quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Perseverança dos santos

Lição 8 A perseverança dos santos. Dos cinco pontos do TULIP apenas o ensino da perseverança dos santos, que ensina que o crente não perde a salvação é que tem apoio bíblico. Geralmente é por esse ensino que os calvinistas atraem os crentes arminianos às suas doutrinas. Um crente sincero que acha que pode perder a salvação, e por isso não desfruta da segurança da salvação tende a ficar deslumbrado ao ser convencido desse ensino, e acaba aceitando por tabela os outros pontos do TULIP. Nessa lição, iremos confirmar esse ensino, mas também explicaremos porque um calvinista mesmo crendo que não pode perder a salvação tem muita dificuldade de ser salvo. A) Textos que confirmam que o salvo não perde a salvação. Em Jo 5.14 Jesus disse: "aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte que salta para a vida eterna". Aqui temos Jesus confirmando que o crente não perde a salvação em dois aspectos, tanto em não ter mais sede para voltar ao mundo como em uma bênção que começa aqui e vai para a eternidade. Em Fp 1.6 Paulo diz: "Estou plenamente certo que Aquele que em vós começou a boa obra há de completá-la até o dia de Cristo". Que confirma o texto anterior, começada a obra de salvação, ela não pode ser interrompida. Rm 8.28-30 mostra exatamente que cada etapa da obra de salvação se liga inexoravelmente a próxima, numa sequência que não pode ser interromida: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito; porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conforme à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos, e aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que também justificou, a esses também glorificou". A expressão "vida eterna" significa, segundo Jesus em Jo 17.3, um conhecimento pessoal de Deus, através de Cristo, que por sua vez é conhecido pelo Espírito Santo, é a comunhão íntima com Deus, o chamado "em Cristo". Se o "em Cristo", a "comunhão com Deus" é eterna entâo não podemos perder salvação. Em Jo 6.54 fica claro que quem tem a vida eterna será ressuscitado no último dia, mas uma vez confirmando que o processo de salvação ao começar não pode ser interrompido. Comparando Jo 6.54 com Jo 6.56 também percebemos que "vida eterna" é equivalente a ter comunhão com Deus. Em Rm 8.35-39 é dito que nada poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nem morte, nem vida, nem anjos, principados, coisas do presente ou coisas do futuro. Ora, se nem coisas do futuro poderão nos separá do Em Cristo e do amor de Deus que nele está fica certo que o salvo não pode perder sua salvação. Em Jo 11.26 Jesus disse que "todo o que vive e crer nele NUNCA morrerá". Como está declaração não pode se aplicar a vida física, pois muitos que creram em Jesus já morreram, começando pelos apóstolos, a única forma de ser verdade é que Cristo estivesse falando da morte espiritual, e por isso que verdadeiro crente não pode morrer espiritualmente, o Espírito de Cristo nunca sairá de sua vida. Em Ef 1.13 é dito que crente no evangelho recebe o Espírito Santo e é selado, sendo isso uma garantia da redenção do seu corpo. Na mesma carta isso é repetido em 4.30. Selo na Bíblia não pode ser revogado. 1Jo 5.4 diz que todo que é nascido de Deus vence o mundo pela fé. O TODO não exclui nenhum crente. Em 1Co 11.30-34 é um texto que mostra a impossibilidade de um crente perder sua salvação porque o corrigirá caso neglicencie na sua vida cristã, a correção pode chegar ao ponto de Deus tirar a vida física do crente, o matando para não ser condenado com o mundo, o chamado em João pecado para a morte (1Jo 5.15-17; ver ainda Tg 1.14, 15; 5.13-15). B) Esclarecendo textos que aparentemente dizem que o crente pode perder a salvação. Inicialmente é preciso dizer que muitas pessoas que costumam frequentar igrejas e depois deixam não