quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Anthropotoma

Estabelecidas as definições de alma (mente, vontade e emoções) e espírito (consciência, intuição e habitação ou comunhão) estas foram algumas conclusões: Últimas considerações. Algumas explicações precisam ser ditas com respeito ao significado que às vezes a palavra alma pode tomar, bem como sobre o coração humano: O amor do homem pela mulher ocorre na alma: Gn 34.3 “Assim se apegou a sua alma a Diná, filha de Jacó, e, amando a donzela, falou-lhe afetuosamente”. Quando se fala da morte da alma, isto significa a separação que ocorre quando a alma sai do corpo (Jó 27.8), quando isso ocorre tanto podemos dizer que o corpo ou que alma do indivíduo ou o próprio indivíduo morreu, o que não quer dizer nem que o corpo deixou de existir nem a alma. Apenas passaram para outro estado. A alma significa “vida” quando se refere a sua atividade no mundo físico. Para as Testemunhas de Jeová, o significado da alma humana se estende ao corpo, para elas o corpo humano vivo é a alma humana. Mas a alma é distinta do corpo. Ela é a personalidade do homem, o corpo é apenas o vestido da alma (Mt 6.25). Por isso tem mais sentido dizer que o homem possui um corpo em vez de falar que o homem tem uma alma. A alma humana é personalidade dos seres humanos. É a identidade pessoal de cada pessoa. Portanto, nos diferenciamos uns dos outros pela alma. O coração humano é o mundo interior do homem, a sede ou o lugar virtual, onde a alma e o espírito da pessoa se coordenam para estabelecer as emoções, ideias e intenções, que se expressarão pelo corpo. Uma emoção da alma desassociada do espírito não será consciente. Um doente mental, por exemplo, é alguém que tem sua alma, ou seja, seus pensamentos, emoções e desejos manifestos sem a participação do seu espírito (sua consciência). Por sua vez uma alma organizada, ou seja, que estabelece suas ideias, emoções e vontades tende a aprimorar o juízo, isso pode ser visto no desenvolvimento de uma criança, aonde sua alma e seu espírito aos poucos vão se desenvolvendo até estabelecerem a personalidade da pessoa. Uma criança tem espírito e alma, mas necessitará das emoções, da vontade e dos pensamentos serem computados pelo espírito no coração para formarem o ser interior de alguém. Portanto, o coração, seria a sede das ações da alma associada com o espírito humano. Quando Bíblia fala do coração fica evidente que ela o vê como um lugar virtual e interior onde os pensamentos e sentimentos em conexão com a consciência são trabalhados, esse lugar só é conhecido pelo homem e por Deus. As referências a seguir mostram que as partes da alma e do espírito trabalham no coração do homem: a mente faz parte do coração (Mt 9.4; 13.15; 15.19; Mc 2.6; Lc 1.35; Jo 12.40; At 28.27; Rm 1.21; Ef 1.18; Hb 4.12), assim como os sentimentos (Jo 12.22; At 2.46; 7.54; 21.13; Rm 9.2; Tg 3.14), a vontade (Mt 5.28; At 11.13; Rm 10.1; Hb 4.12), a consciência (At 15.9; Hb 10.22; 1Jo 3.20, 21), a intuição (Mt 5.8; 11.29, ser manso ou humilde de coração é ter a percepção dessas características em nossa vida; Mc 7.6; Lc 8.15; At 7.51; 8.21; Rm 2.29) e a comunhão (At 16.4; Rm 5.5; Gl 4.6; Cl 3.15; Hb 8.10; 1Pe 3.15; 2Pe 1.19). Como podemos ver cada parte da alma e do espírito trabalham no coração. Os processos psíquicos, em que a alma trabalha juntamente com o espírito humano para produzirem uma atitude ou comportamento é a função do coração humano, quando a Bíblia diz que se crê no coração (Rm 10.9, 10) ou que alguém possui o coração reto (Hb 10.22), puro (1Tm 1.5), singelo (At 2.46; Cl 3.22), endurecido (At 7.51; 28.27; Hb 3.8), enganado (Tg 1.26; 5.5), perverso (Hb 3.12), ou quando fala de perguntar ao coração (Rm 10.6) ou meditar (Lc 2.19), propor (Lc 21.14), etc, ela está falando de atitudes processadas e estabelecidas pelas ações da alma e do espírito humano. Essas informações são de propriedade exclusiva da pessoa e só Deus as conhece e pode revelar (1Sm 16.7; Sl 7.9; Jr 11.20; 17.10; At 1.24; 5.4; 8.21, 22; 1Co 14.25; Ap 2.23). Quando a Bíblia fala dos rins, ela se refere ao espírito, que é a parte mais profunda do coração (Rm 2.29; 1Co 2.9-11), em