quarta-feira, 9 de novembro de 2022

A existência do castigo eterno

A EXISTÊNCIA DO CASTIGO ETERNO 1 – “Deus não seria justo condenando ao castigo infinito alguém que agiu impiamente por apenas 70 anos”. Esse é um dos argumentos favoritos dos que não crêem no castigo eterno, e aparentemente é bem convincente, mas é um terrível engano. Não é porque o tempo de desobediência é pequeno que anularia o castigo eterno, na verdade a vida humana limitada já é para diminuir o castigo eterno, se os ímpios tivessem mais tempo de vida na terra, seria mais tempo de pecado, e por consequência elevaria o castigo. Se uma eternidade de vida na terra fosse concedida aos incrédulos, seria uma eternidade de pecado. Um exemplo disso é Satanás e seus anjos que pecam sem parar. Portanto, o tempo de vida terrena limitado aos homens não nega o castigo eterno. Deve-se observar também, que a maioria das pessoas vivem desobedecendo a Deus acreditando que se assim morrerem terão um castigo eterno. Desse modo o castigo eterno torna-se um fato e uma necessidade, pois a desobediência nesse caso é muito mais elevada, possui uma maldade e obstinação tal, que se faz necessário a existência do castigo eterno. Se alguém por exemplo explode uma bomba para matar mil pessoas mas só mata uma, não diminui de forma nenhuma sua maldade e maléfica intenção, deve ser condenado a um castigo do nível do seu crime premeditado, que felizmente não se concretizou. Assim, a pessoa deve ser castigada pelo nível de sua maldade, e não pelo ato pecaminoso propriamente dito. No caso da pessoa que crer num castigo eterno e mesmo assim não se converte, temos um aumento enorme em sua maldade, em seu desprezo a Deus que só encontraria um castigo justo se esse fosse sem fim. Como outro exemplo podemos citar uma pessoa que mata outra, ciente que a estar enviando para o castigo eterno, a perversidade nesse caso é tão grande que só dando um castigo eterno é que se obteria uma pena justa. Assim, mesmo que o castigo eterno não existisse Deus teria que criá-lo. 2 – As Testemunhas de Jeová crêem que o inferno (ou Hades, ou Sheol) nada mais é que a sepultura. Pois Jó desejou ir a esse lugar (Jó 14:13), assim como Jacó (Gn 37:34,35). Já o profeta Jonas, mostra que o ventre do grande peixe era o Sheol (Jn 2:1-6). No entanto, as Testemunhas de Jeová ignoram que no Antigo Testamento o Sheol tinha uma divisão. Um lugar era para as almas dos justos e outro para dos injustos, conforme vemos na narrativa de Lc 16:19-26. Quando Jó e Jacó desejaram ir ao Sheol, estavam pensando no lugar dos justos. No caso de Jonas, que compara o ventre do grande peixe com o Sheol, mais ainda é uma prova que o Sheol não é a sepultura, pois no ventre do peixe Jonas estava CONSCIENTE e em angústias (Jn 2:2). Deve ser dito que a história contada por Jesus em Lc 16:19-26 não é uma parábola como pensam muitas Testemunhas de Jeová, e a prova disso são os nomes próprios nela referidos: Abraão e Lázaro – o nome do rico (NEÚES) aparece em um manuscrito do Novo Testamento (Léxico do Novo Testamento, Grego/Português, de F. Wilbur Gingrich e Frederik W. Danker, página 140). Fazendo uma comparação de Atos 2:25-27 com o Sl 16:9,10 as Testemunhas de Jeová tentam provar que o Sheol ou Hades é a mesma sepultura. Mas atentando bem para o texto, vemos que ele mostra exatamente o contrário, constatamos que o Hades é um lugar para as almas e a sepultura para o corpo, observe: “Pois não deixarás minha ALMA no Hades, NEM permitirás que o teu santo veja a corrupção...Prevendo isto, Davi falou de ressurreição de Cristo, que sua ALMA não foi deixada no Hades, NEM sua CARNE viu corrupção” (Atos 2:27, 31) – grifos nossos. Vemos ainda sepultura distinta do Sheol em Pv 1:12. 3 – Um outro argumento é dizer que o homem não possui alma imortal, que quando morre fica inconsciente (Ec 9:5). Mas isso não é verdade, em 1Co 15:53, vemos Paulo dizer que o que era mortal no homem precisa ser revestido de imortalidade; ora, se há no homem uma parte que é mortal é porque existe outra que é imortal. Mateus 10:28 é também um excelente texto que confirma a imortalidade da alma humana: “E não fiqueis temerosos dos que matam o corpo mas não podem matar a alma; antes, temei aquele que pode destruir na Geena tanto a alma como o corpo” (T.N.M.). É um texto por demais claro, mas que ficou parcialmente obscurecido pela tradução da palavra grega APÓLLYMI por “destruir” e não “perecer em tormentos” que é seu real significado. A raiz desta palavra é a mesmo do nome do anjo que atormentará a humanidade em Apocalipse 9:10,11 – APOLLYON. No entanto, da forma que se encontra na tradução das T.J. a primeira parte do versículo