foram realmente salvas. Tiveram alguma experiência religiosa, mas não uma verdadeira transformação pela regeneração do Espírito Santo. Um texto muito citado para defender a perda da salvação é Ap 2.10 "Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida". Mas esse texto não chega a negar que o crente perda a salvação, incentiva a ser fiel até a morte, mas esse é o ensino que o crente até a morte continuará crendo em Jesus como seu suficiente Salvador. E se houver alguma infidelidade do crente para com Cristo, isso não mudará o fato de ter sido salvo pela graça. Deus se manterá fiel, mesmo que possamos ser infiéis (2Tm 2.13). A coroa da vida, nesse texto, significa o galardão e não a salvação. Hb 6.4-6 é outro texto usado para defender a perda da salvação. Há duas explicações para esse texto que contestam que indique a perda da salvação do salvo. A primeira é que se trata de um argumento hipotético, o escritor de Hebreus para incentivar aqueles crentes judeus a não transformarem os ensinos básicos do cristianismo como os sacrifícios da lei de Moisés que sempre se repetiam, argumenta que se um salvo pudesse perder a salvação, ele não poderia mais tê-la novamente, por isso não podiam pensar que os ensinos elementares do cristianismo precisam ser repetidos. A outra explicaçâo é que essas pessoas que passaram por essas experiências não eram crentes salvos de fato. Contra isso argumentam que a expressão "participantes do Espírito Santo" seria um indicativo de que eram salvos, visto ser idêntica a de Hb 3.14 "participantes de Cristo". Mas para isso tem-de um explicação por uma análise no original grego: A expressão em questão é ''participantes do Espírito Santo'' comparada com Hb 3.14 ''participantes de Cristo'', uma clara referência aos salvos, parece sim ser equivalentes. Mas não são! Em grego o verbo GÍNOMAI (tornar-se) possui formas verbais diferentes nos dois versículos. Em Hb 3.14 está no tempo perfeito do indicativo da voz ativa, mas em Hb 6.4 está no particípio da voz passiva. Desse modo fica claro que a ação de Hb 3.14 vem dos salvos, enquanto a de Hb 6.4 vem do Espírito Santo, indicando que as pessoas de Hb 6.4 não participam da ação, não estando envolvidas com a comunhão Espírito, o Espírito se relaciona com elas, mas elas não se relacionam com Ele. Já em Hb 3.14 os salvos estão em relacionamentos com Cristo, havendo uma participação mútua. Talvez nunca ficou tão evidente que os eleitos tenham sim uma participação direta na sua própria salvação. Assim, além de mostrar que esse texto não prova que um salvo perca a salvação, também percebemos que o salvo participa da salvação do evangelho ativamente. C) A dificuldade de um calvinista ter a certeza da salvação. Uma das críticas corriqueiras dos calvinistas contra seus adversários arminianos é que esses têm muita dificuldade de terem a certeza da salvação por pensarem que podem pedê-la. Mas eles também cabam caindo na mesma dificuldade. Pois como podem ter a certeza da salvação se podem não ser um dos escolhidos por Deus?? Os calvinistas poderão argumentar que por motivo de obedecerem aos ensinamentos do cristianismo teriam nisso uma prova de que são escolhidos. Mas é isso o que torna alguém eleito segundo seus ensinos? Obviamente que terão de admitir que não. O que faz alguém eleito de Deus, segundo eles, é Deus o ter escolhido. A prova então de fato da eleição para o calvinista só poderá ser obtida no final, quando for para o Reino dos Céus. A própria doutrina calvinista impõe isso, ela assevera que a salvação não depende da vontade do homem, mas da escolha soberana de Deus. Assim, sua vontade ou desejo não é levado em conta. Na parábola de Mt 22.11-13 o homem sem as vestes nupciais até queria participar do banquete, mas não dependia do seu querer, como ensina o calvinismo. Para alguém que entende a eleição da salvação como algo de que