quarta-feira, 9 de novembro de 2022

A trndade no tempo de Tertuliano

A Trindade no tempo de Tertuliano. Os antitrinitários tem dito que na obra Contra Praxeas, ele parece indicar em uma citação que o ensino da Trindade causava certo espanto entre as pessoas mais simples e que por isso não era um ensino tão antigo assim. Mas isso não parece concordar com o que Tertuliano disse no capítulo dois dessa obra, veja: "Nós, contudo, como de fato sempre temos feito (e mais especificamente depois de melhor instruídos pelo Paracleto, que guia os homens realmente para toda a verdade), acreditamos que há somente um Deus, mas sobre a seguinte dispensação, ou οἰκονομία, como é chamado, que este único Deus tem também um Filho, Sua Palavra, que procede d'Ele próprio, por quem todas as coisas foram feitas, e sem quem nada seria feito. É ele quem acreditamos ter sido enviado pelo Pai para a virgem, e ter nascido dela - sendo tanto Homem e Deus, o Filho do Homem e o Filho de Deus, e sendo chamado pelo nome de Jesus Cristo; nós acreditamos que é ele quem sofreu, morreu e foi enterrado, de acordo com as Escrituras, e depois de ser levantado novamente pelo Pai, e levado novamente aos céus, para sentar à mão direita do Pai, e que ele virá para julgar os vivos e os mortos; quem mandou dos céus também do Pai, de acordo com sua própria promessa, o Espírito Santo, o Paracleto, o santificador da fé daqueles que acreditam no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Que esta regra de fé veio até nós do início do Evangelho, mesmo antes de qualquer dos antigos hereges, muito antes de Práxeas, um aspirante de ontem, ficará claro tanto pelas datas tardias que marcam todas as heresias quanto pelo caráter original de nosso novo pretensioso Práxeas. Neste princípio também devemos doravante achar uma presunção de força igual contra toda e qualquer heresia - que tudo que é primeiro é verdadeiro, ao passo que é espúrio tudo que for tardio". A citação de Tertuliano usada pelos antitrinitários que parece indicar certo espanto entre os cristãos ao se explicar a Trindade é essa, do capítulo três de Contra Praxeas: "Os simples, de fato (não vou chamá-los de tolos ou ignorantes), que sempre constituem a maioria dos fiéis, estão chocados com a dispensação (dos Três em Um), com base no fato que sua própria regra de fé os retira da pluralidade de deuses para um único verdadeiro Deus; não entendendo que, apesar Dele ser um único Deus, ele deve ser crido em sua própria οἰκονομία". Ocorre que vista dentro do seu devido contexto, na verdade esse "fiéis" citados não são os crentes que criam na Trindade, mas os seguidores dos hereges, veja: "Os simples, de fato (não vou chamá-los de tolos ou ignorantes), que sempre constituem a maioria dos fiéis, estão chocados com a dispensação (dos Três em Um), com base no fato que sua própria regra de fé os retira da pluralidade de deuses para um único verdadeiro Deus; não entendendo que, apesar Dele ser um único Deus, ele deve ser crido em sua própria οἰκονομία. Eles assumem a ordem numérica e a distribuição da Trindade como sendo uma divisão na Unidade; enquanto que a Unidade a qual deriva a Trindade de seu próprio ser está tão longe de ser destruída, que é justamente suportada por ela. Eles estão constantemente nos acusando de que somos pregadores de dois ou três deuses, enquanto eles tomam preeminentemente para si o crédito de serem adoradores de Um Deus, como se a Unidade em si com deduções irracionais não poderia produzir heresias, e a Trindade racionalmente considerada constitui a verdade".

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