quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Livre arbítrio

Lição 2 O livre-arbítrio. O chamado livre-arbítrio é um conceito que tem sido negado por aqueles que julgam que a Bíblia ensina o determinismo, moldado na doutrina chamada de predestinação calvinista. Para que seja estabelecida essa doutrina tem de negar que os seres humanos não possuem o livre-arbítrio, ou seja, o conceito que os homens possuem o poder de escolha, a faculdade do homem de determinar-se a si mesmo. Nesta lição, estaremos discorrendo acerca desse assunto. A) A origem do livre-arbítrio. Foi exatamente ao ser criado a imagem de Deus que entendemos que Deus dotou o homem de livre-arbítrio. Diz Deus ao criar o homem que ele dominaria sobre toda a criação que Deus tinha feito. Uma das maiores provas que Deus deu ao homem esse arbítrio foi ter posto no meio do jardim do Édem a árvore da ciência do bem e do mal. Essa árvore permitia ao homem desobeder a Deus. B) Conceituando o livre-arbítrio. Mais corretamente é melhor dizermos que o homem tem arbítrio, visto que na verdade o homem tem certa liberdade de escolha, mas essa não é absoluta. A Bíblia é clara em dizer que ou nós servimos a Deus ou servimos ao diabo, não podemos servir a dois senhores (MT 6.24). O texto de Gl 5.17 é muito claro: não fazemos o que queremos, ou andamos pelo Espírito ou pela carne. Assim, é importante que se diga que o livre-arbítrio não deve ser entendido de modo vasto demais, ele apenas no concede a escolha de quem serviremos. Deus não faz acepção de pessoas, tanto o primeiro homem como qualquer outro tem o direito de escolher se quer servir a Deus ou não, no caso de Adão essa escolha era negativa, se ele quisesse escolher servir a Deus deveria se recusar a comer da árvore da ciência do bem e do mal, em nosso caso a escolha é positiva, devemos escolher servir a Deus, arrependendo-se é crendo no Evangelho. Mas basicamente tanto nós, como Adão, temos de optar a quem serviremos. Já em 24.14, 15 isso é bem claro: ''Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-lo com sinceridade e com verdade, deitai fora os deuses a que serviram vossos pais dalém do Rio, e no Egito, e servi ao Senhor. Mas, se vos parece mal o ser ides ao Senhor, escolhi hoje a quem haveis de servir, se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor''. C) O termo bíblico para arbítrio. A palavra bíblica para arbítrio é o termo grego ECSOUSÍA (autoridade) formada da junção da preposição grega (EK) e o verbo grego EIMÍ (ser ou estar). Observe que esse vocábulo surge de um verbo que fala de essência, daquilo que se é. Quando em Jo 1.12 lemos que todos que receberam a Jesus, aos que creram em sua pessoa, Deus deu-lhes o PODER de se tornarem filhos de Deus'' é a palavra ECSOUSÍA que ocorre aí, asseverando assim a Escritura que temos esse arbítrio. A ECSOUSÍA, nossa autoridade ou livre-arbítrio, expressa-se por meio do desejo ou vontade, mas por conta da natureza pecaminosa fica impedida de realizar a vontade de Deus (Rm 7.9-24). Com diz esse texto supracitado da carta aos Romanos, temos muitas vezes o desejo de fazer o bem, só não conseguimos realizá -lo. D) O livre-arbítrio na Bíblia. Já logo após a queda de Adão e Eva percebemos que o arbítrio do homem ficou comprometido. Na sentença que deu pra Eva, Deus lhe disse que o seu desejo (expressão do arbítrio) seria para seu marido. Em Gênesis 11.1-9 no incidente da torre de Babel Deus teve que confundir as línguas para dividir os homens, pois eles falando uma mesma língua não poderiam ser contidos em seus intentos. Fica assim claro que realmente os homens possuem livre-arbítrio e Deus precisou intervir para que reunidos em seus desejos ganhassem força e não frustrassem o seu plano redentor para a humanidade. No relato da história dos reis de Israel percebemos que tanto houve reis tementes a Deus como outros que foram ímpios, e a Bíblia não menciona que isso se deu por decisão de Deus, não, cada um era responsável por seu temor a Deus. Suas vontades ou livres escolhas de obedecer ou não a Deus eram de suas decisões se servirem ou não ao Deus verdadeiro. Jesus em Lucas 13.34 "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedreja os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar teus filhos como a galinha ajunta os do seu ninho debaixo de suas asas, e vós não o quiserdes!". É, pois, inegável que houve sim uma recusa de se fazer a vontade de Deus de responsabilidade dos homens e não por uma decisão de Deus. Em Ap 22.17 lemos: ''E o Espírito é a noiva dizem: Vem, e quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha, e quem QUISER, receba de graça a água da vida''. É um claro texto que aponta que os homens podem sim decidirem se querem ou não serem salvos. Em 2Ts 2.10, falando daqueles que aceitarão o anticristo, diz: ''e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos'' E) O conceito calvinista de livre-arbítrio: livre agência. O teólogo calvinista Louis Berkhof, em sua Teologia Sistemática diz na página 100: ''O homem é um agente livre, com capacidade de autodeterminação racional. Ele pode refletir sobre uma inteligente escolha de certos fins, e também pode determinar sua ação com respeito a eles. Contudo, o decreto (de Deus) leva consigo a impossibilidade de ser descumprido. Deus decretou realizar todas as coisas, ou, se não decretou, ao menos determinou que isso viesse a acontecer. Ele decidiu qual o curso da vida do homem por meio disso''. Assim, para os calvinistas o homem não possui livre-arbítrio por causa dos decretos de Deus, tudo que os homens fazem é no que chamam de livre agência, o que explicaria a inegável sensaçâo que quando fazemos algo ou deixamos de fazer foi por decisão pessoal. Obviamente que a Bíblia não ensina que as coisas acontecem por decreto de Deus e que esse torna o homem aparentemente livre. Deus está no controle de tudo, mas soberanamente deu ao homem o direito de se posicionar se quer ou não servi-lo. Deus sabe por presciência tudo o que vai acontecer e intervém soberanamente na história da humanidade, mas concedeu ao homem o arbítrio de escolher ao caminho deseja seguir, isso é o que se chama livre-arbítrio. Nas próximas lições estaremos contestando esse conceito calvinistas dos decretos de Deus que negam o livre-arbítrio.

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