ainda confirma a existência da alma após a morte do corpo. O verbo grego APÓLLYMI geralmente geralmente se traduz por "perder-se", mas sempre com a conotação de sofrimento. Quando, por exemplo, é aplicado ao pão que foi multiplicado, e Jesus não queria que ele se perdesse, o sofrimento ocorre naqueles que sem o pão perdido sofreriam com fome. Em Mt 2.13 usado para se referir a morte do menino Jesus, o sofrimento ocorreria tanto para o José e Maria como para toda a humanidade que ficaria sem o Salvador. Assim, sempre a ideia de sofrimento é envolvida quando esse verbo é usado. Quando a Bíblia fala da morte da alma refere-se a morte espiritual em consequência do pecado cometido (Ez 18:4) ou dela em contraste com a morte do corpo, uma alma que morreu, é uma alma que saiu do corpo. Alma tem várias conotações na Bíblia, podendo por metonímia (tomar uma parte pelo todo) representar o próprio indivíduo. Mais de modo definido, a alma é a própria personalidade do homem e possui três partes: mente, vontade e emoções [ mente – Js 23:14; Sl 13:2; 51:6; 139:14; 119:129,167; 139:14; Pv 2:10; 9:2; 23:7; 24:14; At 15:24; vontade – I Sm 23:20; I Rs 11:37; Jó 6:7; Pv 21:10; Is 26:8; emoções – II Sm 5:8; Jó 3:20; 19:2; Sl 35:9; 46:6; 86:4; 107:18; 119:28; Pv 13:19; 21:23; Is 58:10; 61:10; Mt 26:38]. Sobre o texto-prova de que ao morrer o homem fica inconsciente, este não passa de mais uma torção da Bíblia. Eclesiastes 9:5 se lido com o verso 6 fica evidente que está dizendo que os mortos não sabem nada do que é feito debaixo do sol, ou seja, no mundo dos vivos, e não que estão inconscientes. 4 – O texto de Jr 7:31 usado para dizer que nunca passou pela mente de Deus queimar alguém no fogo, visando assim negar que Deus tenha a idéia de castigar os ímpios com fogo eterno, também não serve para esse propósito, ele mostra que o que não subiu no coração de Deus foi o oferecimento em fogo de seres humanos como sacrifícios à divindades falsas. E se meditarmos que no lago de fogo os homens serão queimados (mesmo que não seja eternamente), a conclusão das T.J. ainda se mostrará errônea. 5 – O texto de 2Ts 1:9 “Esses mesmos serão submetidos á destruição eterna de diante do Senhor e da glória da sua força” (T.N.M.) frequentemente citado pelas T.J. como prova de que existirá um aniquilamento total dos ímpios em vez de sofrerem um castigo sem fim, na verdade só permite essa interpretação por causa da tradução Novo Mundo, acima citada, que traduz o vocábulo grego ÓLETHRON por “destruição”, seu significado mais distante para o Novo Testamento. O dicionarista grego Isidro Pereira, S. J. dar para a palavra cinco significados: perda, ruína, morte, açoite e peste. Frederick W. Danker, outro dicionarista, dar três significados, no seu Léxico do Novo Testamento Grego/Português, praticamente os mesmos de Isidro: destruição, ruína, perda. Dos três os que parecem mais cabíveis para 2Ts 1:9 são ruína e perda. No entanto, o que decisivamente esclarece o sentido da palavra para o Novo Testamento são os outros lugares onde esta mesma palavra aparece. O primeiro é 1Ts 5:3 e o contexto desse versículo indica dores e sofrimento e não aniquilamento, observe: “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina ÓLETHROS, como vêm as DORES de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão”(grifos nossos). Ora, fica claro que a idéia aqui não tem nada haver com aniquilamento, mas de sofrimento, a própria Bíblia considera grande as dores de parto (Gn 3:16). Outro texto em que a palavra aparece é 1Tm 6:9, e mais uma vez a idéia de sofrimento se mostra claramente pelo contexto: “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ÓLETHRON e perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se ATORMENTARAM com MUITAS DORES”. E a última referência onde a palavra ocorre, além de 2Ts 1:9, é 1Co 5:5, onde lemos sobre a excomunhão de um membro da igreja de Corinto: “seja entregue a Satanás para a ÓLETHRON da carne, afim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor”. Nesse caso é pouco provável que Satanás seja tão bonzinho a ponto de não querer fazer esse cristão excomungado sofrer. Além dessas passagens correlatas onde podemos perceber o real sentido do vocábulo grego OLETHRON, o próprio contexto da palavra em 2Ts 1:9 explica o que seria essa “destruição” eterna, pois diz: “Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, BANIDOS DA FACE DO SENHOR DE DA GLÓRIA DO SEU PODER”. Assim, essa punição eterna é a separação desses ímpios da presença do Senhor, e esta é a explicação dada pelos trinitaristas para o significado de morte eterna, que é a completa separação dos perdidos de Deus, pois vida eterna é ter comunhão para sempre com Deus e não simplesmente existir para toda a eternidade. 