domingo, 20 de dezembro de 2009

As crônicas das guerras espirituais de 19.12.09

As crônicas das guerras espirituais de 19.12.09
A ida ao Mirante do Mucuripe
O dia 19.12.09 foi um dia cheio para mim. Ao meio-dia fui de bicicleta até a Praça do Ferreira para a cruzada da AMEC (Associação Moriá de Educação Cristã). Por conta da pregação marcada para o dia 26.12.09, o irmão André Giordânio, diretor da AMEC, resolveu marcar o dia da cruzada para esta data, para não atrapalhar esse evento da Batista Moriá. Talvez por conta dessa alteração seja que apenas eu e o André comparecemos na cruzada. O que mais ainda exigiu de mim, fiz três pregações na praça, uma mais intensa e poderosa que a outra, para a glória de Deus! Sempre que prego, eu me sinto esgotado, já que ao pregar eu dou tudo de mim. Sempre prego como se fosse a última vez, e pregar três vezes de modo intenso e profético foi exaustivo. Houve um registro dessas pregações por uma rede de TV, que fazia imagens da praça nesse dia, véspera do feriado natalino.
Depois das pregações fui para a capela da igreja batista moriá na Piedade para ministrar mais uma aula do CETHAF (Centro de Ensino THeológico Anabatista Feminino), que graças a Deus está crescendo e sendo cada vez mais abençoado. Hoje depois da aula, realizamos pregações para que as mulheres comecem a desenvolver a arte de pregar com unção e graça a palavra de Deus. Usando a minha caxinha de som amplificada, as irmãs se incentivaram e pregaram com unção e entusiasmo, na direção, dei oportunidade a quase todas as irmãs (Fátima, Tânia, Ana Luiza, Edilsa, Fransquinha, a jovem Ivanelda, a primeira do CETHAF, também cantou um hino) e foi um bênção. Depois fui para o bairro Serviluz, onde rapidamente jantei e muito cansado sai de novo de bicicleta para o bairro Mucuripe, na Varjota, para sair com o Eduardo e Nazareno para o mirante do Mucuripe para ali pregarmos a Palavra de Deus. Iríamos usar o megafone, mas ele apresentou problemas e por isso decidimos pregar só na voz nua mesmo. Deixei bicicleta na casa do Eduardo, e fomos à pé para o Mirante. Eu estava cansadíssimo, desejando dormir e descansar, mas procurei ignorar o abatimento físico e fomos indo devagar até o local. Passando pela Mucuripe e subindo o morro do Teixeira o caminho era só de subida. No final, na escadaria que liga o morro do Teixeira (ou Castelo Encantado) subimos até a Praça do Mirante, onde se tem a vista mais bela da cidade de Fortaleza.
A Praça, antes tão freqüentada por conta da vista que de lá se tem, hoje é total abandono. Os antigos restaurantes estão todos vazios e sem nem ao menos placa de aluguel. Tudo por conta da falta de segurança. O local é zona de tráfico e uso de drogas. Na Praça vazia e desolada, só havia alguns jovens desocupados olhando o tempo passar. E foi a eles que me dirige já que pregar em volta alta era inviável com o número tão reduzido de pessoas que ali havia. O certo era partimos para o evangelismo pessoal, de conversa evangelizadora.
Os jovens a quem nos dirigimos eram em todos os sentidos PERDIDOS. Todos sem frequentar a Escola, entre de 16 e 18 anos, sem a menor perspectiva de nada, mas de nada mesmo. Insistir em tentar estimularmos a voltarem para a Escola antes mesmo de falar do Evangelho, disse-lhes que minha tristeza por eles era grande e que lhes falava como se fosse meus filhos. Insisti, insisti e insisti que eles voltassem a estudar no ano que vem e depois convidamos para que visitassem a igreja. Quando o Eduardo conheceu um deles, ele demorou em identificá-lo porque ele o conheceu ainda menino, e agora era um adolescente. E pegando o gancho, o Eduardo discorreu sobre suas experiências de ex-drogado e também incentivou aos jovens a reagirem e saírem daquela situação vazia e sem sentido. Saímos dali e fomos caminhando. Observei as moças do lugar, todos adolescentes, sem modos, sem nobreza, honra, virtude ou feminilidade. Eram perdidas também em todos os sentidos. Senti-me abatido com aquilo. Elas não tinham valor para si mesmas e para ninguém. Cheias de gírias, palavreado torpe e indecente. A beleza ou formosura da juventude dava lugar ao medo e desprezo para um rapaz decente que porventura tivesse a procura de uma namorada ali. E isso também me abatia. Não me senti sequer incentivado a procurar alguma daquelas moças para conversar. Elas de cara nos tiravam o ânimo de tentar ajudá-las, e além do que o ideal era que uma moça crente estivesse ali conosco para falar com elas. Algum jovem daqueles que estivessem paquerando com aquelas coitadas também poderia nos interpretar mal e para evitar confusões não me voltei para elas.
No caminho e Eduardo viu um antigo amigo de Escola e aproveitamos para falar-lhes do Evangelho e convidá-lo para os cultos da igreja.
Desanimado, cansado e triste e já com as horas avançadas resolvemos ir embora. Enquanto íamos conversando sobre aquele estado de coisas, em como poderíamos ajudar aqueles jovens a mudarem o rumo de suas vidas me veio a palavra do Senhor: “A culpa é dos pais, que ficam assistindo a televisão, vendo novelas enquanto os filhos se perdem nas drogas e no mundo promíscuo. Foi quando parei e disse vou pregar aqui. Onde se encontra aquele versículo que fala para ensinar os filhos o caminho em que devam andar para na velhice não se desviarem dele? Perguntei ao Eduardo, enquanto já abria meu Novo Testamento gideônico a procura. Eu e o Eduardo encontramos o versículo no mesmíssimo instante: Pv 22.6. Vendo nisso a mão de Deus.
O que se seguiu foi uma das mais poderosas pregações que eu fiz nesses dias. A unção de Deus me tomou e a graça de Deus operou em mim e, apontando para as pessoas das ruas da encruzilhada em eu parei, em ousadia de profeta e na moral do próprio Deus, disse-lhes que elas eram as culpadas. Culpadas por aqueles jovens perdidos, moças sem honra, traficantes e meninos largados no caminho do inferno. Bradava: vocês são culpados! Vocês!! Onde está o amor ao próximo de vocês! Onde?! São vocês aqui do bairro que devem ajudar esses jovens, aconselhando, dando palavras de direção. Se não, a vítima serão vocês mesmos!
Meu corpo tremeu, senti meu coração estourando em batidas que quase eu parecia escutar, tamanho foi o vigor com que falei aquelas palavras que pareciam punhais afiados que entravam nos corações. Palavras de fogo que explodiam dentro das pessoas. Era a sensação que tinha ao falar.
Ao terminar a declaração do irmão Nazareno, bem comovido, resumia tudo: É isso ai!
Esta é a solução para os jovens perdidos nas drogas: Todos devem ajudar, começando pelos pais, os amigos, os vizinhos, todos numa coletividade participativa precisam a uma ajudar aos jovens a mudarem o rumo da perdição. Deus quer a união de todos para ajudar os jovens. O Evangelho em si, as palavras de pregações não são ouvidas pelos drogados. Mas o princípio do Evangelho: o amor ao próximo pode mudar a situação, é a única alternativa de que disponho para fazer alguma coisa pelos jovens drogados. Deus me deu a solução. Louvado seja Jesus Cristo.

Luiz Sousa em Cristo eternamente!

Nenhum comentário:

Postar um comentário