está diretamente participando, sua obediência aos ensinamentos cristãos sim, pode vista como a confirmação de que realmente é salvo, mas para o calvinista isso não tem o mesmo peso, porque a escolha dos salvos se restringe unicamente a Deus. O testemunho do Espírito em nosso espírito, que é a confirmação da salvação em nosso coração, de Rm 8.16, 17, torna-se fragilizado para o calvinista pela mesma razão e também porque o coração humano é enganoso (Jr 17.10), e por conta da ânsia de ser um escolhido pode se iludir e pensar que seja, sem que Deus o tenha escolhido. É trágico! Um assunto restringido a Deus, excluem a participação do homem. Vejam o caso do dia da volta de Cristo, somente Deus sabe esse dia, ninguém participa dessa informação. Do mesmo modo o ensino calvinista dos eleição se restringe a Deus. Esse é o problema do ensino calvinista tira a participação do homem na salvação, faz com que seu assentimento de fé ao evangelho saia de seu controle. Não está diretamente envolvido e por isso sua convicção é abalada. Esse é o problema do ensino calvinista, torna a resposta do homem irrelevante. Sua participação na salvação não existe, e por isso sua convicção própria é abalada, ele não uma assentimento para ser recíproco com bênção da salvação nos outorgada pelo Evangelho. Quando, por outro lado, o pecador arrependido, pratica obras de arrependimento, tem consciência de resposta de fé ao evangelho, sua convicção é inata. Não é um instrumento passivo nessa questão, mas alguém que interage com Deus, tornando isso relevante, pessoal e certo. Pode dizer que é um escolhido porque quis ser, porque suas ações de renúncia própria e sua fé o conduziram a receber essa bênção de Deus. Por isso Paulo disse: "porque sei eu quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia" (2Tm 1.12). Diz a Bíblia que a fé da salvação é comum a todos (Tito 1.2), é inerente a todos os homens. Paulo diz que a fé sem fingimento de Timóteo vinha de sua vó e sua mãe (2Tm 1.5), foi apreendida, tornando sua capacidade de crer natural autêntica, como era em suas progenitoras. Quando cremos no Evangelho e somos salvos foi nossa fé que atuou. Sempre as Escrituras falam que a fé salvífica é nossa. A fé é o meio de sermos salvos e ao mesmo tempo convictos, em nós mesmos, dessa salvação graciosa dada por Deus em Cristo Jesus. D) Cristianismo puro e simples. Falemos sobre essas questões despojados do linguajar teológico: Qual era o problema dos homens para obter sua salvação? O pecado. Sendo que tinham muitos já cometidos e uma tendência para continuar pecando. O que Deus fez? Perdoou os pecados e providenciou um meio para não controlar esse tendência para pecar. O perdão fosse pelo sacrifício de Jesus Cristo no calvário, que se os homens creem que assim é feito alcançam o perdão. Obtendo o perdão e dado o Espírito Santo, que em nosso espírito passará a inibir a tendência pecaminosa e internamente nos guiará a cumprir os mandamentos de Deus. Caso ainda pequemos, Cristo continuará a perdoar nossos pecados. O que ocorre quando cremos nessa resposta para nossos problemas com o pecado? A Bíblia diz que somos salvos, sendo feito eleitos, filhos de Deus na semelhança de Jesus Cristo, sendo por isso herdeiro com Ele de todas as coisas. E esclarece que essa eleição e filiação obtida pela fé no Evangelho, foi por presciência, isto é prevista por Deus antes da fundação do mundo. O que dizem os calvinistas? Dizem que não podemos responder ao evangelho pela fé porque nossa tendência pecaminoso nos torna incapazes para isso. O que dizem os que não são calvinistas que nossa tendência pecaminosa? Que nossa tendência pecaminosa pode sim atrapalhar que aceitemos pela fé ao evangelho, por isso Deus concede um auxílio gracioso do convencimento do Espírito Santo para nos levar a crer no evangelho.

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