que todas as coisas que o homem fez, pensa ou fará estão registradas em sua consciência e “sub-consciência”, são as entranhas (At 1.18; 1Pe 3.4; Fp 2.1). As Testemunhas de Jeová costumam dizer que o conceito de “alma” como uma parte imaterial teve sua origem na filosofia grega, e isso é verdade, mas também é verdade que esse significado se estabeleceu antes de Cristo vir a terra, quando, pois Jesus e os apóstolos usaram a palavra grega “alma” (psiquê), eles o fizeram por causa desse significado que ela possuía. Se Jesus e seus discípulos quisessem que a alma humana possuísse o significado atribuído pelas Testemunhas de Jeová, eles teriam usado a palavra grega “bíos” que claramente tem esse significado de vida física. Os sonhos de Deus, e não as simples reações da alma quando estamos dormindo, são nos dados por Deus em nossos espíritos (Dn 2.1; At 2.17). Nem sempre os sonhos que lembramos são os de Deus. Geralmente nos lembramos dos sonhos quando acordamos do sono na sua fase mais profunda. Mas o sonho de Deus é claro e facilmente lembramos-nos dele, pois foi dado em nosso espírito (Gn 41.8; Dn 2.3), onde a parte principal é a consciência. O diabo também pode conceder sonhos e visões, que se alimentam da mentira e do engano dos espíritos das trevas pelo fato de Deus abandonar os que rejeitam sua Palavra (Mt 4.8; Jr 23.27, 32; Zc 10.2; 2Ts 2.11). Os animais não possuem espírito incorruptível como os seres humanos (1Pe 3.4), mas o “espírito” ou fôlego de vida, o que seria a respiração que também o homem possui, note: Gn 2.7 “Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida, e o homem tornou-se alma vivente”. Este fôlego aqui no texto bíblico é a respiração. O espírito incorruptível foi crido em Gn 1.26, onde a criação do homem é abordada no sentido espiritual, e não biológica como se dá aqui neste verso do capítulo 2 de Gênesis. Mas mesmo em Gn 2.7 o espírito incorruptível está presente na expressão de que o homem tornou-se alma vivente. A alma vivente é o homem em processo de vida, e não o homem vivo, como pensam as Testemunhas de Jeová e os adventistas. Ora, o homem alma vivente é o homem com a vida que Deus lhe deu, que seria indestrutível se ele permanecesse fiel ao mandamento de não comer a árvore da ciência do bem e do mal (leia e entenda: árvore do conhecimento do pecado). Mas, sabemos que nosso primeiros pais não foram fiéis ao mandado de Deus e entraram no processo de morte física pela morte espiritual. Se comessem da árvore da vida seriam tornados imortais no corpo, mas mortos espiritualmente, por isso Deus os proibiu de tomarem da árvore da vida (Gn 3.22). O Plano de Deus era recuperar o homem de dentro para fora, o que ocorreu em Jesus, que nos dá a vida eterna (comunhão com Deus pelo Espírito) para nos levar a ressurreição do corpo (Jo 5.24, 25, 28; 6.40; Rm 8.11; 2Co 5.1-6). Is 31.3 “Porque os egípcios são homens, e não Deus; e os seus cavalos, carne, e não espírito; e quando o SENHOR estender a sua mão, tanto tropeçará o auxiliador, como cairá o ajudado, e todos juntamente serão consumidos”. Gn 7.22 “Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu”... A expressão “narinas” deixa claro que se refere a respiração. Jó 34.14 “Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito E o seu fôlego,”. Fica claro por este versículo que o fôlego de vida é distinto do espírito. Is 42.5 “Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela”. Aqui também vemos que a respiração é diferente do espírito humano. O texto de Eclesiastes 3.19 que diz que os homens e os animais possuem o mesmo espírito deve ser entendido dentro do seu contexto. Nos versos anteriores a este versículo lemos “que Deus julgará o justo e o ímpio, porque há um tempo para todo propósito e para toda obra. Disse eu no meu coração: Isso é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os brutos. Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos” (Ec 3.17 e 18). Portanto, se não houvesse o julgamento de Deus, os homens seriam em si mesmos iguais aos animais. Mas este julgamentou haverá, e mostrará que os homens são superiores aos animais (Ec 12.14).

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