6 - Agora vejamos mais alguns argumentos a favor do castigo eterno: Em Pv 23:14 é dito que fustigando a criança com vara livra sua alma do inferno. Ora, todos nós sabemos que não importa o quanto batermos em nossos filhos, isso não os impedirá de irem a sepultura, assim, o Sheol não pode ser a sepultura, que com surra ou sem surra todos experimentam. Falando acerca de Judas Iscariotes, Jesus disse que seria melhor que ele não houvesse nascido (Mt 26:24). Tal afirmativa não teria sentido se a morte fosse um estado idêntico ao de quando não tínhamos nascido. Algumas argumentam que Jesus disse isso, não por causa do castigo que ele receberia, mas por causa do ato de traição em si. Todavia essa contestação cai por terra quando atentamos para a expressão: “AI daquele por quem o Filho do Homem é traído!” Expressão que sempre significa um castigo em grande proporção (Ap 8:13; 9:3-12). Um castigo igual para todos é algo inaceitável para a justiça; também ficaria sem sentido o retribuir segundo as obras. A Bíblia fala claramente que haverá galardões da injustiça, quem pecou mais terá maior galardão, ou seja mais castigos (2Pe 2:13; 2Co 11:15; Lc 12:47, 48). O castigo é eterno porque Deus, a quem o pecado é cometido, é eterno. Mt 5:29,30 diz: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado na Geena. E se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti, pois te é melhor que perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado na Geena”. Fica claro por esse texto a existência do castigo eterno. Obs.: As T.J. argumentam que a Geena significava a destruição eterna, pois era o nome dado ao depósito de lixo do vale de Hinom, onde o lixo da cidade ficava sendo perpetuamente queimado. Mas tal interpretação não parece ser a mais conveniente, é muito mais certo que Cristo tenha usado o vale de Hinom para simbolizar o fogo eterno que seria submetidos todos os que fossem separados de Deus como lixo, que devem ser apartados de nós e não simplesmente desintegrados, já que isso é impossível. Mt 13:40-43 também é um texto para provar o castigo eterno, pois ele é a interpretação do verso 30 da parábola do Joio do campo, portanto não é simbólico, nem representativo, mas a própria realidade. Dn 12:2 fala da vergonha e desprezo eterno. Ora, só pode existir vergonha eterna se a pessoa que a experimenta existir eternamente. 7- O Perigo De Se Rejeitar A Trindade Como já ficou claro, rejeitar a Trindade é rejeitar tudo o que a ela está ligado, no caso: o credo primitivo e todos os ensinos cristãos, como a imortalidade da alma e o castigo eterno. Quem rejeita a Trindade deve ficar ciente das consequências que lhe sobrevirão dessa escolha; de imediato se pode conseguir um alívio intelectual pela simplicidade em se entender um Deus como o proposto pelas Testemunhas de Jeová, mas o nosso interesse não deve se restringir a este mundo, temos uma eternidade e precisamos pesar bem os prós e os contra. Os Saduceus da época de Cristo podiam ser bem lógicos em seus argumentos, mas mesmo assim Jesus disse que eles estavam em grande erro. Se o ensino da Trindade possui um caráter elevado e além de entendimento, mais ainda incentiva-nos a adorar a esse Deus, ou não é verdade que sempre nos submetemos e honramos a alguém que é superior a nós? Deus é assim, excelso e transcendente, não se trata de uma divindade simplória e nivelada ao nível do nosso entendimento como os pagãos primitivos idealizaram. O que fez o diabo cegar o entendimento dos homens não foi a transcendência de Deus, mas a falta de fé no Evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem exata de Deus (2Co 4:4), por isso dizer que ele cegou “os entendimentos dos incrédulos”; se cremos na palavra de Deus, a promessa do contexto desse versículo é que das trevas resplandecerá a luz em nossos corações, para a iluminação da glória de Deus na face de Cristo (2Co 4:6). Jesus é o Logos, é a luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo, é nEle que entendemos o Deus grandioso da Bíblia; é quando o julgamos um mero homem que usurpa a natureza divina (Jo 19:7) que acabamos por crucificá-lo (1Co 2:8). Para refletir As pessoas que não creem no castigo eterno admitem que se os que nele acreditam estiverem errados, eles terão como condenação apenas a inexistência eterna, mas e se elas estiverem erradas, e se o castigo eterno de fato existir, não terão uma perda maior?? Entre deixar de existir e existir eternamente num castigo é óbvio quem mais terá de lamentar se estiver errado!

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