórios). 20 Todos vão para um lugar; todos são pó e todos ao pó tornarão. 21 Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra? Comentário: Este texto, muito usado pelos materialistas e crentes que o homem não possui uma alma-espírito imortal, é facilmente esclarecido quando o lemos dentro de seu contexto, o verso 17 é a base de todo o entendimento da passagem. O juízo de Deus é o que diferenciaria o homem dos animais. Se não houvesse um juízo de Deus para os homens, eles de fato não seriam diferentes dos animais, já que na morte, no momento fatal, tanto os homens como os animais têm um mesmo fim, ou seja, são levados à decomposição física. O versículo 21 a palavra grega πνευμα tem o sentido de fôlego, de respiração, e não de espírito no sentido de parte imaterial que sobrevive a morte do seres humanos. O contexto demonstra isso claramente. Em passagens bíblicas como Jó 34.15 e Is 42.5, em que a distinção entre o fôlego de vida e o espírito são explicitamente percebidos. Assim, podemos concluir que o termo grego PNEUMA (espírito) abarca não apenas um significado, mas vários, e o contexto é fundamental para decidir qual aquele que mais se adequa a cada passagem especificamente: Em Jó 34.14 lemos: “Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego,”. Fica claro por este versículo que o fôlego de vida é distinto do espírito. Em Is 42.5 encontramos: “Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela”. Aqui também vemos que a respiração é diferente do espírito humano. Os animais não possuem espírito incorruptível, mas o espírito ou fôlego de vida, o que seria a respiração que também o homem possui, notem: Is 31.3 “Porque os egípcios são homens, e não Deus; e os seus cavalos, carne, e não espírito; e quando o SENHOR estender a sua mão, tanto tropeçará o auxiliador, como cairá o ajudado, e todos juntamente serão consumidos”. Gn 7.22 “Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu”. A expressão “narinas” deixa claro que se refere à respiração.

Mt 26.28

Por que em Mateus 26.28, que diz ''pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados'', Jesus disse que seu sangue era derramado por muitos e não por todos? Seria um apoio ao ensino da expiação limitada?? A explicação é que Jesus estava instituindo a Santa ceia, e nela se celebra o aspecto de pacto do sangue de Cristo, que existe apenas entre Cristo e sua igreja. O sangue do Senhor Jesus foi vertido na cruz por todos, mas apenas os que crerem no Evangelho estabelecem um pacto em seu sangue, tendo a remissão dos pecados. Esse pacto do sangue que Cristo tem com sua Igreja nem os salvos do Antigo Testamento tem parte.