quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Eleição incondicional

Lição 5 A eleição incondicional calvinista. O ensino da eleição incondicional do calvinismo diz que todos os salvos foram escolhidos por Deus por decreto e que nenhuma participação têm eles nesse processo, e que inevitavelmente teria de acontecer. Do lado dos seres humanos nada foi feito para que fossem escolhidos. No entanto, veremos nessa lição que apesar dos salvos terem a suficiência da obra de salvação em Deus e seu filho Jesus Cristo precisam crer para serem escolhidos e salvos. A) As condições bíblicas para sermos eleitos. Três textos bíblicos falam claramente da nossa eleição para a salvação: Efésios 1.4; 2Ts 2.13, 14 e 1Pe 1.2. Analisaremos cada um desses textos para realmente entendermos como somos eleitos. Ef 2.4 ''como também nos elegeu nele (Cristo) antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor''. Esse texto é claro em dizer que nossa eleição é em Cristo, foi feita sim antes da fundação do mundo, mas nessa condição de estarmos em Cristo. Sabemos que estar em Cristo é ter seu Espírito em nosso coração e para isso ocorrer precisamos crer no Evangelho (Ef 1.13), essa é a condição e que também é franqueada a todos (Jo 3.16, 17; Mc 16.15, 16; Rm 1.16). 2Ts 2.13, 14 ''Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, mediante a santificação do Espírito e fé na verdade, e para isso vos chamou pelo nosso Evangelho, para alcançar dês a glória de nosso Senhor Jesus Cristo''. Nesse texto praticamente é dito as mesmas coisas com outras palavras. A eleição cristã é mediante a santificação do Espírito, que é o mesmo que ter o Espírito de Cristo visto no aspecto prático da santificação. Fé na verdade fala do nosso compromisso com a doutrina cristã, outra característica de quem tem Cristo (2Jo 9). O versículo 14 confirma que foi através do Evangelho que entramos nessa condição (Ef 1.13). Já em 1Pe 1.2 lemos: ''eleitos segundo a presciência de Deus pai, na santificação do Espírito, para obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo. Glória e paz vós sejam multiplicadas''. Esse texto explica o que seria essa escolha ter sido feita "antes da fundação do mundo" de Ef 1.4 e o "desde o princípio" de 2Ts 2.13: Significa que isso foi feito pela presciência de Deus, sua capacidade de saber do futuro, foi, pois, por sua presciência que Deus nos escolheu através de Cristo Jesus. Todo aquele que crer no Evangelho e recebe o Espírito de Cristo torna-se um eleito, pois essa salvação foi preparada antes da fundação do mundo. B) As grandiosas promessas do Evangelho que geram a fé em nosso coração. Fica nítido pelo Novo Testamento que a nossa fé no Evangelho é a condição da eleiçâo cristã para a salvação. Por isso que Pedro diz que a nossa fé é tão preciosa (1Pe 1.7), e explica também como ela surge: por preciosas e grandes promessas dadas por Deus para que por elas fiquemos co-participantes da natureza de Deus, que nos livra da corrupção e das paixões que há no mundo (2Pe 1.4). Ora, essas promessas vêm pelo Evangelho, e diante de tais promessas de sermos feitos filhos de Deus recebendo o Espírito de seu Filho é que a fé brota em nosso coração, a semelhança do que aconteceu com Abraão, nosso pai na fé, foi diante da promessa de Deus que ele creu (Rm 4.18-22; Hb 6.13-19), e do mesmo modo ocorre conosco, diante as promessas do Evangelho nossa fé brota e somos salvos com essa comunhão com Cristo por seu Espírito. Daí a Bíblia dizer que a fé surge em nosso coração por meio da Palavra de Cristo (Rm 10.8-17). Assim, a nossa fé nasce pela palavra do Evangelho, em suas promessas de perdão, filiação e glorificação em Cristo. Essa capacidade de crer é dada naturalmente a todos os homens por Deus, por isso que como resposta ao Evangelho pode ser negativa ou positiva. Em Marcos 15.16, 17 crer é um verbo, fala de uma ação que pode ser para sim como para não. Se a ação for negativa isso não quer dizer que essa capacidade de crer não exista. Por isso dizermos que o crer no Evangelho é a condição da eleição salvífica do homem. C) A oportunidade para crer. Em Atos 14.27 lemos que Paulo e Barnabê relataram a igreja de Antioquia tudo o que Deus havia realizado em sua viagem missionária e como abrigara aos gentios a porta da fé, assim entendemos que os gentios também obterem a salvação crendo no Evangelho era um privilégio, uma concessão de Deus e não a capacidade de crer. A capacidade de crer é inata aos seres humanos. Tiago diz que até os demônios têm essa capacidade (2.19), a diferença é que aos demônios não foi concedido crer no Evangelho para se salvar. Paulo diz que a fé não é contada como obra em Ef 2.8 e que foi escolhida por Deus para que o homem não se gloriasse na salvação. Assim a fé salvadora é uma resposta a mensagem do Evangelho, uma capacidade natural que homens possuem que pode ou não ser usada. Mostrando ser algo inerente a todos, Paulo chama a fé dos eleitos de COMUM (Tito 1.1 comparado com Tito 1.4), exatamente porque é igual para todos, que todos podem ter. D) Confirmando nossa eleição. Lemos em 1Ts 1.3, 4:"recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós. Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra em meio a muita tribulação, com alegria do Espírito Santo", notem que a confirmação para Paulo de que os irmãos de Tessalônica eram eleitos era a firmeza deles diante da tribulação que padeceram quando creram no Evangelho. A alegria que tinham no Espírito Santo naquelas circunstâncias servia de prova da eleição deles de que realmente tinha crido no Evangelho e expressavam o amor cristão numa firme esperança no Senhor Jesus. Outro texto que fala de confirmarmos nossa eleição por meio de acrescentarmos à nossa fé outras virtudes para sermos frutíferos no conhecimento de Cristo Jesus é 2Pe 1. 3-11, dizendo isso no verso 10: "Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum". E) O problema de crer na eleição incondicional calvinista. Os calvinistas costumam dizer que nós não sabemos quem são os escolhidos e que nosso papel é pregar o Evangelho, na prática acabam na mesma situação de um arminiano, a diferença a meu ver estaria no empenho e na dedicação que um arminiano ou um crente que não aceita a eleição incondicional ou a expiação limitada terá em evangelizar as pessoas. O efeito probatório disso se ver no número de membros dos dois grupos. O número de calvinistas são muito inferiores, e se há aumento, são de crentes que salvos por arminianos se tornaram calvinistas. Percebe-se que os ensinos calvinistas não promovem conversões, trazem letargia, acomodação. Se um ensino ou doutrina diminui a salvação de uma só alma, já basta para se caracterizar como uma aberração, um lamentável desserviço a obra de Cristo no calvário.

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